quarta-feira, 10 de outubro de 2012

FRENTE A FRENTE COM HILDEBRANDO http://radialistaediziolimaedizio.blogspot.com.br-ALTINO MACHADO

FRENTE A FRENTE COM HILDEBRANDO

http://radialistaediziolimaedizio.blogspot.com.br-ALTINO MACHADO

FRENTE A FRENTE COM HILDEBRANDO

Após 16 anos, voltei a ficar frente a frente com o ex-deputado Hildebrando Pascoal, na manhã desta segunda-feira, durante depoimento que prestei como "testemunha" na 4ª Vara Criminal da Comarca de Rio Branco.

A procuradora de Justiça Vanda Denir Nogueira, cunhada do ex-deputado, e a desembargadora Eva Evangelista abriram processo contra Pascoal por extorsão, calúnia e difamação.

O caso, que corre em segredo de Justiça, envolve duas cartas enviadas da prisão pelo ex-deputado em que ele tenta extorquir a procuradora e a desembargadora.

Fui convocado pela Justiça, a pedido do Ministério Público do Acre, onde tramita o inquérito sigiloso, juntamente com Ely Assem e Sílvio Martinello, donos dos jornais A Gazeta e A Tribuna.

Também foram intimados o advogado Raimundo Menandro de Souza, marido da desembargadora, Rosângela, mulher de Hildebrando, além de Emanuele, filha do casal.

- Estou com medo. Deviam ter o cuidado de nos manter separados. Essa situação é muito constrangedora - disse o jornalista Sílvio Martinello, 64 anos, quando apareceu na 4ª Vara Criminal o dentista Pedro Pascoal, irmão do ex-deputado.

- Também estou com muito medo - acrescentou Assem.

Antes da audiência, sentados lado a lado, Pedro Pascoal e o advogado Raimundo Menandro de Souza tiveram um curto diálogo sobre o ex-deputado.

- O Hildebrando conta com uma boa advogada atualmente.

- Quem? - indagou Pedro.

- A juíza da Vara de Execuções Penais - respondeu Menandro.

- Parei de visitar meu irmão na prisão. Eu ia lá, aconselhava ele a entregar tudo nas mãos de Deus, mas ele é muito teimoso e não desiste - esquivou-se Pedro Pascoal.

Eu seria o primeiro a depor, mas Martinello estava impaciente, tenso, constrangido. Falei com um oficial de gabinete que estava disposto a ser o segundo a depor.

Aleguei que o diretor de A Gazeta já está com quase 65 anos. Martinello se mostrou aliviado, o semblante mudou, prestou depoimento e saiu da sala do juiz após uns 15 ou 20 minutos.

Chamado para depor, encontrei na sala o juiz Cloves Ferreira, o promotor de justiça Rodrigo Curti e uma defensora pública. O juiz indagou se havia de minha parte alguma restrição à presença do réu.

- Nenhuma - respondi.

Minutos depois, conduzido por quatro policiais militares, Hildebrando Pascoal entrou na sala. Estava de camiseta pólo, bermuda e chinelos, apoiando-se num bengala.

- Posso sentar ao lado da defensora, meritíssimo?

- Sim - respondeu o juiz.

E Pascoal sentou-se diante de mim, no outro lado da mesa.

Ao deixar a sala, chegou a vez do depoimento do dono do jornal A Tribuna. Ele encontrou Pascoal na sala, mas não pediu para que o mesmo fosse retirado.

Voltei para casa arrependido por não ter sido o primeiro a depor, antes de Martinello, para que o mesmo reencontrasse o ex-coronel.

Meu depoimento é segredo de justiça.



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