- POST 14 OUTUBRO 2016
- BY ADAÍLSON OLIVEIRA (FOTO: TV GAZETA)
Filha de “Baiano” cobra mudança de postura do MP
O secretário de Direitos Humanos no Acre, Nilson Mourão, informou que vai descobrir quem fez promessas à esposa e os filhos sobreviventes de Agilson Firmino dos Santos, o “Baiano”, assassinado em 1996, quando teve parte dos braços e pernas decepados por uma motosserra.
A decisão do secretário foi incentivada pela entrevista exclusiva que a filha de baiano concedeu a TV Gazeta. Na gravação Emanuela Firmino, conta o sofrimento da família nos dias dos crimes em julho de 1996 e como conseguiram sair fugidas do Acre para não morrer.
O secretário prometeu entrar em contato com Emanuela para saber quem fez as promessas. “A família já sofreu demais, não dá para brincar com esse assunto. Vamos saber quem disse que seria possível os pagamentos e cobrar que tome as providências”, falou.
“Baiano” e um dos filhos de 13 anos, Wilder Firmino dos Santos, foram mortos por membros do esquadrão da morte por ordem de Hildebrando Pascoal, que estava vingando da morte do irmão Itamar Pascoal morto a tiros por um amigo de “Baiano”.
Depois de ver a barbaridade que fizeram com os corpos, Emanuela, a mãe e o irmão de 12 anos tiveram que se esconder por uma semana na casa de uma amiga até que conseguiram fugir do Acre. Na época, ainda procuraram a secretaria de Segurança Pública, mas delegados e policiais disseram que não podiam fazer nada.
Passados 20 anos dos crimes, Emanuela que na época tinha 15 anos decidiu falar e cobrar uma pensão vitalícia do Estado.
Em 2009, quando houve o julgamento do Caso Baiano, a família veio para o Acre onde prestou depoimento. Os promotores do caso prometeram lutar por uma indenização e uma pensão vitalícia.
Segundo Emanuela, a promessa nunca foi cumprida e hoje não conseguem falar com os promotores. “Na época das mortes, a omissão das autoridades acrianas revolta. Hoje, eles falam em ‘virar a página negra da história de crimes do Acre’. Como estão fazendo isso, se não pagam nossa indenização? Nunca nos ajudaram em nada! Quando saímos do Acre, deixamos tudo para trás. Até hoje não nos recuperamos. Criem vergonha na cara e nos indenizem”, exigiu.
Nos últimos três meses, o Ministério Público do Acre não responde os e-mails de Emanuela. Por isso, decidiu quebrar o silêncio duas décadas para cobrar o que tiraram da família.
“O meu irmão e o meu pai foram mortos por servidores públicos usando o aparato do Estado. Por isso, devemos ter do Governo do Acre alguma consideração”, disse revoltada.
Sabendo que Hildebrando foi beneficiado com o regime semiaberto, Emanuela se irrita ainda mais. Segundo ela o homem responsável pela dor e perda da família vai ficar livre e eles nunca conseguiram se recuperar emocionalmente e financeiramente.
A pensão vitalícia foi uma proposta do MPE, diz Emanuela, e dividiu os valores assim: R$ 1,8 mil para Evanilda Firmino esposa de Baiano e R$ 900 para cada um dos filhos.
A equipe de AGazeta.Net procurou o MPE. A promotora responsável pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado, Marcela Ozório, informou que não vai se manifestar sobre o assunto, pois não atuou no caso.
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