domingo, 16 de outubro de 2016

Desabafo

Segundo João Paulo II a violência destrói o que ela pretende defender: a dignidade da vida,a liberdade do ser humano,concordo plenamente,pois a violência sofrida por minha família,nos tornou prisioneiros,mesmo diante da beleza da natureza como nesta imagem,existem grades para nos aprisionarmos,nossa dignidade foi enterrada como indigente,da mesma forma que meu pai e meu irmão foram.
Mesmo apos 20 anos continuamos acorrentados pela aquela tragedia que nos destriu,fico a imaginar se não seria melhor termos morridos todos,falo do corpo pois a materia esta morta a 20 anos.Minha mãe se tornou uma refém dela mesmo,dos pensamentos tristes,da incapacidade de não ter podido enterrar um filho,de poder sentir o luto,eu depois daquele dia ainda não consegui olha-la nos olhos,não tenho força para isso,pois seus olhos so refletem tristeza.Meu irmão Eder uma criança na epoca,perdeu sua referencia nosso pai,cresceu um adolescente rebelde e revoltado mas que graças a Deus,hoje se tornou um grande homem.
E o que falar de mim,uma adolescente de 15 anos,idade tão esperada pelas meninas,eu sonhava com meus 15 anos de outra forma,com a festa,com o bolo e com a valsa que é claro dançaria com ele mas infelizmente além de não ter tido essa festa,perdi meu par para a valsa e o pior de tudo que perdi para o resto da vida e alem disso tive que amadurecer naquele momento,pois sabia que minha mãe iria precisar demais de mim.
Lembro que naquele momento de sofrimento,de angustia e terror,minha mãe queria proteger eu e meu irmão,queria nos esconder em algum lugar mas eu dizia sempre a ela que iria aonde ela fosse e assim aconteceu,juro que não sei aonde encontrei forças,sempre com a esperança que tudo aquilo seria um pesadelo e que iriamos acordar a qualquer momento mas infelizmente esse pesadelo ja dura 20 anos.
hoje eu sei que nada acontece por acontecer tudo tem um proposito,sei que se eu fiquei viva foi para ser o braço direito de minha mãe,hoje eu sei que ela precisa muito de mim,sei que poderia ter feito mais,porem também me sinto fraca,impotente.
Tem momentos marcantes da minha vida que sofro mais ainda porque gostaria muito que eles estivessem presentes,um desses momentos foi quando me formei e tentava buscar ele em algum canto do auditório e ele não estava la ( pausa para chorar),logo ele que me chamava de doutora,sei que ele se orgulharia muito de mim.
Meu pai saiba que aonde quer que você esteja,eu irei te amar alem da vida,você foi um grande homem,não veio ao mundo por vim,veio pra transformar vidas,seu legado aqui na terra foi muito lindo,meu irmão você^foi um guerreiro,não sai da minha cabeça que você morreu por mim,pois eu me ofereci pra ir e eles não me levaram e ai você foi.
Eu lutarei ate o fim para que nossa família seja indenizada,sei que vocês não irão voltar mais e que dinheiro não ira apagar das nossas mentes tudo que passamos porem minha mãe merece uma velhice digna.

“Criem vergonha na cara”, revolta-se


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Filha de “Baiano” cobra mudança de postura do MP
O secretário de Direitos Humanos no Acre, Nilson Mourão, informou que vai descobrir quem fez promessas à esposa e os filhos sobreviventes de Agilson Firmino dos Santos, o “Baiano”, assassinado em 1996, quando teve parte dos braços e pernas decepados por uma motosserra.
A decisão do secretário foi incentivada pela entrevista exclusiva que a filha de baiano concedeu a TV Gazeta. Na gravação Emanuela Firmino, conta o sofrimento da família nos dias dos crimes em julho de 1996 e como conseguiram sair fugidas do Acre para não morrer.
O secretário prometeu entrar em contato com Emanuela para saber quem fez as promessas. “A família já sofreu demais, não dá para brincar com esse assunto. Vamos saber quem disse que seria possível os pagamentos e cobrar que tome as providências”, falou.
“Baiano” e um dos filhos de 13 anos, Wilder Firmino dos Santos, foram mortos por membros do esquadrão da morte por ordem de Hildebrando Pascoal, que estava vingando da morte do irmão Itamar Pascoal morto a tiros por um amigo de “Baiano”.
Depois de ver a barbaridade que fizeram com os corpos, Emanuela, a mãe e o irmão de 12 anos tiveram que se esconder por uma semana na casa de uma amiga até que conseguiram fugir do Acre. Na época, ainda procuraram a secretaria de Segurança Pública, mas delegados e policiais disseram que não podiam fazer nada.
Passados 20 anos dos crimes, Emanuela que na época tinha 15 anos decidiu falar e cobrar uma pensão vitalícia do Estado.
Em 2009, quando houve o julgamento do Caso Baiano, a família veio para o Acre onde prestou depoimento. Os promotores do caso prometeram lutar por uma indenização e uma pensão vitalícia.
Segundo Emanuela, a promessa nunca foi cumprida e hoje não conseguem falar com os promotores. “Na época das mortes, a omissão das autoridades acrianas revolta. Hoje, eles falam em ‘virar a página negra da história de crimes do Acre’. Como estão fazendo isso, se não pagam nossa indenização? Nunca nos ajudaram em nada! Quando saímos do Acre, deixamos tudo para trás. Até hoje não nos recuperamos. Criem vergonha na cara e nos indenizem”, exigiu.
Nos últimos três meses, o Ministério Público do Acre não responde os e-mails de Emanuela. Por isso, decidiu quebrar o silêncio duas décadas para cobrar o que tiraram da família.
“O meu irmão e o meu pai foram mortos por servidores públicos usando o aparato do Estado. Por isso, devemos ter do Governo do Acre alguma consideração”, disse revoltada.
Sabendo que Hildebrando foi beneficiado com o regime semiaberto, Emanuela se irrita ainda mais. Segundo ela o homem responsável pela dor e perda da família vai ficar livre e eles nunca conseguiram se recuperar emocionalmente e financeiramente.
A pensão vitalícia foi uma proposta do MPE, diz Emanuela, e dividiu os valores assim: R$ 1,8 mil para Evanilda Firmino esposa de Baiano e R$ 900 para cada um dos filhos.
A equipe de AGazeta.Net procurou o MPE. A promotora responsável pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado, Marcela Ozório, informou que não vai se manifestar sobre o assunto, pois não atuou no caso.

“Caso Baiano”: a história de uma omissão de Estado

Após 20 anos, uma filha revoltada cansou do silêncio

Passados 20 anos do assassinato mais brutal do Acre, a filha de Agilson Firmino dos Santos, o homem que teve parte dos braços pernas amputados por uma motosserra, decidiu quebrar o silêncio e falar detalhes da tragédia que a família viveu e cobrar das autoridades do Estado a promessa de uma pensão vitalícia.
Emanuela Firmino, hoje com 35 anos, tenta levar uma vida normal, mas é difícil para ela, a mãe de 60 anos e o irmão Eder Firmino dormirem sem ter pesadelos.
A história do “Crime da motosserra”, como ficou conhecida, começa num domingo às 11:00hs no dia 30 de junho de 1996. Itamar Pascoal, irmão de Hildebrando Pascoal, é morto em um posto de combustível no bairro Bosque depois de uma discussão.
O atirador é José Hugo Alves. Ele não aceita um tapa no rosto e atira com um revólver no peito de Itamar, que morre na hora. Junto com Hugo, dentro do carro assistindo a tudo, sem nada poder fazer, estava o seu amigo: Agilson Firmino dos Santos, conhecido como “Baiano”.
Os dois sabiam que tinham mexido com a família errada e fogem do local. Começa uma das maiores perseguições da história da polícia acriana. Hugo conseguiu sair do Estado, mas “Baiano” é capturado logo no dia seguinte em Sena Madureira.
Na caçada, antes de chegar à vítima, um grupo de policiais ligados a Hildebrando vai à casa de “Baiano” onde estava a esposa e três filhos menores. A mulher Evanilda Lima de Oliveira é levada para o quartel da PM com a desculpa de que o marido tinha sofrido um acidente. Quando volta à noite para casa descobre que o filho de 13 anos, Wilder Firmino de Oliveira, também tinha sido levado por policiais.
Esses detalhes são revelados pela filha mais velha, Emanuela Firmino de Oliveira, que não quer mostrar o rosto e nem contar onde reside atualmente. Ela resolveu quebrar o silêncio e contar os horrores que a família viveu, mexer em cicatrizes psíquicas que atormentam a mente dos sobreviventes da tragédia.
“Se eu viver mil anos nunca esquecerei o terror que vivi no Acre. Perdi de forma bruta meu pai e meu irmão e por pouco toda a família não foi dizimada”, reclamou.
Na mesma noite em que o pai e o irmão não voltaram, mãe e filha saíram em busca dos dois pelas delegacias e hospitais sem conseguir notícias. Na segunda-feira, dia primeiro de julho, elas notam que estão sendo seguidas.
Policiais chegam a abordá-las e ameaçá-las. Segundo Emanuela, foi nesse momento que descobriu que o irmão e o pai estavam prestes a perder a vida. “A gente até aquele momento ainda não tinha entendido o que aconteceu. Não sabíamos até que ponto meu pai estava envolvido na morte do Itamar. Nosso desespero só aumentou e ficamos com medo de perder a vida”, falou.
Nesse mesmo dia, “Baiano” é capturado e levado para um barracão no bairro Estação Experimental, onde hoje é um estacionamento. O imóvel pertencia a Alípio Ferreira, que depois será eleito vereador de Rio Branco.
No banheiro do barracão, “Baiano” ficou algemado e passou por todo tipo de tortura. Os olhos são perfurados, um prego é colocado na testa. Mas, o terror acontecerá com os braços e pernas que serão amputados com uma motosserra.
“Eu vi meu pai um dia antes de tudo acontecer. Ele parece que estava adivinhando a morte. Disse para mim: lute por tudo que você desejar, não desista. Foi a última coisa que ouvi dele. Depois só vi fotos de meu querido pai sem pernas e braços. Imagina para uma adolescente absorver tanta violência com alguém que você ama”, disse chorando.
Na terça-feira, 2 de julho, o corpo de “Baiano” é jogado em um terreno baldio na avenida Antônio da Rocha Viana. É pelo rádio que Emanuela, o outro irmão de 12 anos e a mãe vão descobrir que o pai foi assassinado. O locutor fala de um corpo com braços e pernas decepados. Eles não têm dúvidas: ainda vão até o IML. Mas, com medo, não entram.
Na época dos crimes, “Baiano” morava com a família no bairro Preventório. “Na terça-feira, saímos para o IML, mas, com medo, decidimos nos esconder. Nem voltamos para casa. Deixamos para trás documentos, fotos, roupas e todos os bens. Saímos pedindo ajuda, muitas pessoas não nos ajudaram porque também tinham medo da reação da família Pascoal. Apenas uma amiga deixou a gente ficar escondida por uma semana na casa dela”, contou.
Depois de uma semana escondida apenas com a roupa do corpo, parentes que moram na Bahia enviaram dinheiro para que comprassem passagens e saíssem do Acre.
Foi no esconderijo, dois dias depois, na quinta-feira, que veio a notícia da morte do garoto de 13 anos. Sem poder fazer andar, Evanilda e os filhos choraram baixo e continuaram agarrados uns aos outros.
O copo de Wilder foi encontrado na BR-364 entre Rio Branco e Sena Madureira. A coluna tinha sido quebrada; ácido foi jogado no peito da criança para dizer onde estava o pai. No final, ainda levou um tiro. O irmão de Hildebrando, Pedro Pascoal, foi condenado a 20 anos de prisão pelo assassinato do garoto.
A família de “Baiano” (ou que sobrou dela) conseguiu sair do Acre apenas com a roupa que estava vestida. Na época, Wilder e “Baiano” foram enterrados como indigentes. “Esse trauma dificilmente será superado. Minha mãe não que falar do assunto. Vinte anos depois, usa como proteção o silêncio. Ela tem 60 anos, mas quando a gente olha parece que tem 90”, comparou.
O julgamento
O caso “Baiano” só virá à tona com a prisão de Hildebrando Pascoal em 1999. Nem um inquérito policial foi feito em 1996. Um ano depois da morte de “Baiano”, a polícia decidiu encerrar o caso alegando que não existia nada que se indicasse o autor do crime.
Toda a cidade sabia quem era o corpo do homem que foi jogado no terreno baldio, por que tinha sido assassinado e os principais culpados, mas houve um pacto de silêncio entre as autoridades do Estado.
Um ano depois da morte de “Baiano”, dois agentes foram até o local e informaram no inquérito que tinham conversado com algumas pessoas. Como não conseguiram coletar informações, podiam encerrar o caso.
Em 2009, Hildebrando e mais oito pessoas foram julgadas pelo crime. Evanilda, Emanuela e o irmão Eder voltaram ao Acre depois de 13 anos. Eles contaram durante o depoimento o sofrimento que passaram e assistiram a Hildebrando contar que não tinha matado “Baiano” e que os braços e pernas foram cortados com um terçado por Alípio Ferreira, que tinha falecido sete anos antes do julgamento.
Ele contou que os membros foram cortados para retirada das algemas. “A pena de 18 anos para Hildebrando foi injusta. Ele acabou com uma família e mesmo assim a condenação foi pequena. Quanto aos outros envolvidos, tem deles que foram até absolvidos. Não interessa correr atrás dessa história. Não vai trazer meu pai de volta”, criticou.
O que mais revolta Emanuela é que passados todos esses anos nunca receberam uma ajuda. Quando soube do sumiço do irmão, ela e a mãe ainda procuraram a secretaria de Segurança.
Na época, disseram que nada podiam fazer. “Quando chegou o período do julgamento, o Ministério Público prometeu conseguir uma pensão vitalícia no valor de mil e oitocentos reais para a mãe e novecentos reais para cada um dos filhos”. A promessa não foi cumprida e hoje ela nem consegue falar com os promotores e procuradores do caso.
Mais três acusados pela morte de “Baiano” ainda serão julgados: Pedro Pascoal, irmão de Hildebrando, e os primos Amaraldo Pascoal e Aureliano Pascoal, que, na época, era comandante da Polícia Militar.


terça-feira, 17 de maio de 2016

Juíza deve indicar novos médicos para avaliar Hildebrando; “ele pode morrer”, diz advogada

O laudo médico com um possível parecer favorável à prisão domiciliar pode ser o único trunfo de Hildebrando contra os sucessivos recursos do Ministério Público
ASSEM NETO, PARA A CONTILNET
Desde dezembro do ano passado são nomeados profissionais de Medicina para atestar as condições clínicas do ex-coronel Hildebrando Pascoal. Todos, no entanto, alegaram algum impedimento para compor a junta médica responsável por emitir o laudo. “É um caso ímpar no país. Mas nós não podemos nos contrapor à decisão pessoal deles”, diz um dos advogados do ex-deputado, Mirla Melo. Os médicos alegam, dentre outros motivos, que já cuidaram de Hildebrando noutras ocasiões, ou que têm algum parentesco com ele, mesmo que de terceiro grau.
hildebrando
Hildebrando enfrenta graves problemas de saúde
Pascoal é o único detento do país custodiado pelo estado, mas com todas as despesas médicas arcadas pela família. Ele está internado há 8 meses na Santa Casa de Misericórdia, onde, por decisão do próprio paciente, a comunicação está restrita aos filhos e à ex-esposa.
A juíza Luana Campos, de Execuções Penais, que há 13 meses determinou a prisão domiciliar de Hildebrando, deve analisar nesta terça-feira a indicação de três novos médicos. “Fizemos a opção por médicos do próprio estado, que trabalham no SUS. Queremos um exame fiel, isento, livre de quaisquer suspeitas”, informou Mirla Melo. Os nomes são escolhidos pela defesa do ex-coronel. A magistrada, de acordo com informações da advogada, precisa de uma avaliação de no mínimo três profissionais para se resguardar juridicamente caso seja confirmado que o detento necessita estar próximo da família.
ILDEBRASNDO DOC
Mandado de segurança assinado pela desembargadora Waldirene Cordeiro
TJ nega recurso do MP
O laudo médico com um possível parecer favorável à prisão domiciliar pode ser o único trunfo de Hildebrando contra os sucessivos recursos do Ministério Público. Em decisão publicada no dia 4 deste mês, o Tribunal de Justiça, através da Câmara Criminal, arquivou o processo em que o MP, por meio de mandado de segurança, pedia que fosse refeito o exame criminológico no qual Hildebrando é considerado apto para voltar a conviver em sociedade. Os promotores alegaram que o ex-coronel é “altamente perigoso”. O arquivamento foi ordenado pela desembargadora Valdirene Cordeiro, presidente da Câmara Criminal, atendendo ao voto da relatora, desembargadora Maria da Penha.
HILDEBRANDO MEDICOS
Médicos do Acre recusam assinar laudo que mandaria Hildebrando para casa
Na Santa Casa
O ex-coronel, de 67 anos, sofre de hipertensão, diabetes, osteoporose e outras doenças oportunistas, e se nega a fazer uso de Morfina – narcótico de alto poder analgésico para aliviar dores severas. “Sinceramente, tememos que ele vá a óbito”, afirma a advogada. Dois agentes penitenciários se revezam na ante-sala do apartamento 8, no segundo piso da Santa Casa. Por orientação da médica Eliena Silva, que assina as prescrições todos os dias, os agentes também devem auxiliar o paciente em situações de emergência, já que ele não consegue mais caminhar e, para evitar a Morfina, prefere usar doses contínuas de ansiolíticos como Rivotril. Hildebrando dorme bastante em razão do efeito do remédio e, em certos momentos, não consegue organizar o pensamento. A medicação Tramal, uma droga poderosa contra dor, já não faz efeito.

quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Quando a vítima é familiar de pessoa assassinada

A Constituição de 1988 prevê em seu artigo 245 uma lei que disporá especificamente sobre pessoas vitimadas, como transcrito abaixo:
"Artigo 245 - A lei disporá sobre as hipóteses e condições em que o Poder Público dará assistência aos herdeiros e dependentes carentes de pessoas vitimadas por crime doloso, sem prejuízo da responsabilidade civil do autor do ilícito."
Temos também, tratando sobre o tema, o Artigo 248 da Constituição Estadual; Os Itens 106,107 e 108 do Programa Estadual de Direitos Humanos; a Lei Federal 9.807 de 13/07/1999 e finalmente a Lei Estadual 10.354 de 25/08/1999.
Existem, há algum tempo, serviços públicos e privados de atendimento à criança vitimizada, à mulher vítima de violência, ao idoso e outros segmentos afetados. Trabalha-se, porém, centralmente, nesses casos, com o conceito de vítima direta da violência. O conceito de vítima indireta, secundária ou de vitimização difusa ocasionada pelo ato violento lesando uma família ou uma comunidade, é um conceito novo.
As famílias de vítimas de violência, em primeiro lugar, muitas vezes não se reconhecem como também vitimizadas pelo fato e desconhecem seus direitos ou os serviços que podem usufruir.
É comum, também, a tendência a "esquecer", "deixar de lado", "apagar da memória", como uma defesa imediata. O medo é um fator que dificulta a busca por direitos: este aparece como um fator nas falas das famílias afetadas que temem represálias do autor do crime, principalmente quando este não está preso. Ao medo, muitas vezes, acrescenta-se o descrédito da população na ação das instituições de contenção e distribuição de justiça.
Estas situações, de
luto por causa da violência, quando não trabalhadas e elaboradas podem reaparecer sob a forma de distúrbios: aquilo que foi silenciado, ressurge como revolta, sensação de impunidade e injustiça, doenças, desânimo, depressão.
O que fazer?
- Se você conhece alguma família afetada pela morte violenta de algum de seus membros, aproxime-se, converse, faça que perceba a necessidade de atendimento.
- Existem direitos que devem ser atendidos: procure as organizações públicas e privadas de defesa de direitos das vítimas.
Endereços úteis
CRAVI – Centro de Referência e Apoio à Vítima (SJDC, SADS, Procuradoria Geral do Estado)
Apoio social, psicológico e jurídico gratuito a familiares de vítimas de homicídio e latrocínio

Fone/Fax: 3666-7334; 3666-7778

'Ainda não me recuperei', diz filha da vítima do 'crime da motosserra

14/08/2015 06h00 - Atualizado em 14/08/2015 11h42

Tácita MunizDo G1 AC


Firmino foi esquartejado com motosserra em 1996, em Rio Branco. 
Após 19 anos, Emanuela diz que soltura de Hildebrando é 'frustrante'.

Tácita MunizDo G1 AC
Emanuela diz que ainda não conseguiu se recuperar da morte do pai (Foto: Emanuela Firmino/Arquivo pessoal)Emanuela diz que ainda não conseguiu se recuperar da morte do pai (Foto: Emanuela Firmino/Arquivo pessoal)
"Meu pai não pôde ver eu me formar na semana passada. Por muito tempo não pude sequer levar uma flor para o túmulo dele, porque foi enterrado como indigente na época. Depois de quase 20 anos, a gente ainda não se recuperou", disse. O desabafo é da assistente social, Emanuela Firmino, de 34 anos, sobre a morte do seu pai Agilson Santos Firmino e de seu irmão, então com 13 anos, Wilder Firmino, mortos em 1996, em Rio Branco, pelo grupo de extermínio que atuava no Acre na época, denominado Esquadrão da Morte.
O tema voltou a ser destaque no Acre nas últimas semanas, após a Justiça conceder ao ex-deputado Hildebrando Pascoal, acusado de liderar o grupo, a progressão de regime para o semiaberto. No dia 4 de agosto, Pascoal conseguiu o benefício, que foi cassado no mesmo dia.O mandado de segurança aguarda julgamento na Câmara Criminal de Rio Branco.
Por muito tempo não pude sequer levar uma flor para o túmulo do meu pai"
Emanuele Firmino, assistente social
Atualmente, Emanuela prefere manter o estado onde mora em sigilo. Ela também resguarda a sua imagem, da sua mãe e de seu irmão sobrevivente. No dia do crime, ela diz lembrar de tudo o que aconteceu e de como recebeu a notícia da morte de seu pai. Após ouvir no rádio sobre o crime, ela viu o corpo do seu pai machucado e com os membros serrados estampados em telejornais locais. O caso ficou conhecido como 'Crime da Motosserra'. 
Ela vive com a mãe Evanilda Firmino, de 59 anos, e um irmão de 32 anos. O crime ainda é um tema muito dolorido na família. "É complicado porque a gente perdeu tudo que tinha. Meu pai nunca foi bandido, sempre foi um homem de bem, só estava na hora errada, no momento errado e com a pessoa errada. E sem falar no meu irmão, que tinha 13 anos, e foi brutalmente assassinado com ácido", diz.
A família tinha chegado ao Acre havia cinco meses para tentar melhorar de vida. Firmino tinha aberto um restaurante de comidas típicas nordestinas e conheceu José Hugo, que visitava o restaurante da família diariamente. A filha conta que Firmino e José Hugo então criaram um laço de amizade. "O José Hugo era nordestino, então meu pai e ele ficaram muito amigos", diz.
Emanuela mostra uma das poucas fotos que restou do pai. Como o álbum ficou no Acre, as fotos são reproduções de outras fotos e têm a qualidade ruim (Foto: Emanuela Firmino/Arquivo pessoal)Emanuela mostra uma das poucas fotos que restou do
pai. Como o álbum ficou no Acre, as fotos são
reproduções de outras fotos e têm a qualidade ruim
(Foto: Emanuela Firmino/Arquivo pessoal)
Em 30 de junho de 1996, Itamar Pascoal, irmão de Hildebrando, foi morto com um tiro por José Hugo e Firmino teria presenciado a cena. Emanuela esclarece que o pai não teve envolvimento com o crime. "Meu pai sempre foi honesto, sempre trabalhou para manter a família. Ele não teve nada a ver com o assassinato, ele estava no lugar errado, na hora errada. Na época disseram que ele era bandido, mas meu pai tinha saído para levar o carro ao conserto, quando aconteceu tudo", explica.
A partir disso, Pascoal, que era coronel da PM, teria agido por vingança. Firmino então foi morto e esquartejado com uma motosserra. A família acredita que o filho do autônomo tenha sido morto após ter saído de casa. O corpo do adolescente foi encontrado queimado por ácido. Após os crimes, a família nunca mais voltou para a casa em Rio Branco e foi embora do Acre apenas com a roupa do corpo.
No dia do 'Crime da Motosserra', Emanuela diz que homens se identificaram como policiais e levaram primeiro sua mãe. "Disseram que meu pai foi pego bebendo e dirigindo e que estava na delegacia. Minha mãe foi, em seguida os policiais voltaram e disseram que ela estava pedindo que um filho fosse encontrá-la, eu disse que ia, mas disseram que mulher não podia. O Wilder então foi com eles", conta.
Depois disso, a filha disse que só viu os corpos do pai e do irmão pelos noticiários e iniciou uma verdadeira saga para sair do estado. "A gente não tem nem fotos do meu pai porque a gente saiu com a roupa do corpo. Minha mãe, que nunca tinha trabalhado, passou a trabalhar de doméstica para criar os dois filhos, porque quem trabalhava era meu pai. Ele nunca deixou faltar nada em casa. Quando vi o corpo do meu pai na TV, a imagem que mais me marcou é que ele estava machucado e sem os óculos que sempre usava", relembra.

Em 2010, após o julgamento, as ossadas de Firmino e do fillho foram mandadas para a cidade onde a família vive. "Eu falei que a gente não tinha nem como prestar homenagens para o meu pai, pelo menos agora podemos ir ao cemitério", diz. 
Sem o marido e sem o filho, Evanilda nunca passou por um acompanhamento psicológico. "Ela não teve esse apoio. Até hoje, todos os dias a minha mãe chora. Ela tenta mostrar que superou, mas quando ela não chora na nossa frente, a gente vê na fisionomia do rosto dela que estava chorando. É complicado, ela perdeu um filho, perdeu tudo", lamenta.
Emanuela tinha 15 anos e recorda que a última vez que viu o pai, foi um dia antes do crime, porque no dia em que tudo aconteceu ele teria saído bem cedo de casa e ela ainda dormia. "No dia anterior, ele estava bebendo em um bar perto de casa e fazia muito frio. Chegou em casa acordando a gente e desafiou que daria R$ 100 para quem fosse tomar banho de água gelada. Fui a única a ir, quando estava indo ao banheiro, ele me parou e disse que eu sempre devia lutar pelo o que queria. Em seguida, enrolou meus pés e disse: 'Tá vendo como é bom ter um pai?'", emociona-se.
Hildebrando Pascoal durante julgamento em 2009, em Rio Branco (Foto: Reprodução/Rede Amazônica Acre)Hildebrando Pascoal durante julgamento em 2009, em
Rio Branco (Foto: Reprodução/Rede Amazônica Acre)
Essa foi a última frase que a assistente social ouviu do pai e a última imagem dele vivo que ela guarda. "Hoje, tento ser essa guerreira que ele pediu que eu fosse. Amava meu pai, na verdade, o amo demais ainda", salienta.
A assistente social agora, após formada, sonha em criar uma ONG para dar apoio para vítimas de violência. Segundo ela, a organização daria apoio jurídico e psicológico para as vítimas de forma gratuita. "Agora queremos paz, nada mais", finaliza.
Possível progressão de regime para Hildebrando
Sobre a possível ida de Pascoal para o regime semiaberto, ela se diz leiga quando às leis, mas é categórica ao dizer que acha injusto.  "Eu me sinto frustrada como brasileira em ver alguém com mais de 100 anos de condenação ser solto. Se a Justiça acha que é correto, tudo bem, isso não vai influenciar em nada na nossa vida porque temos a consciência tranquila de que nunca fizemos mal a ele", destaca. 
Emanuele também aproveitou para esclarecer uma informação divulgada na época e que segundo ela, não era verdade. Firmino nunca teria sido mecânico e sim dono de restaurante. Ele levava o carro ao conserto quando teria presenciado o assassinato do irmão de Pascoal. "Houve uma confusão, falaram que ele era mecânico porque ele tinha ido em uma oficina, mas não tem nada a ver", afirma.
'Caso Motosserra'
Acusado de chefiar um grupo de extermínio no Acre, Pascoal cumpre pena em Rio Branco por tráfico, tentativa de homicídio e corrupção eleitoral. Em 2009, ele foi condenado pela morte de Agilson Firmino, o 'Baiano', caso que ficou conhecido popularmente como 'Crime da Motosserra'. As condenações todas somam mais de 100 anos. Desde 1999, Pascoal cumpre pena no presídio Antônio Amaro, em Rio Branco.

sábado, 20 de julho de 2013

MINHA HISTORIA EMANUELA FIRMINO


VENHO ATRAVÉS DESTE TEXTO COMPARTILHAR A MINHA HISTORIA QUE GOSTARIA QUE FOSSE TALVEZ QUEM SABE UM CONTO DE FADAS POREM ESTAR MAIS PARA CASA DOS HORRORES.
SEMPRE TIVE UMA FAMILIA MUITO UNIDA,MINHA MÃE UMA TRADICIONAL DONA DE CASA,MUITO FELIZ EM CUIDAR DE SEUS TRES FILHOS E SEU MARIDO.MEU PAI UM HOMEM SONHADOR,QUE LUTAVA PARA DAR UMA VIDA DIGNA PARA SUA FAMILIA,COISA QUE POR SER MUITO POBRE NÃO TEVE.VIVIAMOS MUITO BEM PARA UMA FAMILIA CLASSE MEDIA SUBURBANA,ATE QUE UM DIA UM DOS SEUS SONHOS TRANSFORMOU NÃO SO A SUA VIDA COMO DE TODA SUA FAMILIA.
NO INICIO DO ANO DE 1996 DECIDIU SAIR DA TERRA EM QUE VIVÍAMOS E BUSCAR A FELICIDADE EM OUTRO ESTADO E INFELIZMENTE DECIDIU QUE IRIAMOS MORAR NO ESTADO DO ACRE PRECISAMENTE EM SUA CAPITAL RIO BRANCO,A DECISÃO FORA TOMADA POR INTERMEDIOS DE AMIGOS QUE JA HAVIAM PASSADO POR ESSE ESTADO EM FASE DE CRESCIMENTO,ENTÃO UM OTIMO LUGAR PARA CONSTRUÇÃO DE UM SONHO,ELE IMAGINA QUE CRESCERIAMOS JUNTAMENTE COM A CIDADE.
BEM QUANDO COMPLETAMOS 5 MESES VIVENDO NESTA CIDADE E PASSANDO POR MUITAS DIFICULDADES,ACONTECEU TODA TRAGEDIA,O QUE VOU COMEÇAR A NARRAR PARA VOCÊS É ALGO QUE INFELIZMENTE É VERIDICO E QUE MARCOU A MINHA VIDA E DE TODA MINHA FAMILIA DE LA PRA CÁ.
MEU PAI SEMPRE FOI UM HOMEM FACIL DE FAZER AMIZADES,ACHO ATE QUE PUXEI ISSO DELE,VOLTANDO AO ASSUNTO.COMO MONTAMOS UM RESTAURANTE DE COMIDAS TIPICAS DO NORDESTE,ESPECIFICAMENTE DA BAHIA,COSTUMAVAMOS RECEBER CLIENTES NORDESTINOS,FOI AI QUE ELE CONHECEU UMA FAMILIA DE PIAUI E FEZ AMIZADE COM PATRIARCA DESTA FAMILIA CONHECIDO COMO JOSE HUGO.ENTÃO QUASE TODAS AS NOITES JOSE HUGO E SUA FAMILIA IAM JANTAR NO NOSSO RESTAURANTE.O TMEPO FOI PASSANDO E A AMIZADE SE FORTIFICANDO,JOSE HUGO SEMPRE EMPRESTAVA O CARRO PARA MEU PAI FAZER AS COMPRAS DO RESTAURANTE,ENTÃO AS PESSOAS SEMPRE OS VIAM MUITO JUNTOS.
NO DIA 29 DE JUNHO DE 1996,UM DIA DE SABADO E COM MUITO FRIO EM RIO BRANCO,MEU PAI CHEGOU EM CASA MUITO TARDE E JA ESTAVAMOS DORMINDO.MESMO ASSIM ELE NOS ACORDOU E NOS FEZ UMA PROPOSTA,QUE UM DE NÓS DE TRES QUE MESMO COM OS CORPOS QUENTES TOMASSEMOS BANHO DAQUELA AGUA GELADA,ELE DARIA 100 REAIS,MEUS IRMÃOS SE RECUSARAM MAS EU A FILHA MAIS VELHA COM 15 ANOS ME INTERESSEI,E ME DIRIGIR AO BANHEIRO POREM MEU PAI SEGUROU MEU BRAÇO E ME DISSE_EU ESTAVA BRINCANDO MAS GOSTEI DE VER,SEJA SEMPRE ASSIM,LUTE POR TUDO QUE VOCE DESEJAR,SEJA SEMPRE UMA GUERREIRA.E NOS LEVOU PARA O QUARTO,CHEGANDO AO QUARTO NOS AGASALHOU E ENROLANDO MEU PES COM O EDREDOM ME DISSE _VIU COMO É BOM TER UM PAI?
AQUELA FOI A ULTIMA VEZ QUE VI MEU PAI,NA MANHÃ SEGUINTE ELE SAIU BEM CEDOPARA IR A OFICINA OLHAR UM CARRO QUE ESTAVA EM CONSERTO,ESTE CARRO PERTENCIA A JOSE HUGO.NO HORARIO DE MEIO-DIA ESTAVAMOS ASSISTINDO A TV QUANDO O PROGRAMA FOI INTERROMPIDO POR UMA MENSAGEM URGENTE,O IRMÃO DO ENTÃO DEPUTADO ESTADUAL HILDEBRANDO PASCOAL HAVIA SIDO ASSASSINADO,E QUE OS ASSASSINOS HAVIAM FUGIDOS.
A FAMILIA DA VITIMA ERA A FAMILIA QUE COMANDAVA O ACRE,TODOS ENVOLVIDOS NA POLICIA E NA POLITICA.ATE ESTE DIA NÃO CONHCIAMOS E NEM HAVIAMOS ESCUTADO FALAR DESTA FAMILIA APARTIR DESTE DIA PUDEMOS CONHECER A FURIA DESTA FAMILIA.
PRA NOSSO ESPANTO QUANDO ANOITECEU UMA VIATURA PAROU A NOSSO PORTA E DISSE QUE MEU PAI HAVIA SIDO PRESO,POIS DIRIGIA ALCOOLIZADO E ELES QUERIAM LEVAR ALGUM DOS FILHOS PARA FAZER COMPANHA AO MEU PAI,SO QUE MINHA DISSE QUE QUEM IRIA ELA POIS NÓS ERAMOS TODOS DE MENORES.ELES LEVARAM MINHA MÃE CONTRA VONTADE E EU COMO FILHA DE MAIOR FIQUEI RESPONSAVEL POR MEUS IRMÃOS E PELA CASA,SO QUE MENOS DE 30 MINUTOS DEPOIS OS MESMOS POLICIAIS RETORNARAM DIZENDO QUE MINHA MÃE IRIA VOLTAR MUITO TARDE E QUE MANDOU BUSCAR UM DE NÓS PARA FICAR COM ELA LA,ENTÃO EU COMO SENDO A FILHA MAIS VELHA ME DISPONIBILIZEI PARA FAZER COMPANHIA A ELA NA DELEGACIA POREM ELES SE RECUSARAM A ME LEVAR COM O ARGUMENTO DE QUE ERA MENINA FOI AI QUE MEU IRMÃO DO MEIO UILDER FOI COM ELES,JAMAIS PODERIAMOS IMAGINAR TUDO QUE ESTAVA ACONTECENDO SO CAIMOS NA REAL UNS 20 MINUTOS DEPOIS QUANDO MINHA MÃE RETORNOU DA DELEGACIA SEM MEU PAI E SEM MEU IRMÃO.
O QUE DESCOBRIMOS É QUE MEU PAI ESTAVA COM JOSE HUGO QUANDO ELE DE FORMA FRIA ASSASSINOU O IRMÃO DO DEPUTADO ESTADUAL HILDEBRANDO PASCOAL E DEPOIS ELES FUGIRAM.ENTÃO ELES ACHAVAM QUE SABIAMOS AONDE MEU PAI E HUGO PODERIAM ESTAR,ACHARAM QUE PEGANDO MEU IRMÃO PODERIAMOS DAR CONTA DOS DOIS POREM AGENTE NÃO SABIA DE NADA,NEM DE ONDE ELES PODERIAM ESTAR.MINHA MÃE FICOU DESESPERADA AO CONSTATAR QUE MEU IRMÃO NÃO ESTAVA EM CASA,RODAMOS TODA A CIDADE ME BUSCA DELE,TODAS AS DELEGACIAS,JUIZADOS.
NO DIA SEGUINTE DA MESMA FORMA,ESTÁVAMOS DESESPERADA COMO PODERIAM FAZER MALDADE COM UMA CRIANÇA DE 13 ANOS.SO NA TERÇA-FEIRA DIA 02 DE JULHO QUEDO UM CORPO E DE IMEDIATO ACHAMOS QUE ERA DE MEU IRMÃO E FOMOS EM DIREÇÃO AO IML MAS NO CAMINHA NÃO TIVEMOS CORAGEM DE IR POIS SABÍAMOS QUE A IMPRENSA ESTARIA LA E NOS DIRIGIMOS PARA CASA DE UMA AMIGA,CHEGANDO LA VIMOS PELA TV A IMAGEM DO CORPO ENCONTRADO E PARA DESESPERO NÃO ERA O CORPO DE MEU IRMÃO E SIM DE MEU PAI ASSASSINADO,SEM AS PERNAS,SEM OS BRAÇOS,COM FUROS NA CABEÇA DE PREGOS QUE FORAM CRAVADOS.MUTA TRISTEZA,MUITO DESESPERO,AQUELE HOMEM QUE SAIU DE SUA CIDADE EM BUSCA DE FELICIDADE AGORA ESTAVA MORTO,MEU CHÃO HAVIA SE ABERTO,DE REPENTE AQUELE GAROTINHA DE 15 ANOS MIMADA PELO PAI FOI OBRIGADA A SE TORNAR ADULTA.O QUE PASSAVA NA TELEVISÃO ERA QUE MEU PAI ERA CÚMPLICE DE HUGO,ATE VULGO COLOCARAM NELE,NUNCA ESQUECI "NEGÃO BAIANO".
BEM A PARTIR DESTE DIA FICAMOS ESCONDIDOS NA CASA DE UMA AMIGA E DOIS DIAS DEPOIS ENCONTRARAM O CORPO DE MEU PAI EM UMA ESTRADA CARBONIZADO POR ACIDO.
ESTE INFERNO DE FICARMOS ESCONDIDOS DUROU UMA SEMANA MAS ANTES DE SAIRMOS DO ACRE PROCURAMOS TODOS NOSSOS DIREITOS FOMOS ATE A SECRETARIA DE SEGURANÇA PUBLICA E PEDIMOS PRA PELO MENOS PEGARMOS NOSSAS COISAS NA CASA QUE ERA ALUGADA E ELES DISSERAM QUE NÃO PODERIA FAZER NADA POIS TINHAM MEDO,ENTÃO TIVEMOS QUE SAIR DAQUELE ESTADO MALDITO SÓ COM A ROUPA DO CORPO,ROUPA ESTA QUE JÁ ESTÁVAMOS HA UMA SEMANA,SAÍMOS DE LA COM UMA MÃO NA FRENTE E OUTRA ATRAS,AJUDADOS POR FAMILIARES QUE SE ENCONTRAVAM EM OUTRO ESTADO,SEM APOIO DA JUSTIÇA,AQUELES QUE ESTAVAM ALI PRA NOS PROTEGER ALEM DE MATAREM MEU PAI E MEU IRMÃO AINDA VIRARAM AS COSTAS PRA NÓS.PASSADOS MUITOS ANOS O PESSOAL DO MINISTÉRIO PUBLICO NOS ACHOU JÁ QUE VIVÍAMOS COM MUITO MEDO E ESCONDIDOS,ELES QUERIAM QUE FOSSEMOS PRO JULGAMENTO,ALEM DE JUSTIÇA NOS PROMETERAM MUITA COISA,DISSERAM QUE TERÍAMOS DIREITOS A INDENIZAÇÃO MAS SÓ QUE DEPOIS QUE OS RÉUS FORAM CONDENADOS NOVAMENTE NOS VIRARAM AS COSTAS,QUANDO MANDO EMAIL NÃO ME RETORNAM.NÃO NOS PROCURARAM PARA NOS AJUDAR A BUSCAR TODOS ESSES DIREITOS PROMETIDOS POR ELES MESMO.SEI QUE JÁ SE PASSARAM 17 ANOS MAS ACREDITO AINDA NA JUSTIÇA,PERDEMOS ALEM DE DUAS VIDAS,PERDEMOS BENS MATERIAIS,MINHA MÃE PERDEU A SAÚDE EU E MEU IRMÃO A JUVENTUDE,PERDEMOS O DIREITO DE SERMOS FELIZES,SEI QUE DINHEIRO ALGUM IRIA PAGAR TODO SOFRIMENTO MAS MEU AMIGOS QUEM TIROU A VIDA DE MEU PAI E MEU IRMÃO,ERAM PESSOAS PAGAS COM NOSSOS IMPOSTOS,PESSOAS QUE ESTAVAM AI PRA NOS REPRESENTAR,PARA NOS PROTEGER ALEM DE CEIFAR DUAS VIDAS NOS TAMBÉM NOS TIRARAM O DIREITO A VIVER.
ESTOU ESCREVENDO ESTE DEPOIMENTO POIS PRECISO QUE DIVULGUEM,QUE COMPARTILHEM POIS SO AGORA CONSEGUI UM ADVOGADO POREM PRECISO DOS PROCESSOS MAS POR EMAIL ELES NÃO ME RESPONDEM,PRECISO QUE TOQUE NO CORAÇÃO DELES,OU DE ALGUM ADVOGADO OU ATE MESMO DO MINISTÉRIO PUBLICO DAQUI OU DO ACRE.E ASSIM FINALIZO ESTA HISTORIA TÃO TRISTE.
EMANUELA FIRMINO