terça-feira, 18 de dezembro de 2012
TESTEMUNHA DE ACUSAÇÃO Ricardo Brandt - O Estado de S.Paulo
A sala do tribunal do júri não é das menores: tem 14 metros por 8. Mas o teto rebaixado e as colunas aparentes passam a ideia de que nos esprememos num porão. Além de jornalistas, os familiares do acusado e das vítimas, vários curiosos e muitos estudantes de direito lotam os 40 bancos de madeira. Há policiais por toda a volta. Hildebrando continua impávido. Como de hábito, fita de cima a baixo qualquer um que se aproxima. Com Evanilda não é diferente.
Beira o meio-dia em Rio Branco quando ela se senta em frente do juiz Leandro Leri Gross para falar sobre o passado que esconde desde 1996. Segunda testemunha a ser ouvida no julgamento do crime da motosserra, um dos assassinatos mais brutais da década de 90 no Brasil, Evanilda entra escoltada por policiais e por ovalados óculos escuros. Exibe pele morena, anca de mulher brasileira e cabelos encaracolados amparados por uma faixa rajada. A menos de dois metros do seu antebraço esquerdo está Hildebrando, deputado cassado em 1999, o homem acusado de ter comandado a operação criminosa de vingança familiar que resultou na morte do marido e do filho dela. Encolhida na cadeira, como se quisesse fundir-se a ela, a ex-cozinheira Evanilda se expressa com voz sôfrega. A impressão é de que a lembrança da tragédia representa um novo perigo para ela e para os dois filhos que sobreviveram.
Ainda assim, os detalhes do que aconteceu entre os dias 30 de junho e 10 de julho de 1996 brotam no tribunal. Era a hora do almoço daquele último dia de junho quando o telejornal anuncia o assassinato do subtenente da PM do Acre Itamar Pascoal. A baiana Evanilda, nova na cidade, não sabia que Itamar era um dos nove irmãos do poderoso e temido coronel Hildebrando. Já naquela ocasião, antes de ser eleito deputado federal em 1998, Hildebrando estava sob investigação por liderar um grupo de extermínio dentro da polícia batizado de "esquadrão da morte", que o alçava a homem intocável pela Justiça. Ao grupo, o Ministério Público Estadual atribuiu pelo menos 50 execuções cometidas entre as décadas de 80 e 90. Muitas vítimas tinham um traço comum: a cabeça e as mãos eram arrancadas do corpo. "Essa marca cumpria duas funções", explica o procurador de Justiça Sammy Lopes, coordenador do grupo de combate ao crime organizado no Acre. "Primeiro dificultar a identificação dos corpos, impossibilitando exames de digitais e de arcada dentária; depois passar a mensagem de que aquele crime não deveria ser investigado."
Minutos antes da notícia da morte de Itamar, José Hugo chegou à casa de Evanilda. "Ele pediu para usar o banheiro e depois perguntou se o Agilson tinha deixado algum dinheiro para ele", relata a baiana, já sem o escudo dos óculos. "Eu disse que não e ele saiu apressado." José Hugo era um dono de caçambas que chegou a Rio Branco nos anos 80 fugido de processos que enfrentava em Rondônia. Montou o negócio para remoção de entulho em obras públicas, o que o aproximou de políticos. Foram as obras da Rodovia AC-364, que liga Rio Branco à vizinha Sena Madureira e o gosto pela comida baiana os pontos de aproximação entre Hugo e Agilson, também conhecido como Baiano, a partir de abril de 1996. Com suas caçambas locadas para as obras estaduais da estrada, o empresário passou a comprar marmitas no restaurante de Baiano, que ficava ao lado da rodoviária da cidade, com as portas viradas para a pista. À medida que o asfalto evoluía, Hugo sentiu necessidade de um fornecedor de comida em Sena Madureira, onde então passou a existir um grupo de trabalhadores seu. Hugo propôs ajudar Baiano a viabilizar a transferência do restaurante para lá e chegou a comprar comida para que ele cozinhasse.
Naquele dia 30, ambos iriam até a cidade vizinha fechar o aluguel do local onde seria montado o novo restaurante. Num outro canto da cidade, o subtenente Itamar Pascoal dava início aos fatos que atropelariam a vida de Evanilda. O policial retira ilegalmente da cadeia o detento Gerson Turino, condenado por tráfico, e ambos saem pela cidade à caça do homem que recebera de Turino R$ 20 mil para viabilizar, por meio de sua influência com um deputado estadual, um esquema penal "alternativo", no qual o traficante poderia ficar fora durante o dia e passar apenas a noite na prisão. Hugo, porém, usou o dinheiro na compra de um carro e não cumpriu sua parte do acordo. O traficante, então, recorreu a Itamar, que prometeu encontrar o golpista e recuperar o valor.
Pouco antes do horário do almoço, Itamar e Turino encontraram Hugo em um posto de gasolina da cidade. No carro parado, ao volante, estava Baiano. Após uma discussão entre o subtenente e Hugo, o policial desferiu um tapa na cara do caçambeiro, que revidou dando um tiro na cabeça de Itamar. O corpo do subtenente desabou. "Baiano estava com a pessoa errada, na hora errada, no local errado", foi o jargão do promotor Álvaro Pereira, que sustentou a tese aceita pelo corpo do júri para condenar Hildebrando pelas barbaridades que aconteceriam nas horas seguintes. "Após o assassinato de Itamar Pascoal imperou no Estado do Acre a lei do talião e da vingança privada, sendo Agilson Santos Firmino, o Baiano, uma das vítimas inocentes que tombaram frente à nefasta ação criminosa de execução sumária capitaneada pelos acusados." A descrição faz parte da denúncia oferecida pelo Ministério Público e integra o primeiro dos 16 volumes do processo 001.99.010284-0, que engloba mais de 15 mil páginas.
Evanilda teve certeza absoluta de que algo muito grave havia ocorrido por volta das 19 horas daquele mesmo dia, quando seus filhos brincavam na pequena varanda da casa e quatro homens chegaram mostrando uma foto. "A senhora conhece esse homem?" Eram todos policiais, sem identificação oficial. "Esse é o seu Hugo", lembra Evanilda, reconstituindo o passo a passo para o tribunal. Os jurados, 7 homens escolhidos entre a lista de 25 intimados, não tiram os olhos da testemunha.
"Um deles disse que meu marido estava embriagado, que havia acontecido um acidente com ele e que estava detido. Ele disse que precisava de um filho meu para fazer companhia para ele", conta a baiana, com a respiração entrecortada. "Eu disse não, meus filhos são menores, eu vou com vocês." No caminho, quando perguntou o que estava acontecendo, mandaram que calasse a boca. Apenas no quartel da PM ela recebeu a notícia que a levaria ao inferno nas horas seguintes. "Um policial veio e me disse: "Olha, houve um assassinato na cidade, que seu Hugo cometeu; seu marido estava junto dele"."
Evanilda em nenhum momento contorce o pescoço na direção de Hildebrando, que ouve seu depoimento sem esboçar reação. Ela treme como se sofresse de Parkinson. Tem pânico, acima de tudo, dos homens de farda da polícia do Acre. Quando aceitou voltar para a cidade onde prometera nunca mais pisar, a família exigiu que entre seus seguranças não houvesse policiais locais.
O choro interrompe o depoimento. "Quando me levaram de volta pra casa no domingo, vi que o Wilder não estava e perguntei: "Cadê o Wilder?" Minha filha respondeu: "Mainha, ele não está com a senhora?"" Os mesmos homens que a levaram horas antes voltaram até o número 1400 da Rua Rio Grande do Sul para buscar o filho de 13 anos. A filha, Emanuela, hoje com 28, chegou a se oferecer, mas os policiais disseram que era melhor levar Wilder porque havia muitos homens onde o pai estava. Durante toda a madrugada e no dia seguinte, a mãe fez frustradas buscas pela cidade procurando o filho. O marido, que saíra às 6h30 da manhã de domingo, também não dera notícias.
Ela só ficou sabendo da morte de Baiano porque, de segunda para terça, viu no noticiário do jornal que haviam encontrado um corpo mutilado enrolado em pano preto. "Meu Deus, é o Wilder", pensou, já que o marido saíra com uma roupa e o corpo que haviam encontrado estava com outra. Decidiu que tinha de reconhecer o corpo. Chamou um vizinho, mas, no caminho, um outro disse ser melhor procurar um lugar para ficar até que ele entrasse em contato. "Dei o telefone para ele, fui para a casa desse pessoal e fiquei aguardando. Duas horas de relógio depois apareceu o rosto de Agilson na televisão", desaba Evanilda.
Baiano foi espancado (havia várias costelas quebradas), teve pernas, braços e pênis amputados com uma motosserra e um facão (simulações técnicas comprovaram o uso dos instrumentos), os olhos foram arrancados (presume-se que ou foram removidos ou destruídos por tiros) e na testa um prego foi enfiado. O laudo ainda constatou quatro perfurações de bala (outras podem ter sido disparadas via orifícios naturais da cabeça). Seu corpo foi enrolado em um saco preto e jogado na frente do principal canal de televisão da capital. O filho, que nem sequer conhecia José Hugo, também foi torturado antes de ser morto com três tiros na cabeça. Os assassinos queriam informações sobre o paradeiro do assassino de Itamar Pascoal e também vingar-se por seu pai ter acompanhado Hugo naquele dia.
O promotor Álvaro Pereira, um dos três que fizeram parte da banca de acusação do crime, está sentado ao lado do juiz. Com a mão na samarra vermelha, pergunta a Evanilda se ela teve o direito de enterrar o corpo do marido. "Não, não tive. Porque eu sentia medo que meus dois outros filhos fossem sacrificados também. Eu não tive proteção nenhuma, como é que eu iria brigar por um corpo, se eu não tinha nem condição de enterrar?" Ela também não viu o corpo do filho.
A foto do menino Wilder que você vê nesta reportagem é a primeira imagem que a mãe revê do filho nos últimos 13 anos, um retrato 3x4 entregue por ela à polícia dois dias depois de seu desaparecimento. Evanilda saiu de avião do Acre com passagens compradas pela família dela levando algumas roupas num saco preto de lixo. "Fiquei escondida por oito dias na casa de um amigo pobre, dormindo com as crianças no chão." Ela chegou a buscar apoio na Secretaria de Segurança. "Pedi proteção para pegar meus pertences, pelo menos, e a única coisa que me disseram foi: "A senhora não pegue nem roupa, se for possível mande seus filhos na frente e vai depois"".
Entre o primeiro e o segundo dias do julgamento, Hildebrando requereu o direito de fazer autodefesa, uma sustentação oral teatral, em que usou um microfone auricular, gesticulou e mirou os olhos dos jurados para se dizer inocente. "Sou um preso político, vítima da mais sórdida e mentirosa campanha de desmoralização desse País." Para ele, as acusações não passam de uma trama política que tem como autores seus adversários. Ao final do discurso, afirmou que os verdadeiros assassinos de baiano foram dois mortos: o policial e ex-vereador Alípio Ferreira e o ex-deputado Carlos Airton. "Não seria desonra para mim se eu tivesse praticado a morte do Baiano e chegasse aqui na frente e afirmasse: "Matei esse bandido porque ele matou meu irmão". Não seria uma desonra", insistiu.
Às 21h20 da quarta-feira, dia 23, o Tribunal do Júri do Acre condenou a 18 anos de prisão Hildebrando Pascoal Nogueira Neto, de 57 anos. Ele voltou para a cela de número 23 do presídio de segurança máxima Antonio Amaro Alves, em Rio Branco. O ex-parlamentar está preso desde 1999 acusado de assassinatos, tráfico de drogas e formação de quadrilha e ainda será julgado pelo morte de José Hugo, degolado no Piauí em janeiro de 1997. Ao todo, somadas suas penas, ele deveria ficar 106 anos recluso. Pela lei brasileira, cumprirá no máximo 30 anos.
Nos próximos dias, a Justiça do Acre julgará o assassinato do menino Wilder. Evanilda e seus filhos, Emanuele e Eder, voltam ao banco das testemunhas para tentar a condenação dos acusados. O governador do Estado, Binho Marques (PT), afirmou que, após o julgamento do "crime da motosserra", o Acre vira uma página negra de sua história. O filho Eder vira a página do ressentimento. Até o julgamento dessa semana, ele acreditava que o pai tivera participação no crime. Para Evanilda Lima de Oliveira, não há calendário a transpor. O ano de 1996 e sua passagem pelo Estado estão cravados em segredo na sua memória. Aos 53 anos de idade, trabalhando em uma empresa de mão de obra terceirizada, ela parte da capital acreana para um local incerto, em cidade não declarada, de algum Estado deste país.
terça-feira, 11 de dezembro de 2012
INCAPACIDADE
"SEM VOCÊS SOU CAÇADOR SEM CAÇA"
SEMPRE QUANDO ME QUESTIONO TUDO QUE EU E MINHA FAMILIA PASSAMOS ME SINTO INCAPAZ,INUTIL.
NATAL CHEGANDO E RECORDO-ME DO ULTIMO NATAL E REVEILLON QUE PASSAMOS EM FAMILIA.NA ULTIMA NOITE DO ANO DE 1995 MEUS IRMÃOS E EU ESTAVAMOS DE CASTIGO E TIVEMOS QUE FICAR EM CASA ENQUANTO MEUS PAIS SE DIVERTIAM NO PLAYGROUND DO PREDIO.QUANDO DEU MEIO NOITE MEU IRMÃO UILDER PEGOU UM CHAMPANHE,SACUDIU E ABRIU COMO TRADIÇÃO DA FESTA,NÃO LEMBRO MAS ACREDITO QUE NEM BEBEMOS.ISTO ME MARCOU BASTANTE POIS MESMO TRISTES E DE CASTIGO COMEMORAMOS O ULTIMO REVEILON DELE.
NAQUELE ANO ELE NÃO PODE CONCRETIZAR OS PEDIDOS FEITOS NA VIRADA DO ANO POIS SUBITAMENTE TIRARAM SUA VIDA,DE UMA FORMA CRUEL,UMA CRIANÇA COM SONHOS E UMA VIDA A SER DESCOBERTA.
DEPOIS DOS ASSASSINATOS,QUANDO ENCONTRAMOS AMIGOS,NOS DERAM TAMBEM A ULTIMA FOTO TIRADA POR MEU PAI ALIAS MINTO A PENULTIMA POIS A ULTIMA FOTO FORA AQUELA COM O CORPO MUTILADO.NA FOTO DE VIRADA DE 1995/1996 ELE ESTAVA SENTADO NO MEIO DE AMIGOS ,TODOS VESTIDOS DE BRANCO COMEMORANDO AQUELA GRANDE FESTA,BRINDANDO O ANO QUE CHEGAVA,SEM SABER QUE SERIA O ANO DA SUA MORTE,O ANO QUE O SONHO DE NOSSA FAMILIA SERIA DESTRUIDO,O ANO AONDE EU DEIXARIA DE ACREDITAR EM PAPAI NOEL,COELHINHO DA PASCOA E ETC.
BEM NESTE NATAL DESEJO A TODOS PRINCIPALMENTE AQUELAS PESSOAS QUE PERDERAM SEUS ENTES QUERIDO DE FORMA TRAGICA IGUALMENTE OU NÃO A FORMA QUE PERDI.
QUE ESTE ANO SEJA O ANO DE VITORIAS E NÃO DE PERDAS!
EMANUELA FIRMINO
sábado, 3 de novembro de 2012
CRIME DA MOTOSERRA
02/03/2012
às 14:00 \ Política & Cia
Único deputado preso do Brasil, Homem da Motosserra pode adiar a extinção da espécie com a ampliação do prontuário
Júlia RodriguesDepois do mico-leão dourado e da ararinha-azul, a lista das espécies extintas seria empobrecida em 2014 com a perda de outra raridade da fauna brasileira: o deputado-preso. Graças a mais uma trapalhada de Hildebrando Pascoal Nogueira Neto, o único exemplar conhecido, o sumiço vai demorar um pouco mais.
Condenado a mais de cem anos de cadeia por crimes que envolvem homicídio, sequestro, formação de quadrilha, narcotráfico e delitos eleitorais e financeiros, Hildebrando seria beneficiado pela norma que limita a 30 anos o tempo máximo de permanência no cárcere e por fórmulas jurídicas que reduzem a duração da pena. Em novembro, contudo, o ex-deputado federal resolveu ampliar o prontuário. E os cálculos terão de ser refeitos.
Aos 60 anos ─ há 12 na cadeia ─, o Homem da Motosserra, alcunha que ganhou pela arma usada para cometer seu mais famoso crime, driblou os controles da penitenciária de segurança máxima em Rio Branco para exercitar uma de suas práticas preferidas: a intimidação. Em 23 de novembro de 2011, enviou cartas à desembargadora Eva Evangelista, do Tribunal de Justiça do Acre, e à procuradora de Justiça Vanda Milani Nogueira, ex-cunhada do remetente.
Inconformado com a perda definitiva da patente de coronel da Polícia Militar, efetivada no fim do ano passado, Hildebrando exigiu que Vanda lhe enviasse mensalmente a quantia de R$ 6 mil “para que possa se manter e garantir sustento para os filhos e netos”. Ele atribui a punição à ex-cunhada e a Eva Evangelista, que atuou como juíza-revisora do processo. Hildebrando avisou que, se não for atendido, revelaria ao Conselho Nacional de Justiça e ao Ministério Público supostas irregularidades envolvendo as duas destinatárias.
Numa das cartas, o ex-coronel afirma que Vanda Milani entregou à desembargadora o gabarito das provas do concurso para ingresso no Ministério Público Estadual, o que teria facilitado a aprovação de Glicely Evangelista, filha de Eva (leia a íntegra das cartas). O Ministério Público do Acre instaurou um processo por extorsão e ameaça. A ampliação do prontuário pode garantir que o único deputado preso sobreviva ─ em cativeiro, marca inseparável da espécie.
Nascido numa família acreana poderosa desde o começo do século passado, Hildebrando tornou-se conhecido como comandante da PM e político bem-sucedido antes de ganhar fama como fora-da-lei. Em 1994, elegeu-se deputado estadual. Quatro anos mais tarde, conquistou uma vaga na Câmara dos Deputados com a segunda maior votação do Acre. A vida parlamentar foi bruscamente abreviada pela descoberta da vida criminosa iniciada em 1983, tão assustadora quanto a figura corpulenta, com 1,90 metro de altura. Em setembro de 1999, menos de um ano depois da posse, Hildebrando teve o mandato cassado e foi preso.
Sammy Barbosa Lopes, ex-procurador-geral do Acre e Coordenador do Grupo de Combate ao Crime Organizado, afirma que o Homem da Motosserra redistribuía cocaína contrabandeada da Bolívia. “Eles vendiam a droga no varejo”, diz Lopes. Além de apreender a droga encontrada com traficantes detidos, o grupo liderado pelo coronel também lucrava com um esquema batizado de Operação Marmitex. “Os criminosos entregavam cocaína em recipientes de marmitex”, conta o ex-procurador-geral. “Era uma maneira de comprar votos da população e garantir que Hildebrando continuasse no poder”.
Comandante da barbárie ─ Para avisar que não queria o esclarecimento de um assassinato, Hildebrando decepava a cabeça e as mãos das vítimas. Além de dificultar o reconhecimento do corpo, o horror adicional emitia o sinal: o mandante do crime exigia que fosse arquivado. O Ministério Público contabiliza 50 casos semelhantes entre as mais de 150 mortes atribuídas ao bando do ex-deputado ─ entre elas a de Agílson Firmino dos Santos, o Baiano.
Baiano foi executado em 1996 por agir em cumplicidade com José Hugo Alves Jr. no assassinato de Itamar Pascoal, irmão de Hildebrando e vereador em Senador Guiomard, a 24 quilômetros de Rio Branco. Hildebrando espalhou cartazes com a foto de José Hugo e a oferta de R$ 50.000 a quem fornecesse informações sobre o paradeiro do inimigo.
Por ignorar a localização do comparsa, o mecânico teve os membros lentamente decepados com uma motosserra. Os olhos fora extraídos quando ainda estava vivo. “No início, o Baiano só pedia para não morrer”, descreveu Ezequiel, codinome do pistoleiro que depôs na CPI do Narcotráfico. Hildebrando acompanhou o martírio de Baiano com notável prazer. “Ele chorava e dizia que era inocente”, lembra Ezequiel. “Ele estava deitado de costas, amarrado, quando cortaram os braços e as pernas dele. O tempo todo gritava que era inocente. O Hildebrando assistia a tudo friamente, como quem vê a matança de um animal. O Baiano continuava vivo mesmo depois de ter sido serrado. Pedia para morrer rápido”. Hildebrando finalizou a vingança desferindo diversos tiros contra a vítima. Wilder Firmino, de 13 anos, foi morto 48 horas depois. Motivo: era filho de Baiano.
José Hugo fugiu para o Piauí e deixou para trás a mulher, Clerismar, e dois filhos de sete e oito anos. Sequestrada por Hildebrando, a família de José Hugo escapou da morte graças a Sérgio Monteiro, então procurador da república no Acre. Ele comunicou a autoridades policiais paulistas que pistoleiros viajara com os reféns para São Paulo ─ todos com passagens pagas com dinheiro público. Ao desembarcar no aeroporto, os marcados para morrer foram libertados. O corpo de José Hugo foi encontrado em 1997, numa cova clandestina na divisa da Bahia com o Piauí.
Hildebrando Pascoal ainda não foi julgado pelo assassinato de José Hugo. Como o crime está prestes a prescrever, só o julgamento imediato do processo que tramita na justiça do Piauí poderia evitar a extinção da espécie. O deputado-preso compareceu a um tribunal pela última vez em maio de 2011, para defender-se da acusação de ter mantido em cárcere privado Clerismar e seus dois filhos. O crime rendeu a Hildebrando a sentença de 11 anos e 6 meses de reclusão. Mas estará em liberdade daqui a dois anos se não for castigado pelas ameaças endereçadas à desembargadora e à procuradora de Justiça.
A vida reclusa em Antônio Amaro
Há cerca de dez anos, Hildebrando Pascoal vê o tempo passar na penitenciária Antônio Amaro Alves, considerada segura pela por restringir as visitas a filhos e cônjuges. Há um ano, havia mais vagas (182) que presos (145), o que facilita o trabalho de vigilância dos carcereiros. Hildebrando acorda às sete, toma café, almoça por volta de meio-dia, consome o começo da tarde no banho de sol de duas horas e volta para a cela que divide com outro detento. Tem duas camas, uma pia, um vaso sanitário e um chuveiro. Enquanto espera o jantar, distrai-se com livros, revistas e programas de TV. Dorme pelo menos oito horas e recomeça a rotina de um presidiário comum.
“Ele está sempre muito bem arrumado, com a roupa limpa e o cabelo penteado”, diz a promotora Joana D’Arc Dias Martins, da Vara de Execuções Penais do Ministério Público do Acre. Embora o presídio disponha de serviço médico, quem enfrenta problemas de saúde mais complicados costuma ser transferido para algum hospital de Rio Branco. Hipertenso, Hildebrando já se valeu desse direito numerosas vezes.
SEMPRE PESQUISANDO ACHEI ESTA INTERESSANTE REPORTAGEM
O Crime da Motosserra no banco dos réus.
Hildebrando Pascoal Nogueira Neto (Rio Branco, 17 de janeiro de 1952), conhecido popularmente como o Deputado da Motosserra, é um político brasileiro e ex-coronel da Polícia Militar do Estado do Acre.27 de dezembro de 2007 -> Os sites de notícias e jornais impressos amanheceram o dia dando conta da data em que Hildebrando Pascoal irá a um novo julgamento, juntamente com outros, pelo famoso crime da motosserra.
Hildebrando tinha uma lista de crimes e condenações tão extensa quanto o número de vítimas executadas pelo esquadrão da morte que liderou. Mesmo preso, já condenado a mais de 80 anos de prisão por dois homicídios, tráfico internacional de drogas, formação de quadrilha e crimes eleitorais (trocava cocaína por votos) e financeiros, ele ainda assusta os acrianos. Quatro testemunhas do crime da motosserra foram assassinadas -Hildebrando foi condenado por duas dessas mortes.
A Impunidade! Cartaz distribuído pessoalmente por Hildebrando Pascoal. Assinado por ele. Telefone de contato e tudo. Um aviso contra os trotes.
Wilder Firmino, filho do Baiano, 13 anos. Seqüestrado, torturado e morto. Consta que torturaram o garoto queimando seu corpo com ácido para que indicasse o paradeiro do pai. Desse ato bárbaro participaram vários integrantes da família Pascoal.
Segundo o Ministério Público, o que motivou Hildebrando a matar Baiano (e a ordenar a morte do filho dele) foi o assassinato de um irmão do então deputado, Itamar.
“Baiano”. A vítima da motosserra. Foi encontrado assim:
Walter Ayala. Um policial Civil, conhecedor do submundo do crime,
que resolveu colaborar com Hildebrando. Foi brutalmente
assassinado dentro de um ônibus.
A repercussão dos crimes na imprensa acreana:
CPI do narcotráfico no Acre:
Hildebrando, preso:
A mega audiência:
Em muitos dos crimes cometidos pelo esquadrão de Hildebrando
(investigadores estimam em quase cem mortes), não se conheceram as
causas nem as explicações.
“Era uma espécie de assinatura do grupo: corpos decepados, mutilados, jogados no meio da rua”, conta o procurador Samy Barbosa Lopes, coordenador do grupo de combate ao crime organizado do Ministério Público Estadual.
Comitê Contra a Impunidade. A resistênciaacreana dos movimentos sociais:
De acordo com a denúncia do Ministério Público (MP) do Acre, Sete Pascoal, irmão falecido de Hildebrando, além dos primos Amaraldo Uchôa Pinheiro e o coronel Aureliano Pascoal, então comandante da PM, também participaram da brutal e horrenda sessão de tortura, sob a liderança de Hildebrando Pascoal.
Os homicídios foram praticados com requintes de crueldade, mediante a provocação de intenso sofrimento físico as vítimas tiveram olhos perfurados, braços, pernas e pênis amputados com a utilização de uma motosserra.
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quarta-feira, 10 de outubro de 2012
FRENTE A FRENTE COM HILDEBRANDO http://radialistaediziolimaedizio.blogspot.com.br-ALTINO MACHADO
FRENTE A FRENTE COM HILDEBRANDO
FRENTE A FRENTE COM HILDEBRANDO
A procuradora de Justiça Vanda Denir Nogueira, cunhada do ex-deputado, e a desembargadora Eva Evangelista abriram processo contra Pascoal por extorsão, calúnia e difamação.
O caso, que corre em segredo de Justiça, envolve duas cartas enviadas da prisão pelo ex-deputado em que ele tenta extorquir a procuradora e a desembargadora.
Fui convocado pela Justiça, a pedido do Ministério Público do Acre, onde tramita o inquérito sigiloso, juntamente com Ely Assem e Sílvio Martinello, donos dos jornais A Gazeta e A Tribuna.
Também foram intimados o advogado Raimundo Menandro de Souza, marido da desembargadora, Rosângela, mulher de Hildebrando, além de Emanuele, filha do casal.
- Estou com medo. Deviam ter o cuidado de nos manter separados. Essa situação é muito constrangedora - disse o jornalista Sílvio Martinello, 64 anos, quando apareceu na 4ª Vara Criminal o dentista Pedro Pascoal, irmão do ex-deputado.
- Também estou com muito medo - acrescentou Assem.
Antes da audiência, sentados lado a lado, Pedro Pascoal e o advogado Raimundo Menandro de Souza tiveram um curto diálogo sobre o ex-deputado.
- O Hildebrando conta com uma boa advogada atualmente.
- Quem? - indagou Pedro.
- A juíza da Vara de Execuções Penais - respondeu Menandro.
- Parei de visitar meu irmão na prisão. Eu ia lá, aconselhava ele a entregar tudo nas mãos de Deus, mas ele é muito teimoso e não desiste - esquivou-se Pedro Pascoal.
Eu seria o primeiro a depor, mas Martinello estava impaciente, tenso, constrangido. Falei com um oficial de gabinete que estava disposto a ser o segundo a depor.
Aleguei que o diretor de A Gazeta já está com quase 65 anos. Martinello se mostrou aliviado, o semblante mudou, prestou depoimento e saiu da sala do juiz após uns 15 ou 20 minutos.
Chamado para depor, encontrei na sala o juiz Cloves Ferreira, o promotor de justiça Rodrigo Curti e uma defensora pública. O juiz indagou se havia de minha parte alguma restrição à presença do réu.
- Nenhuma - respondi.
Minutos depois, conduzido por quatro policiais militares, Hildebrando Pascoal entrou na sala. Estava de camiseta pólo, bermuda e chinelos, apoiando-se num bengala.
- Posso sentar ao lado da defensora, meritíssimo?
- Sim - respondeu o juiz.
E Pascoal sentou-se diante de mim, no outro lado da mesa.
Ao deixar a sala, chegou a vez do depoimento do dono do jornal A Tribuna. Ele encontrou Pascoal na sala, mas não pediu para que o mesmo fosse retirado.
Voltei para casa arrependido por não ter sido o primeiro a depor, antes de Martinello, para que o mesmo reencontrasse o ex-coronel.
Meu depoimento é segredo de justiça.
ESSA REPORTAGEM ME EMOCIONOU MUITO!!!
Beira o meio-dia em Rio Branco quando ela se senta em frente do juiz Leandro Leri Gross para falar sobre o passado que esconde desde 1996. Segunda testemunha a ser ouvida no julgamento do crime da motosserra, um dos assassinatos mais brutais da década de 90 no Brasil, Evanilda entra escoltada por policiais e por ovalados óculos escuros. Exibe pele morena, anca de mulher brasileira e cabelos encaracolados amparados por uma faixa rajada. A menos de dois metros do seu antebraço esquerdo está Hildebrando, deputado cassado em 1999, o homem acusado de ter comandado a operação criminosa de vingança familiar que resultou na morte do marido e do filho dela. Encolhida na cadeira, como se quisesse fundir-se a ela, a ex-cozinheira Evanilda se expressa com voz sôfrega. A impressão é de que a lembrança da tragédia representa um novo perigo para ela e para os dois filhos que sobreviveram.
Ainda assim, os detalhes do que aconteceu entre os dias 30 de junho e 10 de julho de 1996 brotam no tribunal. Era a hora do almoço daquele último dia de junho quando o telejornal anuncia o assassinato do subtenente da PM do Acre Itamar Pascoal. A baiana Evanilda, nova na cidade, não sabia que Itamar era um dos nove irmãos do poderoso e temido coronel Hildebrando. Já naquela ocasião, antes de ser eleito deputado federal em 1998, Hildebrando estava sob investigação por liderar um grupo de extermínio dentro da polícia batizado de "esquadrão da morte", que o alçava a homem intocável pela Justiça. Ao grupo, o Ministério Público Estadual atribuiu pelo menos 50 execuções cometidas entre as décadas de 80 e 90. Muitas vítimas tinham um traço comum: a cabeça e as mãos eram arrancadas do corpo. "Essa marca cumpria duas funções", explica o procurador de Justiça Sammy Lopes, coordenador do grupo de combate ao crime organizado no Acre. "Primeiro dificultar a identificação dos corpos, impossibilitando exames de digitais e de arcada dentária; depois passar a mensagem de que aquele crime não deveria ser investigado."
TEMEROSA - Depois do crime, ela sumiu do mundo. Seu endereço de moradia e serviço são mantidos em sigilo para sua proteção e a dos filhos
Minutos antes da notícia da morte de Itamar, José Hugo chegou à casa de Evanilda. "Ele pediu para usar o banheiro e depois perguntou se o Agilson tinha deixado algum dinheiro para ele", relata a baiana, já sem o escudo dos óculos. "Eu disse que não e ele saiu apressado." José Hugo era um dono de caçambas que chegou a Rio Branco nos anos 80 fugido de processos que enfrentava em Rondônia. Montou o negócio para remoção de entulho em obras públicas, o que o aproximou de políticos. Foram as obras da Rodovia AC-364, que liga Rio Branco à vizinha Sena Madureira e o gosto pela comida baiana os pontos de aproximação entre Hugo e Agilson, também conhecido como Baiano, a partir de abril de 1996. Com suas caçambas locadas para as obras estaduais da estrada, o empresário passou a comprar marmitas no restaurante de Baiano, que ficava ao lado da rodoviária da cidade, com as portas viradas para a pista. À medida que o asfalto evoluía, Hugo sentiu necessidade de um fornecedor de comida em Sena Madureira, onde então passou a existir um grupo de trabalhadores seu. Hugo propôs ajudar Baiano a viabilizar a transferência do restaurante para lá e chegou a comprar comida para que ele cozinhasse.
Naquele dia 30, ambos iriam até a cidade vizinha fechar o aluguel do local onde seria montado o novo restaurante. Num outro canto da cidade, o subtenente Itamar Pascoal dava início aos fatos que atropelariam a vida de Evanilda. O policial retira ilegalmente da cadeia o detento Gerson Turino, condenado por tráfico, e ambos saem pela cidade à caça do homem que recebera de Turino R$ 20 mil para viabilizar, por meio de sua influência com um deputado estadual, um esquema penal "alternativo", no qual o traficante poderia ficar fora durante o dia e passar apenas a noite na prisão. Hugo, porém, usou o dinheiro na compra de um carro e não cumpriu sua parte do acordo. O traficante, então, recorreu a Itamar, que prometeu encontrar o golpista e recuperar o valor.
TEATRAL - Hildebrando olhou nos olhos dos jurados e se disse inocente
Pouco antes do horário do almoço, Itamar e Turino encontraram Hugo em um posto de gasolina da cidade. No carro parado, ao volante, estava Baiano. Após uma discussão entre o subtenente e Hugo, o policial desferiu um tapa na cara do caçambeiro, que revidou dando um tiro na cabeça de Itamar. O corpo do subtenente desabou. "Baiano estava com a pessoa errada, na hora errada, no local errado", foi o jargão do promotor Álvaro Pereira, que sustentou a tese aceita pelo corpo do júri para condenar Hildebrando pelas barbaridades que aconteceriam nas horas seguintes. "Após o assassinato de Itamar Pascoal imperou no Estado do Acre a lei do talião e da vingança privada, sendo Agilson Santos Firmino, o Baiano, uma das vítimas inocentes que tombaram frente à nefasta ação criminosa de execução sumária capitaneada pelos acusados." A descrição faz parte da denúncia oferecida pelo Ministério Público e integra o primeiro dos 16 volumes do processo 001.99.010284-0, que engloba mais de 15 mil páginas.
Evanilda teve certeza absoluta de que algo muito grave havia ocorrido por volta das 19 horas daquele mesmo dia, quando seus filhos brincavam na pequena varanda da casa e quatro homens chegaram mostrando uma foto. "A senhora conhece esse homem?" Eram todos policiais, sem identificação oficial. "Esse é o seu Hugo", lembra Evanilda, reconstituindo o passo a passo para o tribunal. Os jurados, 7 homens escolhidos entre a lista de 25 intimados, não tiram os olhos da testemunha.
"Um deles disse que meu marido estava embriagado, que havia acontecido um acidente com ele e que estava detido. Ele disse que precisava de um filho meu para fazer companhia para ele", conta a baiana, com a respiração entrecortada. "Eu disse não, meus filhos são menores, eu vou com vocês." No caminho, quando perguntou o que estava acontecendo, mandaram que calasse a boca. Apenas no quartel da PM ela recebeu a notícia que a levaria ao inferno nas horas seguintes. "Um policial veio e me disse: "Olha, houve um assassinato na cidade, que seu Hugo cometeu; seu marido estava junto dele"."
Evanilda em nenhum momento contorce o pescoço na direção de Hildebrando, que ouve seu depoimento sem esboçar reação. Ela treme como se sofresse de Parkinson. Tem pânico, acima de tudo, dos homens de farda da polícia do Acre. Quando aceitou voltar para a cidade onde prometera nunca mais pisar, a família exigiu que entre seus seguranças não houvesse policiais locais.
O choro interrompe o depoimento. "Quando me levaram de volta pra casa no domingo, vi que o Wilder não estava e perguntei: "Cadê o Wilder?" Minha filha respondeu: "Mainha, ele não está com a senhora?"" Os mesmos homens que a levaram horas antes voltaram até o número 1400 da Rua Rio Grande do Sul para buscar o filho de 13 anos. A filha, Emanuela, hoje com 28, chegou a se oferecer, mas os policiais disseram que era melhor levar Wilder porque havia muitos homens onde o pai estava. Durante toda a madrugada e no dia seguinte, a mãe fez frustradas buscas pela cidade procurando o filho. O marido, que saíra às 6h30 da manhã de domingo, também não dera notícias.
Ela só ficou sabendo da morte de Baiano porque, de segunda para terça, viu no noticiário do jornal que haviam encontrado um corpo mutilado enrolado em pano preto. "Meu Deus, é o Wilder", pensou, já que o marido saíra com uma roupa e o corpo que haviam encontrado estava com outra. Decidiu que tinha de reconhecer o corpo. Chamou um vizinho, mas, no caminho, um outro disse ser melhor procurar um lugar para ficar até que ele entrasse em contato. "Dei o telefone para ele, fui para a casa desse pessoal e fiquei aguardando. Duas horas de relógio depois apareceu o rosto de Agilson na televisão", desaba Evanilda.
Baiano foi espancado (havia várias costelas quebradas), teve pernas, braços e pênis amputados com uma motosserra e um facão (simulações técnicas comprovaram o uso dos instrumentos), os olhos foram arrancados (presume-se que ou foram removidos ou destruídos por tiros) e na testa um prego foi enfiado. O laudo ainda constatou quatro perfurações de bala (outras podem ter sido disparadas via orifícios naturais da cabeça). Seu corpo foi enrolado em um saco preto e jogado na frente do principal canal de televisão da capital. O filho, que nem sequer conhecia José Hugo, também foi torturado antes de ser morto com três tiros na cabeça. Os assassinos queriam informações sobre o paradeiro do assassino de Itamar Pascoal e também vingar-se por seu pai ter acompanhado Hugo naquele dia.
O promotor Álvaro Pereira, um dos três que fizeram parte da banca de acusação do crime, está sentado ao lado do juiz. Com a mão na samarra vermelha, pergunta a Evanilda se ela teve o direito de enterrar o corpo do marido. "Não, não tive. Porque eu sentia medo que meus dois outros filhos fossem sacrificados também. Eu não tive proteção nenhuma, como é que eu iria brigar por um corpo, se eu não tinha nem condição de enterrar?" Ela também não viu o corpo do filho.
A foto do menino Wilder que você vê nesta reportagem é a primeira imagem que a mãe revê do filho nos últimos 13 anos, um retrato 3x4 entregue por ela à polícia dois dias depois de seu desaparecimento. Evanilda saiu de avião do Acre com passagens compradas pela família dela levando algumas roupas num saco preto de lixo. "Fiquei escondida por oito dias na casa de um amigo pobre, dormindo com as crianças no chão." Ela chegou a buscar apoio na Secretaria de Segurança. "Pedi proteção para pegar meus pertences, pelo menos, e a única coisa que me disseram foi: "A senhora não pegue nem roupa, se for possível mande seus filhos na frente e vai depois"".
Entre o primeiro e o segundo dias do julgamento, Hildebrando requereu o direito de fazer autodefesa, uma sustentação oral teatral, em que usou um microfone auricular, gesticulou e mirou os olhos dos jurados para se dizer inocente. "Sou um preso político, vítima da mais sórdida e mentirosa campanha de desmoralização desse País." Para ele, as acusações não passam de uma trama política que tem como autores seus adversários. Ao final do discurso, afirmou que os verdadeiros assassinos de baiano foram dois mortos: o policial e ex-vereador Alípio Ferreira e o ex-deputado Carlos Airton. "Não seria desonra para mim se eu tivesse praticado a morte do Baiano e chegasse aqui na frente e afirmasse: "Matei esse bandido porque ele matou meu irmão". Não seria uma desonra", insistiu.
Às 21h20 da quarta-feira, dia 23, o Tribunal do Júri do Acre condenou a 18 anos de prisão Hildebrando Pascoal Nogueira Neto, de 57 anos. Ele voltou para a cela de número 23 do presídio de segurança máxima Antonio Amaro Alves, em Rio Branco. O ex-parlamentar está preso desde 1999 acusado de assassinatos, tráfico de drogas e formação de quadrilha e ainda será julgado pelo morte de José Hugo, degolado no Piauí em janeiro de 1997. Ao todo, somadas suas penas, ele deveria ficar 106 anos recluso. Pela lei brasileira, cumprirá no máximo 30 anos.
Nos próximos dias, a Justiça do Acre julgará o assassinato do menino Wilder. Evanilda e seus filhos, Emanuele e Eder, voltam ao banco das testemunhas para tentar a condenação dos acusados. O governador do Estado, Binho Marques (PT), afirmou que, após o julgamento do "crime da motosserra", o Acre vira uma página negra de sua história. O filho Eder vira a página do ressentimento. Até o julgamento dessa semana, ele acreditava que o pai tivera participação no crime. Para Evanilda Lima de Oliveira, não há calendário a transpor. O ano de 1996 e sua passagem pelo Estado estão cravados em segredo na sua memória. Aos 53 anos de idade, trabalhando em uma empresa de mão de obra terceirizada, ela parte da capital acreana para um local incerto, em cidade não declarada, de algum Estado deste país.
QUARTA, 23 DE SETEMBRO
Mãos e pés cortados
O júri popular do Acre condena a 18 anos de prisão o ex-deputado e ex-coronel da PM Hildebrando Pascoal Nogueira Neto por homicídio triplamente qualificado no caso do "crime da motosserra", em que foi assassinado brutalmente o mecânico Agilson dos Santos Firmino.
quarta-feira, 19 de setembro de 2012
Hildebrando Pascoal pode ter direito a regime semi aberto a partir de novembro
O ex-coronel e ex-deputado federal Hildebrando Pascoal, condenado por homicídio e outros crimes, poderá ser beneficiado com o regime semi aberto a partir de novembro. É´o que diz a edição do Jornal A Gazeta desta quarta-feira, 29. De acordo com a publicação, o “Homem da Motosserra”, poderá passar o dia trabalhando fora do presídio, voltando para a cela só para dormir.
Em novembro, a Defensoria Publica irá pedir a progressão de pena de regime fechado para semi aberto para o ex militar. Em tal data, Hildebrando terá cumprido mais de 13 anos da pena e, segundo a sua defesa, tem apresentado bom comportamento desde que foi preso em 1999.
Outra condição para a progressão do regime é que a família de Hildebrando apresente até novembro, para a direção do presídio, uma carta de proposta trabalho lícito para ele. Caso Hildebrando consiga o emprego, terá de comprovar mensalmente que está trabalhando para continuar gozando do benefício. O pedido de progressão de pena será analisado pela juíza da Vara de Execuções Penais, Luana Campos.
Com informações do Jornal A Gazeta
segunda-feira, 17 de setembro de 2012
Que país é esse?
Que país é esse?
Todos sabem que, em nosso país, há tempos, observa- se que os crimes e as violências vêm aumentando cada vez mais, e junto com eles vem crescendo a impunidade. Muito se debate, hoje em dia, o porquê de tantos crimes sem solução e famílias sem justiças? É lamentavelmente ver um país, onde a Lei e a Constituição parecem só existir no papel e os poderosos parecem sempre vencer e atingir os mais humildes, fracos e desvalidos.
O Brasil possui altas taxas de crimes violentos, como homicídios e roubos, o que o inclui na lista dos vinte países mais violentos do mundo. A miséria impele ao roubo e à prostituição, portanto num "lar que não há pão não há razão" e "barriga vazia não tem ouvidos" e menos ainda escrúpulos, são ditos da sabedoria popular. Logo, a pobreza e a fome andam de mãos dadas, entre as camadas mais pobres da sociedade, levando os indivíduos ao crime, como forma de não viver na miséria, onde a subsistência é perversamente precária, sendo humanamente impossível se viver.
Infelizmente, a violência já faz muito tempo que se tornou uma constante na vida dos moradores de grandes metrópoles brasileiras, basta ligarem a TV e colocar no noticiário que diariamente somos bombardeados com as últimas notícias a respeito da violência que impera, sejam no caso de assaltos a carro forte, lojas e residências, seja assalto a caixas eletrônicos, seqüestros, violência doméstica, homicídios, chacinas e dentre outros.
Hoje a impunidade está presente em todo o lugar onde existe um corrupto e um corruptor, ou onde existe alguém pra dar um jeitinho, relevar. Será que não está claro que impunidade incentiva à ocorrência de crimes? São tantos crimes, que o policiamento não tem conseguido avaliá-los, controlá-los e evitá-los.
Portanto, vivemos em uma sociedade onde a mentira, a covardia, a injustiça e a corrupção parecem não ter fim, o que possibilita que bandidos de todos os tipos continuem destruindo os sonhos de vivermos em um país mais democrático, ético, justo e que respeite a vida como um valor supremo e o dinheiro público como fator de desenvolvimento social. Precisa-se reagir contra o aumento da violência e a morte de pessoas inocentes, tratando com mais rigor a quem comete os delitos e dando uma maior punição a esses crimes contra a sociedade.
quarta-feira, 12 de setembro de 2012
AGILSON FIRMINO
UMA PESSOA SIMPLES QUE O QUE MAIS QUERIA ERA QUE EU ME TORNASSE DOUTORA!!!
AMO MUITO VC MEU PAI E VC TAMBEM MEU QUERIDO IRMÃO UILDER FIRMINO!!!!
AMO MUITO VC MEU PAI E VC TAMBEM MEU QUERIDO IRMÃO UILDER FIRMINO!!!!
quarta-feira, 15 de agosto de 2012
Juíza critica Estado por tratar Hildebrando Pascoal como “preso diferenciado” no Acre
A juíza Luana Campos, da Vara de Execuções Penais de Rio Branco, declarou nesta quinta-feira que o ex-deputado e ex-coronel da Polícia Militar Hildebrando Pascoal, com mais de 116 anos de condenação, vem sendo tratado como “preso diferenciado” pelo Iapen (Instituto de Administração Penitenciária do Estado do Acre).
Condenado por vários crimes, entre os quais tráfico de drogas, tentativa de homicídio e corrupção eleitoral, Pascoal, conhecido como “o homem da motosserra”, pode pedir, em 2014, a remissão para ficar em regime semiaberto, quando completa 15 anos de prisão.
Por causa da saúde precária do ex-deputado e da incapacidade do Estado em prestar assistência à saúde dos presos, a juíza cogitou durante a semana em colocá-lo para cumprir a pena em regime domicilar. Porém, o Iapen comunicou à Vara de Execuções Penais de Rio Branco que está adotando todas as providências necessárias para assegurar a saúde de Pascoal.
O Estado está investindo em um colchão ortopédico, dois travesseiros especiais, uma cadeira de escritório e iniciou obras de adaptações no banheiro da cela do ex-coronel, com vaso sanitário, barras para apoio, tapete antiderrapante, além de uma unidade de fisioterapia para atendê-lo.
A juíza disse que Pascoal teria direito ao regime domiciliar caso o Estado não pudesse oferecer toda a assistência à saúde que ele necessita.
- Mas a verdade é que ele está contando com assistência diferenciada. Existem outros presos em situação de saúde tão precária quanto a dele, mas providências assim não foram adotadas. O sistema de saúde para todos está muito ruim – afirmou Luana Campos.
Ela explicou que a prisão domiciliar é só para presos que estão em regime aberto. Jurisprudência do STF e do STJ diz que, se o Estado não dá assistência à saúde, é possível a inserção do preso, de forma excepcional, no regime domiciliar.
- Está havendo um tratamento desigual do Estado em relação ao preso Hildebrando Pascoal e aos demais presos. Esse dinheiro que está sendo investido para atendê-lo poderia ser investido para atender a todos os presos. Acredito que o Estado faz todo esse investimento porque está empenhado em mantê-lo na prisão.
Algemas
A juíza tomou oito decisões em relação ao processo que envolve Pascoal na Vara de Execuções Penais. Ela determinou, por exemplo, que o sentenciado não seja algemado, exceto em situações excepcionais, cuja necessidade se justifique.
Recentemente, se feriu ao cair da maca enquanto era transportado algemado, do presídio para hospital, em ambulância, durante uma de suas crises de saúde.
- O uso de algemas é legítivo em se tratando de presos condenados. Ocorre que deve-se ter bom senso. Entendo que em estando o apenado deitado, desnecessário algemá-lo, pois é previsível que não poderia se segurar para evitar uma queda. Ademais, o sentenciado faz uso de bengala para melhor locomoção, o que torna impossível a colocação das argolas – comentou a juíza.
Em Rio Branco, existem 1.074 presos provisórios e do semi-aberto (sem trabalho externo) para 267 vagas. Inspeção realizada nas unidades prisionais, em janeiro, constatou problemas no atendimento médico e odontológico dos apenados, mas os problemas permanecem sem qualquer solução.
A Lei de Execuções Penais estabelece que a assistência ao preso e ao internato é dever do Estado e que essa assistência inclui a saúde.
A juíza determinou que durante uma semana, nos dias de atendimento médico e odontológico, uma equipe de servidores da Justiça esteja presente no Complexo Francisco D’Oliveira Conde para fiscalizar os serviços, conversar com apenados acerca do atendimento, verificar os medicamentos prescritos e sua disponibilidade na farmácia da unidade.
Luana Campos também determinou a abertura de procedimento administrativo para apurar a superlotação da unidade, a reunião de presos provisórios com condenados definitivos e reincidentes na mesma cela e a impropriedade do prédio.
Por: Altino Machado
Fonte: Terra Magazine/ Blog da Amazônia
Hildebrando Pascoal não preenche requisitos legais para ter direito à prisão domiciliar 14 de agosto de 2012 - 5:01:27
Nesta terça-feira (14), o coordenador do Grupo de Atuação Especial de
Combate ao Crime Organizado (Gaeco), procurador de Justiça Sammy
Barbosa Lopes, reafirmou durante entrevista coletiva o posicionamento do
Ministério Público do Estado do Acre (MP/AC) diante da possibilidade de
o ex-deputado federal Hildebrando Pascoal ser beneficiado com o direito
à prisão domiciliar.
Para o coordenador do Gaeco, não há justificativa para que o preso, condenado a mais de cem anos de cadeia por crimes que envolvem homicídio, sequestro, formação de quadrilha, narcotráfico e delitos eleitorais e financeiros, ganhe este benefício. “O Hildebrando não pode ter nada a mais ou a menos do que determina a lei. Não há como questionar o que está na lei”, explicou.
Na ocasião, Sammy Barbosa também negou que tenha denunciado a juíza da Vara de Execuções Penais Luana Campos ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ), como foi noticiado. Na semana passada, a magistrada teria cogitado liberar o ex-deputado para cumprir pena em regime domiciliar devido a problemas de saúde e da impossibilidade do Estado garantir assistência ao preso. “Não há elementos para acusar nenhum magistrado no Acre. Nós comunicamos aos juízes do CNJ que, pelo conjunto de notícias que acompanhamos na imprensa, havia uma preocupação de que Hildebrando conseguisse o benefício antes do tempo. Hildebrando ainda será submetido à avaliação de uma junta médica”, informou.
O procurador lembrou ainda que o ex-coronel da Polícia Militar é um preso perigoso. Hildebrando ficou conhecido como o “homem da motossera” por utilizar o equipamento para torturar e esquartejar suas vítimas. No final do ano passado, ele teria escrito cartas com ameaça de extorsão a membros do Judiciário e do Ministério Público do Acre.
As informações são do MP/AC
Para o coordenador do Gaeco, não há justificativa para que o preso, condenado a mais de cem anos de cadeia por crimes que envolvem homicídio, sequestro, formação de quadrilha, narcotráfico e delitos eleitorais e financeiros, ganhe este benefício. “O Hildebrando não pode ter nada a mais ou a menos do que determina a lei. Não há como questionar o que está na lei”, explicou.
Na ocasião, Sammy Barbosa também negou que tenha denunciado a juíza da Vara de Execuções Penais Luana Campos ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ), como foi noticiado. Na semana passada, a magistrada teria cogitado liberar o ex-deputado para cumprir pena em regime domiciliar devido a problemas de saúde e da impossibilidade do Estado garantir assistência ao preso. “Não há elementos para acusar nenhum magistrado no Acre. Nós comunicamos aos juízes do CNJ que, pelo conjunto de notícias que acompanhamos na imprensa, havia uma preocupação de que Hildebrando conseguisse o benefício antes do tempo. Hildebrando ainda será submetido à avaliação de uma junta médica”, informou.
O procurador lembrou ainda que o ex-coronel da Polícia Militar é um preso perigoso. Hildebrando ficou conhecido como o “homem da motossera” por utilizar o equipamento para torturar e esquartejar suas vítimas. No final do ano passado, ele teria escrito cartas com ameaça de extorsão a membros do Judiciário e do Ministério Público do Acre.
As informações são do MP/AC
quarta-feira, 8 de agosto de 2012
30/07/2012 13:49 Câmara Criminal nega pedido de transferência de Hildebrando Pascoal
No entendimento do relator do processo, o
desembargador Francisco Praça, Hildebrando é um preso como outro
qualquer não havendo motivos para que ele seja transferido.
Gina Menezes, da Agência ContilNet
Ex-coronel Hildebrando Pascoal
A
Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Acre negou por unanimidade,
nesta segunda-feira, 30, o pedido do Ministério Público Estadual para
que o ex-coronel da Polícia Militar e ex-deputado federal Hildebrando
Pascoal fosse transferido para uma penitenciária federal de outro
Estado.
No entendimento do relator
do processo, o desembargador Francisco Praça, Hildebrando é um preso
como outro qualquer não havendo motivos para que ele seja transferido.
Esta não é a primeira vez
que o pedido de transferência do ex-coronel da PM, Hildebrando Pascoal é
negado. No inicio do mês de abril o Juiz da vara de execuções penais,
Erik Farias negou o mesmo pedido alegando que o preso deve cumprir a
pena no mesmo Estado em que os crimes foram cometidos.
O pedido de transferência
de Hildebrando foi formulado pelo Ministério Público Estadual. O
ex-coronel está preso há 12 anos, por crimes que vão de seqüestro a
formação de quadrilha.
terça-feira, 31 de julho de 2012
Vítima do 'crime da motosserra' exige reparação do Estado do Acre por Francis Juliano
por Francis Juliano
Depois
de 16 anos completados do bárbaro “crime da motosserra”, como ficou
conhecido internacionalmente o assassinato de Agilson Santos Firmino
pelo ex-deputado Hildebrando Pascoal, Emanuela Oliveira Firmino, única
filha de Agilson, diz que sua família ainda se sente desamparada. Desde
2009, 13 anos depois do crime, quando foi feito o julgamento e a
condenação de Pascoal, ela espera que o Estado do Acre se responsabilize
pelos crimes e indenize a família. O entendimento é o de que os crimes
brutais contra o pai (Agilson) e o irmão Wilder Firmino de Oliveira
provaram a participação de agentes públicos (parlamentares, policiais
civis e militares) e fizeram a família abandonar o estado sem nenhum
pertence ou proteção.
A passagem pela região Norte do Brasil tenta ser esquecida, mas resiste na memória da família. “Minha mãe até hoje não se recuperou”, conta Emanuela, em entrevista ao Bahia Notícias. Tanto o pai quanto o irmão dela, Wilder, um garoto de apenas 13 anos, foram mortos pelo conhecido “esquadrão da morte”, um grupo de extermínio formado por policiais com a participação de políticos que tinha a liderança do ex-coronel da Polícia Militar Hildebrando Pascoal. Agilson e Wilder foram mortos porque não sabiam o paradeiro de José Hugo. Hugo era amigo de Agilson, e tornara-se alvo de Hildebrando por ter, depois de um bate-boca, atirado e matado o irmão do ex-parlamentar, o subtenente da PM acreana Itamar Pascoal. Segundo o processo, a tropa de Hildebrando perseguiu Hugo, mas encontrou apenas Agilson, cujo único “crime” foi estar no local errado, e na hora errada.
Emanuela conta que viu o pai pela última vez no sábado do dia 29 de junho de 1996. “Toda vez que ele entrava em casa, tinha que falar comigo, dizer que me amava. Naquele dia, ele brincou com a gente e depois disse para mim: ‘viu como é bom ter um pai’?”, relata a filha do comerciante, e não mecânico, como até hoje, diz ela, insistem em chamá-lo. Segundo Emanuela, Agilson gostava de desafios e foi para o Acre com a intenção de mudar de vida. Nos seis meses que passaram lá, o pai abriu um restaurante, por um tempo, em ponto alugado. Na época do crime, ele se preparava para outro investimento no mesmo ramo de alimentação.
No domingo, dia 30 de junho de 1996, não tiveram mais notícias de Agilson. Policiais foram até a casa da família e pediram que alguém os acompanhasse até uma delegacia. Disseram que ele estava bêbado, havia batido o carro e permanecia preso. Primeiro, levaram a mãe de Emanuela para um quartel da PM, depois buscaram o irmão adolescente, Wilder, e o levaram para o mesmo lugar.
A mãe voltou, mas o jovem não. “Começamos as buscas, logo no domingo. Minha mãe e eu estávamos nervosas, tivemos que gastar todo o dinheiro que tínhamos atrás de alguma pista. Até um relógio caro, que ela possuía, usamos como pagamento de táxi”, relembra Emanuela. Só na terça-feira, 2 de julho daquele ano, receberam a confirmação da morte do pai. Souberam pela TV, na casa de uma amiga.
Agilson foi torturado desde o domingo em que José Hugo matou o irmão de Hildebrando. O comerciante teve as pernas, braços e pênis cortados por uma motosserra e um facão. Seus olhos foram perfurados, um prego foi introduzido em sua testa e sua cabeça foi alvejada com tiros. O corpo foi encontrado em uma das avenidas mais movimentadas de Rio Branco, capital do Acre, em frente a uma emissora de televisão. Hildebrando atribui a autoria da morte a dois ex-legisladores, já mortos: o ex-vereador (também policial) Alípio Ferreira e o ex-deputado Carlos Airton.

Hildebrando Pascoal foi condenado a 116 anos, mas tentará regime semiaberto
Wilder foi morto no mesmo domingo em que foi levado para o
quartel da polícia, após ser torturado. Teve o corpo queimado com ácido e
levou três tiros na cabeça. Neste caso, foi condenado o tenente da PM,
Pedro Pascoal, um dos nove irmãos de Hildebrando. Hoje, Pedro, que já
cumpriu mais de um terço da pena, recorre da sentença em liberdade.
Hildebrando, com mais de 116 anos de condenação, por vários crimes,
entre eles tráfico de drogas, tentativa de homicídio e corrupção
eleitoral, pode pedir, em 2014, a remissão para ficar em regime
semiaberto, quando completa 15 anos de prisão.
Emanuela, a mãe, e o irmão mais novo, depois da fatídica terça, não voltaram mais para casa. Refugiaram-se no lar de uma amiga. Ao saber que o corpo de Wilder tinha sido abandonado em uma estrada, resolveram procurar a Secretaria de Segurança Pública do Acre para que pudessem ajudá-los. Uma pessoa tinha dito a elas que era melhor não retornar à sua residência. “A gente não teve nenhum auxílio do Estado. Em hora nenhuma”, desabafa.
A partir daquele instante se esconderam na morada de uma pessoa que mal conheciam, mas que se sentiram seguras. “Dormimos no chão de uma casa escura. Passamos aqueles dias apenas com as roupas do corpo. A todo o momento imaginávamos que alguém viria nos matar”, lembra, com emoção, os últimos dias que passaram em Rio Branco. Quando a família foi convocada para participar do julgamento em 2009, só aceitaram sob a condição de que nenhum policial acreano fizesse parte da segurança. A saída do estado só se tornou realidade depois que parentes enviaram dinheiro para a compra das passagens. Para aumentar o suplicio, o voo que precisavam só ocorria uma vez na semana.
Com a condenação de Pascoal, a sensação de justiça aliviou um pouco o sofrimento da família, apesar da dor permanente. “Acontece sempre uma vontade de chorar”, se emociona Emanuela. A filha de Agilson e irmã de Wilder, disse que tenta esquecer, junto com a mãe e o irmão mais novo, os responsáveis pelas duas mortes. Mas está convencida que o Estado deve ser responsabilizado.

Para o procurador Sammy Lopes, família tem direito de cobrar indenização
Para o procurador Sammy Barbosa Lopes, do Ministério Público do
Acre, a família tem o direito de cobrar indenização ou pensão. Ele disse
à reportagem do BN que o MP se posiciona favorável à penalização, mas o
réu, Hildebrando, também deve pagar por isso. A discordância entre
Emanuela e a promotoria dá-se nesta questão. Para ela, Hildebrando é uma
“página virada”. “Ele já foi condenado pelo crime, falta agora o Estado
cumprir a parte dele para que a justiça seja feita”, reclama.
Outra queixa é que, à época do julgamento, circulou a notícia de que o ex-deputado tinha transferido todo o patrimônio para a então esposa, Rosângela Nogueira, e não possuía dinheiro em caixa para pagar custos judiciais. O procurador afirma que é esta mais uma “artimanha” de Pascoal para assegurar o patrimônio que ainda tem. “Todo mundo sabe que ele tem posses, que é um fazendeiro grande, e o MP apontou a origem dos bens no julgamento, e chegou-se a questionar essa transferência de bens”, declara.
Sammy Lopes disse que, no julgamento, foi invocada a Lei 11.719/08, que dá ao juiz condições de estabelecer na mesma sentença criminal o valor de indenizações, item vinculado à esfera civil. “Fizemos o pedido, mas o juiz negou”, lamentou. O promotor acredita que uma das causas para a negação foi o fato de esta lei ser recente à época. “Me parece que o juiz não estava confortável para deferir a sentença porque a lei era nova”, relata. Ele conta também que o processo pode demorar porque tem que esperar o trânsito em julgado, ou seja, aguardar até que ao caso não caiba mais nenhum recurso. Hildebrando foi condenado pelo “crime da motosserra” a 18 anos de prisão, mas entrou com recurso para abrandar a pena. Segundo o procurador, o MP também recorreu para tentar a indenização. “Como os tribunais estão acima dos juízes, podem mudar esta decisão em favor da família vitimada”, acrescentou.
Entretanto, Emanuela, afirma que a família não pode esperar tanto. “Minha mãe precisa de auxílio, minha avó também. A nossa família foi muito prejudicada”, pontua. A luta pela reparação é tortuosa. Como Agilson e Wilder foram enterrados como indigentes no Acre, só em 28 de setembro de 2010 a família pode sepultar os restos mortais dos dois.
Emanuela disse que já pensou em escrever um livro, mas se desanima. “São muitos os exemplos de impunidade”, lastima. Ela tem um blog “Vida em Fuga” e procura um advogado que se interesse pela causa da família. Já deu entrevistas para vários jornalistas, entre eles o acreano Altino Machado, um dos primeiros a noticiar os crimes do chamado “esquadrão da morte”. Participou também de outras matérias em jornais e emissoras de TV de projeção nacional. Enquanto a justiça plena não vem, Emanuela luta para que a história não seja esquecida nem pelo Acre e nem mesmo pelo país. A família dela jamais irá esquecer os momentos de terror.
Foto: Reprodução/Blog Vida em Fuga
A passagem pela região Norte do Brasil tenta ser esquecida, mas resiste na memória da família. “Minha mãe até hoje não se recuperou”, conta Emanuela, em entrevista ao Bahia Notícias. Tanto o pai quanto o irmão dela, Wilder, um garoto de apenas 13 anos, foram mortos pelo conhecido “esquadrão da morte”, um grupo de extermínio formado por policiais com a participação de políticos que tinha a liderança do ex-coronel da Polícia Militar Hildebrando Pascoal. Agilson e Wilder foram mortos porque não sabiam o paradeiro de José Hugo. Hugo era amigo de Agilson, e tornara-se alvo de Hildebrando por ter, depois de um bate-boca, atirado e matado o irmão do ex-parlamentar, o subtenente da PM acreana Itamar Pascoal. Segundo o processo, a tropa de Hildebrando perseguiu Hugo, mas encontrou apenas Agilson, cujo único “crime” foi estar no local errado, e na hora errada.
Emanuela conta que viu o pai pela última vez no sábado do dia 29 de junho de 1996. “Toda vez que ele entrava em casa, tinha que falar comigo, dizer que me amava. Naquele dia, ele brincou com a gente e depois disse para mim: ‘viu como é bom ter um pai’?”, relata a filha do comerciante, e não mecânico, como até hoje, diz ela, insistem em chamá-lo. Segundo Emanuela, Agilson gostava de desafios e foi para o Acre com a intenção de mudar de vida. Nos seis meses que passaram lá, o pai abriu um restaurante, por um tempo, em ponto alugado. Na época do crime, ele se preparava para outro investimento no mesmo ramo de alimentação.
No domingo, dia 30 de junho de 1996, não tiveram mais notícias de Agilson. Policiais foram até a casa da família e pediram que alguém os acompanhasse até uma delegacia. Disseram que ele estava bêbado, havia batido o carro e permanecia preso. Primeiro, levaram a mãe de Emanuela para um quartel da PM, depois buscaram o irmão adolescente, Wilder, e o levaram para o mesmo lugar.
A mãe voltou, mas o jovem não. “Começamos as buscas, logo no domingo. Minha mãe e eu estávamos nervosas, tivemos que gastar todo o dinheiro que tínhamos atrás de alguma pista. Até um relógio caro, que ela possuía, usamos como pagamento de táxi”, relembra Emanuela. Só na terça-feira, 2 de julho daquele ano, receberam a confirmação da morte do pai. Souberam pela TV, na casa de uma amiga.
Agilson foi torturado desde o domingo em que José Hugo matou o irmão de Hildebrando. O comerciante teve as pernas, braços e pênis cortados por uma motosserra e um facão. Seus olhos foram perfurados, um prego foi introduzido em sua testa e sua cabeça foi alvejada com tiros. O corpo foi encontrado em uma das avenidas mais movimentadas de Rio Branco, capital do Acre, em frente a uma emissora de televisão. Hildebrando atribui a autoria da morte a dois ex-legisladores, já mortos: o ex-vereador (também policial) Alípio Ferreira e o ex-deputado Carlos Airton.
Hildebrando Pascoal foi condenado a 116 anos, mas tentará regime semiaberto
Emanuela, a mãe, e o irmão mais novo, depois da fatídica terça, não voltaram mais para casa. Refugiaram-se no lar de uma amiga. Ao saber que o corpo de Wilder tinha sido abandonado em uma estrada, resolveram procurar a Secretaria de Segurança Pública do Acre para que pudessem ajudá-los. Uma pessoa tinha dito a elas que era melhor não retornar à sua residência. “A gente não teve nenhum auxílio do Estado. Em hora nenhuma”, desabafa.
A partir daquele instante se esconderam na morada de uma pessoa que mal conheciam, mas que se sentiram seguras. “Dormimos no chão de uma casa escura. Passamos aqueles dias apenas com as roupas do corpo. A todo o momento imaginávamos que alguém viria nos matar”, lembra, com emoção, os últimos dias que passaram em Rio Branco. Quando a família foi convocada para participar do julgamento em 2009, só aceitaram sob a condição de que nenhum policial acreano fizesse parte da segurança. A saída do estado só se tornou realidade depois que parentes enviaram dinheiro para a compra das passagens. Para aumentar o suplicio, o voo que precisavam só ocorria uma vez na semana.
Com a condenação de Pascoal, a sensação de justiça aliviou um pouco o sofrimento da família, apesar da dor permanente. “Acontece sempre uma vontade de chorar”, se emociona Emanuela. A filha de Agilson e irmã de Wilder, disse que tenta esquecer, junto com a mãe e o irmão mais novo, os responsáveis pelas duas mortes. Mas está convencida que o Estado deve ser responsabilizado.
Para o procurador Sammy Lopes, família tem direito de cobrar indenização
Outra queixa é que, à época do julgamento, circulou a notícia de que o ex-deputado tinha transferido todo o patrimônio para a então esposa, Rosângela Nogueira, e não possuía dinheiro em caixa para pagar custos judiciais. O procurador afirma que é esta mais uma “artimanha” de Pascoal para assegurar o patrimônio que ainda tem. “Todo mundo sabe que ele tem posses, que é um fazendeiro grande, e o MP apontou a origem dos bens no julgamento, e chegou-se a questionar essa transferência de bens”, declara.
Sammy Lopes disse que, no julgamento, foi invocada a Lei 11.719/08, que dá ao juiz condições de estabelecer na mesma sentença criminal o valor de indenizações, item vinculado à esfera civil. “Fizemos o pedido, mas o juiz negou”, lamentou. O promotor acredita que uma das causas para a negação foi o fato de esta lei ser recente à época. “Me parece que o juiz não estava confortável para deferir a sentença porque a lei era nova”, relata. Ele conta também que o processo pode demorar porque tem que esperar o trânsito em julgado, ou seja, aguardar até que ao caso não caiba mais nenhum recurso. Hildebrando foi condenado pelo “crime da motosserra” a 18 anos de prisão, mas entrou com recurso para abrandar a pena. Segundo o procurador, o MP também recorreu para tentar a indenização. “Como os tribunais estão acima dos juízes, podem mudar esta decisão em favor da família vitimada”, acrescentou.
Entretanto, Emanuela, afirma que a família não pode esperar tanto. “Minha mãe precisa de auxílio, minha avó também. A nossa família foi muito prejudicada”, pontua. A luta pela reparação é tortuosa. Como Agilson e Wilder foram enterrados como indigentes no Acre, só em 28 de setembro de 2010 a família pode sepultar os restos mortais dos dois.
Emanuela disse que já pensou em escrever um livro, mas se desanima. “São muitos os exemplos de impunidade”, lastima. Ela tem um blog “Vida em Fuga” e procura um advogado que se interesse pela causa da família. Já deu entrevistas para vários jornalistas, entre eles o acreano Altino Machado, um dos primeiros a noticiar os crimes do chamado “esquadrão da morte”. Participou também de outras matérias em jornais e emissoras de TV de projeção nacional. Enquanto a justiça plena não vem, Emanuela luta para que a história não seja esquecida nem pelo Acre e nem mesmo pelo país. A família dela jamais irá esquecer os momentos de terror.
terça-feira, 24 de julho de 2012
Hildebrando Pascoal passa bem mas continua internado no HC
O ex-coronel da Policia Militar no Acre, Hildebrando Pascoal,
internado as pressas no Pronto Socorro de Rio Branco esta semana, com
problemas de hipertensão e fortes dores pelo corpo, passa bem e já foi
transferido de volta para a enfermaria masculina do Hospital das
Clínicas na capital, onde permanece em observação.
Informações de funcionários do hospital dão conta de que a ala onde fica a enfermaria que Hildebrando encontra-se internado, foi isolada por um forte esquema de segurança e apenas quem trabalha no setor tem permissão para entrar.
Hildebrando Pascoal cumpre pena desde 1996, acusado por diversos crimes, entre eles o que ficou conhecido pelo “Crime da Moto Serra”, onde a vítima foi o mecânico Agilson Firmino (Bahiano), que teve braços e pernas decapitados.
Informações de funcionários do hospital dão conta de que a ala onde fica a enfermaria que Hildebrando encontra-se internado, foi isolada por um forte esquema de segurança e apenas quem trabalha no setor tem permissão para entrar.
Hildebrando Pascoal cumpre pena desde 1996, acusado por diversos crimes, entre eles o que ficou conhecido pelo “Crime da Moto Serra”, onde a vítima foi o mecânico Agilson Firmino (Bahiano), que teve braços e pernas decapitados.
quarta-feira, 18 de julho de 2012
pensamento do dia!!!
Não é verdade que a justiça consista em tratar todas as pessoas da mesma forma. Ela consiste, antes, em tratar cada pessoa da forma que lhe corresponde, de acordo com as suas características e necessidades pessoais. Isto exige, porém, que se dê atenção a cada pessoa singular, e… dá muito trabalho.A justiça defende-se com a razão, e não com as armas. Não se perde nada com a paz, e pode perder-se tudo com a guerra.
sexta-feira, 6 de julho de 2012
IMPUNIDADE!!
"O esquecimento é o adubo que nutre a impunidade.O Brasil não é diferente na criminalidade e sim na impunidade".
quarta-feira, 4 de julho de 2012
JUSTIÇA!!!!
Justiça é consciência, não uma consciência pessoal mas a consciência de
toda a humanidade. Aqueles que reconhecem claramente a voz de suas
próprias consciências normalmente reconhecem também a voz da justiça.
terça-feira, 3 de julho de 2012
FRASE DO DIA
A
injustiça, senhores, desanima o trabalho, a honestidade,
o bem; cresta em flor os espíritos dos moços,
semeia no coração das gerações
que vêm nascendo a semente da podridão, habitua
os homens a não acreditar senão na estrela,
na fortuna, no acaso, na loteria da sorte, promove a desonestidade,
promove a venalidade [...] promove a relaxação,
insufla a cortesania, a baixeza, sob todas as suas formas."
(Rui Barbosa)
segunda-feira, 2 de julho de 2012
16 ANOS DE SAUDADE!!!!
DIA 30 COMPLETOU 16 ANOS DAQUELE TERRIVEL TRAGEDIA,QUE MESMO TANTO TEMPO PASSADO NÃO CONSEGUIMOS NOS RECUPERAR,ONTEM MESMO PEGUEI MINHA MÃE CHORANDO DE SAUDADES DO MARIDO E MAIS AINDA DO QUERIDO FILHO QUE FOI ARRACANDO DE SEUS BRAÇOS PARA SER MORTO.MUITO TRISTE OLHAR O ROSTO SOFRIDO DE MINHA MÃE,ISSO PRA MIM É TÃO FRUSTANTE SABER QUE NÃO POSSO FAZER NADA,QUE NADA IRA ARRANCAR DE SEU PEITO TANTO SOFRIMENTO E SEI DISSO PORQUE É O QUE SINTO.
MUITA SAUDADE DE UM PAI GUERREIRO,TRABALHADOR E MAIS AINDA SONHADOR PORQUE ESTE ERA SEU PIOR DEFEITO E MAIOR QUALIDADE,SAUDADE DE UM IRMÃO TRANQUILO,QUE O QUE MAIS GOSTAVA ERA JOGAR VIDEOGAME COMENDO BISCOITO DE CHOCOLATE.
A ULTIMA RECORDAÇÃO DE MEU PAI QUE GUARDO FOI UM DIA ANTES DE SUA MORTE,QUANDO AO CHEGAR EM CASA A NOITE,FOI AO MEU QUARTO E ACORDOU EU E MEUS DOIS IRMÃOS E NOS FEZ UMA PROPOSTA QUE QUEM LEVANTASSE E TOMASSE BANHO,NESTA NOITE ESTAVA FAZENDO MENOS DE 10 GRAUS ELE IRIA DAR 100 REAIS,MEUS IRMÃOS RECUSARAM NA HORA E EU COMEÇEI A TIRAR A ROUPA AI ELE ME DISSE QUE ERA BRINCADEIRA E ME DEU UM CONSELHO QUE GUARDEI A ATE HOJE E SEMPRE LEVAREI COMIGO---SEJA SEMPRE ASSIM GUERREIRA,LUTE POR TUDO QUE VOCÊ QUISER.DEPOIS NOS LEVOU PRO QUARTO,ENROLOU MEUS PÉS E ME DISSE --VIU COMO É BOM TER UM PAI? .REALMENTE FOI OTIMO TER TIDO ELE COMO PAI E MAIS MARAVILHOSO AINDA FOI TER SIDO FILHA DELE,DEPOIS DESSE DIA NUNCA MAIS O VI,ACHO QUE SEM SABER ELE SE DESPEDIU DE MIM.
DOI DEMAIS,NEM SEI O QUANTO SO SEI QUE É MUITO FORTE,SINCERAMENTE EU QUERIA TER IDO NO LUGAR DELE OU DE MEU IRMÃO.
ETERNAMENTE AMAREI VOCÊS!!!!
quarta-feira, 27 de junho de 2012
TRISTE ANIVERSARIO
BEM IRA SE COMPLETAR 16 ANOS DA TRAGEDIA QUE TRANSFORMOU A VIDA DE MINHA FAMILIA,MESMO TODOS ESTES ANOS A HISTORIA AINDA NÃO ESTA RESOLVIDA,A PAGINA AINDA NÃO FORA VIRADA.
PARECE QUE FOI ONTEM QUE VI TUDOS OS MEUS SONHOS SEREM DEIXADOS PRA TRÁS,NAQUELE TRAGICO DOMINGO AONDE ALEM DE PERDER MEU PAI,PERDI MEU IRMÃO DE FORMA TÃO TRISTE.GOSTARIA MUITO QUE PELO MENOS ABRANDASSE ESTE DOR,QUE É ENORME.
MEU QUERIDO PAI COMO QUERIA VOCE AQUI PRA ME VE FORMAR,PRA ESTAR AO MEU LADO QUANDO ME ENTREGAREM O CANUDO.TAMBEM ME IMAGINO ENTRANDO NUMA IGREJA E VOCE AO MEL LADO PRA ME ENTREGAR AO MEU FUTURO MARIDO,TANTAS COISAS QUE JAMAIS PODEREI FAZER COM VC,SEM FALAR EM MEU IRMÃO,EM QUANTOS BATE PAPOS PERDEMOS,EM QUANTAS CUNHADAS PODERIA TER TIDO.
SÃO TANTAS FRUSTAÇÕES,TANTOS DESEGANOS,QUANTA TRISTEZA,QUANTA SAUDADE MEUS AMORES.
UMA COISA ME CONSOLA É QUE PODEREI PELO MENOS IR AO CEMITERIO REZAR POR VOCES.
QUERO QUE SAIBAM AONDE QUE R QUE ESTEJAM QUE EU OS AMAREI ETERNAMENTE.
PARECE QUE FOI ONTEM QUE VI TUDOS OS MEUS SONHOS SEREM DEIXADOS PRA TRÁS,NAQUELE TRAGICO DOMINGO AONDE ALEM DE PERDER MEU PAI,PERDI MEU IRMÃO DE FORMA TÃO TRISTE.GOSTARIA MUITO QUE PELO MENOS ABRANDASSE ESTE DOR,QUE É ENORME.
MEU QUERIDO PAI COMO QUERIA VOCE AQUI PRA ME VE FORMAR,PRA ESTAR AO MEU LADO QUANDO ME ENTREGAREM O CANUDO.TAMBEM ME IMAGINO ENTRANDO NUMA IGREJA E VOCE AO MEL LADO PRA ME ENTREGAR AO MEU FUTURO MARIDO,TANTAS COISAS QUE JAMAIS PODEREI FAZER COM VC,SEM FALAR EM MEU IRMÃO,EM QUANTOS BATE PAPOS PERDEMOS,EM QUANTAS CUNHADAS PODERIA TER TIDO.
SÃO TANTAS FRUSTAÇÕES,TANTOS DESEGANOS,QUANTA TRISTEZA,QUANTA SAUDADE MEUS AMORES.
UMA COISA ME CONSOLA É QUE PODEREI PELO MENOS IR AO CEMITERIO REZAR POR VOCES.
QUERO QUE SAIBAM AONDE QUE R QUE ESTEJAM QUE EU OS AMAREI ETERNAMENTE.
sexta-feira, 8 de junho de 2012
PROCURA-SE
MINHA HISTORIA TODOS JA SABEM,O QUE POUCOS SABEM É QUE QUANDO CAIMOS NA REAL E PERCEBEMOS QUE SE NÃO SAISSEMOS DE NOSSA CASA TAMBEM PODERIAMOS MORRER MAS PRA ONDE IRIAMOS SE NÃO TINHAMOS NENHUM PARENTE E POUCOS AMIGOS E ESTAVAMOS SEM NENHUM TOSTÃO PIS O UNICO DINHEIRO QUE MINHA MÃE TINHA EM MÃOS TEVE QUE PAGAR O TAXI QUE USAMOS PARA PROCURAR MEU IRMÃO QUE ALEM DO DINHEIRO,O TAXIXTA AINDA FICOU COM UM RELOGIO QUE MEU PAI HAVIA DADO PRA MINHA MÃE.BEM ENTÃO VOLTAMOS HA ESTACA ZERO,POIS SEM DINHEIRO,SEM QUEM RECORRER,PROCURAMOS DE IMEDIATO A POLICIA QUE COMO CIDADÃOS TEMOS DIREITO A SEGURANÇA MAS O QUE OUVIMOS FOI PRA NÃO VOLTARMOS LA,NEM PRA PEGAR DOCUMENTOS ,NEM NADA.
FICAMOS DESESPERADOS POIS COMO FARIAMOS PRA NOS PROTEGER?PROCURAMOS UMA AMIGA QUE CONHECEMOS NO RESTAURANTE DE MEU PAI POREM O MARIDO DELA QUE ERA POLICIAL NÃO NOS DEXOU FICAR NA CASA DELE,DISSE QUE PAGAVA ATE UM HOTEL PRA FICARMOS.
MAS DEUS É MUITO MARAVILHOSO,NOS MOSTROU QUE NO FUNDO DESTA CASA HAVIA UMA SENHORA QUE HAVIA SE MUDADO A POUCO TEMPO E MONTADO UM RESTAURANTE,DESCOBRIMOS QUE ERA UMA SENHORA QUE IRIA COLOCAR UMA SOCIEDADE COM MEU PAI NUM RESTAURANTE MAS DEPOIS TINHA SE MUDADO E NÃO SABIAMOS PRA ONDE.FOMOS NO FUNDO DESTA CASA E NÃO É QUE ERA A MESMA SENHORA.CONTAMOS TUDO A ELA,QUE SE COMPADECEU DE NOSSA SITUAÇÃO E NOS DEIXOU FICAR NA CASA DELA.UMA CASA HUMILDE,SEM MUITO CONFORTO.ELA FOI UMA GUERREIRA,UMA MULHER DE CORAGEM AO NOS ABRIGARMOS LA.
QUANDO VINHEMOS EMBORA,MINHA MÃE DEIXOU UM DOCUMENTO ASSINADO E A XEROZ DA IDENTIDADE PARA QUE ELA PUDESSE FICAR COM NOSSOS MOVEIS E UM TELEFONE DE CONTATO QUE NOS LIGOU SOMENTE UMA VEZ PARA DIZER QUE POLICIAIS NÃO HAVIAM DEIXADO ELA PEGAR NADA,DEPOIS DISSO NOS PROCUROU MAIS E HOJE SO NOS RESTA A DUVIDA SE ELA PREFERIU POR MEDO NÃO NOS PROCURARMOS .MAS ESTA SEMANA ENCONTREI ESTA FOTO DELA QUE É A UNICA LEMBRANÇA QUE TEMOS DELA POIS NEM O NOME DELA CONSEGUIMOS LEMBRAR,MINHA MÃE ACHA QUE É FATIMA POREM NÃO TEM CERTEZA.
QUEREMOS TER NOTICIAS DELA E TAMBEM PARA FIRMAMOS UM PACTO QUE SE ALGUM DIA ESTE ESTADO NOS INDENIZAR QUE TAMBEM AJUDAREMOS ELA QUE GRAÇAS A SUA BONDADE PUDEMOS SOBREVIVER.
NAQUELE MOMENTO QUE MESMO PODENDO NEGAR AJUDA ELA SEM NEM PESTANEJAR NOS ACOLHEU,NOS ALIMENTOU,NOS VESTIU E O PRINCIPAL NOS PROTEGEU .OBRIGADA POR TUDO QUERIDA!!!!
Filha do mecânico "Baiano" vitima do esquadrão da morte pede ajuda da Imprensa do Acre para pressionar estado a pagar indenização
Emanuele lembra que a época dos crimes em que o pai Agilson Firmino “Baiano” e o irmão adolescente Wilder Firmino foram brutalmente assassinados, após terem sido torturados e mortos pelo “esquadrão da morte do Acre”, ela (Emanuela) tinha apenas 15 anos.
“fui convidada para falar sobre o assunto em uma emissora muito prestigiada, mas de inicio prefiro falar mesmo com o Jornalismo do Acre. Queremos que o Acre nos indenize e não sabemos como fazer até porque estamos distante dai, graças a Deus. Desta vez estou bastante chateada até porque já enviei alguns emails para o Ministério Público do Acre, e não recebi resposta, até mesmo para o twitter do excelentíssimo governador do Estado do Acre e também não recebi resposta.” Declara Emanuele.
A família de Gilson Firmino pede indenização no valor de R$ 2 milhões, pelas mortes dele e do filho Júnior.
Os crimes
segunda-feira, 4 de junho de 2012
NOVA INJUSTIÇA
EU NÃO ENTENDO COMO O SER HUMANO PODE SER TÃO CRUEL,EM ALGUMAS REPORTAGENS ALGUMAS PESSOAS DEIXARAM COMENTARIOS E FORAM BASTANTES RUDES,ALGUNS DELES DESCONHECEM MINHA HISTORIA POIS ATE FALARAM QUE É MEU PAI ERA VAGABUNDO ,QUE MATOU O PASCOAL MAS MEU PAI SO ESTAVA NO LUGAR ERRADO,NA HORA ERRADA.OUTRA COISA DISSERAM QUE QUERO FICAR RICA AS CUSTAS DO ESTADO ATRAVES DA INDENIZAÇÃO POREM ESQUEÇEM QUE MATARAM MEU PAI,MATARAM TAMBEM UM ADOLESCENTE DE 13 ANOS,O ESTADO NÃO NOS POSSIBLITOU UMA SEGURANÇA PARA QUE PUDESSEMOS SAIR DO ESTADO COM NOSSOS PERTENCES,SAIMOS COM A ROUPA DO CORPO,QUE JA ESTAVAMOS VESTIDOS A 1 SEMANA.NÃO QUERO FICAR RICA QUERO ALGO QUE TEMOS DIREITO.
ESPERO QUE LEMBRE DISSO E REPENSEM ANTES DE JULGAR-ME.
ESPERO QUE LEMBRE DISSO E REPENSEM ANTES DE JULGAR-ME.
domingo, 3 de junho de 2012
ABAIXO-ASSINADO
BEM NEM SEI SE REALMENTE SERIA UM ABAIXO-ASSINADO MAS GOSTARIA QUE AS PESSOAS QUE ESTÃO ACESSANDO MEU BLOG DEIXASSEM COMENTARIOS E DIVULGASSEM MEU BLOG POIS PRECISO DE MUITOS ACESSOS ACHO QUE NÓS CIDADÃOS ALEM DE SO RECLAMARMOS DO NOSSO PAIS TAMBEM PODEMOS FAZER A NOSSA PARTE E O QUE PEÇO A VOCES É QUE DIVULGUEM MEU BLOG,DIVULGUEM O SOFRIMENTO DE UMA FAMILIA BRASILEIRA DURANTE 16 ANOS.TAMBEM TENHO UM VIDEO NO YUOTUBE,PODEM ACESSAR PELO MESMO NOME DO BLOG:VIDA EM FUGA.
OBRIGADA DESDE JÁ
OBRIGADA DESDE JÁ
DIREITOOOOOOOO
ESPERO QUE AGORA O MINISTERIO PUBLICO E O GOVERNADOR DO ACRE PELO MENOS NOS PROCUREM,POIS APARTIR DE AGORA IREI DIVULGAR MESMO,VOU LUTAR PARA QUE O ACRE INDENIZE MINHA FAMILIA,NÃO SEI DE QUE FORMA MAS JA QUE QUEREM MUDAR ESTA PAGINA EU PREFIRO TERMINAR DE LER ESTE LIVRO DE TERROR.
QUEREMOS UMA INDENIZAÇÃO VALORES AINDA NÃO SEI,MAS NEM UM DINHEIRO IRA FAZER ESQUEÇERMOS TUDO QUE PASSAMOS,A FALTA QUE SENTIMOS DE MEU PAI E IRMÃO,E OLHA QUE É UMA DOR ENORME,O QUE QUEREMOS ,PRINCIPALMENTE EU COMO FILHA MAIS VELHA É PODER DAR UMA VIDA MELHOR A MULHER GUERREIRA QUE É MINHA MÃE.
QUEREMOS UMA INDENIZAÇÃO VALORES AINDA NÃO SEI,MAS NEM UM DINHEIRO IRA FAZER ESQUEÇERMOS TUDO QUE PASSAMOS,A FALTA QUE SENTIMOS DE MEU PAI E IRMÃO,E OLHA QUE É UMA DOR ENORME,O QUE QUEREMOS ,PRINCIPALMENTE EU COMO FILHA MAIS VELHA É PODER DAR UMA VIDA MELHOR A MULHER GUERREIRA QUE É MINHA MÃE.
sábado, 2 de junho de 2012
justica X injustiçaXnojo
"A
injustiça, senhores, desanima o trabalho, a honestidade,
o bem; cresta em flor os espíritos dos moços,
semeia no coração das gerações
que vêm nascendo a semente da podridão, habitua
os homens a não acreditar senão na estrela,
na fortuna, no acaso, na loteria da sorte, promove a desonestidade,
promove a venalidade [...] promove a relaxação,
insufla a cortesania, a baixeza, sob todas as suas formas."
(Rui Barbosa).
BEM É DESTA FORMA QUE ME SINTO TODAS AS VEZES QUE LEIO ALGO SOBRE COMO MEU PAI FOI ASSASSINADO,DA FORMA BRUTAL COMO ELE E MEU IRMÃO TIVERAM SUAS VIDAS CEIFADAS.ME SINTO ENOJADO POR ESTE PAIS,POR TER QUE VIVER NELE,AINDA MAIS PELO ESTADO DO ACRE QUE ALEM DE SEREM CONIVENTES COM TUDO QUE ACONTECEU ATE HOJE NÃO ASSUMIRAM DE FATO DE SEU ERRO CONTRA MIM,MEU IRMÃO E MAIS AINDA CONTRA MINHA AMADA MÃE,GUERREIRA QUE LUTA ATE HOJE PARA ACOSTUMAR SEM UM FILHO QUE FORA ARRANCADO DELA AOS 13 ANOS DE IDADE
SINTO NOJO,MUITO NOJO!!!!
BEM É DESTA FORMA QUE ME SINTO TODAS AS VEZES QUE LEIO ALGO SOBRE COMO MEU PAI FOI ASSASSINADO,DA FORMA BRUTAL COMO ELE E MEU IRMÃO TIVERAM SUAS VIDAS CEIFADAS.ME SINTO ENOJADO POR ESTE PAIS,POR TER QUE VIVER NELE,AINDA MAIS PELO ESTADO DO ACRE QUE ALEM DE SEREM CONIVENTES COM TUDO QUE ACONTECEU ATE HOJE NÃO ASSUMIRAM DE FATO DE SEU ERRO CONTRA MIM,MEU IRMÃO E MAIS AINDA CONTRA MINHA AMADA MÃE,GUERREIRA QUE LUTA ATE HOJE PARA ACOSTUMAR SEM UM FILHO QUE FORA ARRANCADO DELA AOS 13 ANOS DE IDADE
SINTO NOJO,MUITO NOJO!!!!
quinta-feira, 24 de maio de 2012
MPE esqueceu promessa feita a família de homem assassinado por Hildebrando
Mesmo com o aval do procurador de Justiça
Sammy Barbosa, chefe do Ministério Público Estadual, a ação de
indenização à família de “Baiano” [mecânico assassinado no dia 01 de
julho de 1996, após uma sessão de tortura que ficou internacionalmente
conhecida como “Crime da Motosserra”], caiu no esquecimento.
Hoje, a filha do mecânico, Emanuela Oliveira Firmino, enviou carta ao ac24horas pedindo
ajuda para “refrescar a memória do Ministério Público”. Desde o
julgamento do caso, que ela levantou a tese de que as pessoas que
mataram seu pai, algumas já condenadas pelo Tribunal do Júri da Comarca
de Rio Branco, eram agentes públicos e estavam a serviço do Estado. Um
dos condenados, Hildebrando Pascoal, pegou 18 anos de prisão.
Segundo um especialista em direito, o Ministério Público é
credenciado para entrar com a ação de pedido de indenização. Outra saída
apontada pelo advogado seria uma ação feita pela família através da
Defensoria Pública.
- Bem já procurei vocês e volto a procurar porque o
descaso continua. Foi acordado pelo doutor Sammy que o Ministério
Público iria entrar com ação de indenização para minha mãe, mas parece
que caiu no esquecimento, novamente gostaria da ajuda de vocês para
refrescar a memória do Ministério Público – disse Emanuela.
A reportagem entrou em contato com o Ministério Público
Estadual, a atendente informou que o procurador Sammy não estava em seu
gabinete. Tentamos resposta através da assessoria de imprensa. Uma
funcionária de nome Camila, ficou de dar retorno. Até as 16h30 não foi
feito nenhum contato.
FOI JUIZ QUEM NEGOU – Quando do fechamento da reportagem ac24horas
tentou outra vez contato com o Ministério Público Estadual e um
funcionário que pediu para não o nome revelado, informou que, de fato, o
MPE propôs durante o julgamento uma indenização para a família de
“Bainano” no valor de R$ 2 milhões, conforme permite a lei, mas que o
juiz Leandro Gross negou o pedido. Agora o que cabe é uma Ação civil
pública, mas a mesma só poderá ser apreciada quando o processo transitar
em julgado.
Jairo Carioca – da redação de ac24horas
jscarioca@globo.com
jscarioca@globo.com
quinta-feira, 19 de abril de 2012
A justiça é cega!!!!!!!
A justiça é cega.
Os justos são cegos.
Não valorizam diferenças e buscam colocar no prumo suas balanças.
Sem pender para lá, nem para cá.
E imparcialmente tomam decisões em prol do bem estar de todos.
Afinal, o mundo é feito de muitos.
Mas a injustiça tem seus olhos bem abertos!
E os injustos estão de olhos arregalados.
Eles misturam as coisas, enxergam o que não existe.
Colocam pequenas pedrinhas em um lado da balança apenas para tentar confundir.
Os injustos se utilizam, de um carinho a mais, de um amor e até de uma dor
para que o verdadeiro peso, caia sobre outros ombros.
Individualistas.
Continuo acreditando que mesmo de olhos vendados,
a justiça e os justos enxergam além.
Enquanto a injustiça e os injustos, cegos de tudo,
não vêem nada mais
do que seu próprio Amém!"
segunda-feira, 16 de abril de 2012
JUSTIÇA!!!!!!!!!!!!
Justiça é consciência, não uma consciência pessoal mas a consciência de toda a humanidade. Aqueles que reconhecem claramente a voz de suas próprias consciências normalmente reconhecem também a voz da justiça.A justiça pode caminhar sozinha; a injustiça precisa sempre de muletas, de argum.Quem comete uma injustiça é sempre mais infeliz que o injustiçado.
"Procuro semear otimismo e plantar sementes de paz e justiça. Digo o que penso, com esperança. Penso no que faço, com fé. Faço o que devo fazer, com amor. Eu me esforço para ser cada dia melhor, pois bondade também se aprende. Mesmo quando tudo parece desabar, cabe a mim decidir entre rir ou chorar, ir ou ficar, desistir ou lutar; porque descobri, no caminho incerto da vida, que o mais importante é o decidir."
quarta-feira, 28 de março de 2012
Pensamento do dia!!!!
Nosso mundo hoje
O mundo está perdido!
Tantas mortes e destruição.
Tantos estragos e poluição.
Tanta gente de fome morrendo.
Tantos animais extinguindo-se e desaparecendo.
Tanta gente rica que não reparte com ninguém.
Tantos problemas que os governos têm.
Tantas guerras arrasando nações.
Tantos acidentes, tantas explosões.
Tantas pessoas analfabetas, tantas sem onde morar.
Tantos adoecendo, sem remédio para se tratar.
O ser humano perdeu a razão.
Se afogou na própria ambição.
Clarice Pacheco
O mundo está perdido!
Tantas mortes e destruição.
Tantos estragos e poluição.
Tanta gente de fome morrendo.
Tantos animais extinguindo-se e desaparecendo.
Tanta gente rica que não reparte com ninguém.
Tantos problemas que os governos têm.
Tantas guerras arrasando nações.
Tantos acidentes, tantas explosões.
Tantas pessoas analfabetas, tantas sem onde morar.
Tantos adoecendo, sem remédio para se tratar.
O ser humano perdeu a razão.
Se afogou na própria ambição.
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