quarta-feira, 26 de outubro de 2011

HILDEBRANDO PASCOAL PERDE PATENTE DE CORONEL


Publicado no Diário Oficial do Estado da última sexta-feira, 23, a demissão com perda de soldo, sem direito à indenização, de Hildebrando Pascoal Nogueira Neto, que até a semana passada era coronel reformado da Polícia Militar do Estado do Acre e recebia por esta função regularmente.
Segundo a publicação, após tramitação de processo no Ministério público Estadual, Tribunal de Justiça e Supremo Tribunal Federal, Hildebrando foi considerado policial militar indigno para o oficialato e, por isto, penalizado com a perda do posto e da patente, sem direito à remuneração ou indenização.
Hildebrando cumpre cerca de 200 anos por condenações em processos por tráfico de drogas, homicídios, crime eleitoral e outros.
Seu ocaso teve início em 1998, quando foi reeleito deputado federal pelo PFL (hoje Democratas). Investigado pela CPI do Narcotráfico, foi expulso do partido e cassado pela Câmara dos Deputados, por quebra de decoro parlamentar.
No mesmo ano foi preso com outras 46 pessoas acusadas de tráficos de drogas e os homicídios dos policiais  Walter José Ayala, Jonaldo Martins e Sebastião Crispim da Silva e do mecânico Agilson Santos Firmino, o Baiano. Este último, com requintes de crueldade, já que a vítima foi esquartejada.
Preso logo após a cassação, o ex-deputado federal foi levado para Rio Branco e mantido em um presídio da Papudinha até dezembro de 2003, quando foi transferido para o presídio de segurança máxima Antônio Amaro, juntamente com outros acusados de formar o grupo de extermínio no Acre.
Além dos assassinatos, apurou-se que Hildebrando envolveu-se em narcotráfico, crimes contra a ordem financeira, sonegação fiscal, porte ilegal de arma, compra de votos e aliciamento de eleitores através de droga acondicionadas em embalagens de comida, caso que ficou conhecido como “Operação Marmitex”.
Banzeiro

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Eternas saudades meu amado pai

Eternas saudades meu amado pai

Como dói essa dor,
você partiu e nos deixou...
eu não estava preparada para perder você
eu sempre pensei que um guerreiro como você
nunca fosse morrer.
Pai eu não suporto essa dor,
sinto falta de afagar teus cabelos,
sinto-me triste só de imaginar
não mais sentirei o teu cheiro.
Tu fostes o meu primeiro amor
Não tem doutor ou remédio
para curar a minha dor
Olho as tuas fotos,
beijos as tuas roupas,
mas nada me consola...
Quando me dizem:
aceita foi a vontade de Deus que foi feita
isso só me revolta, pois sei
nunca mais te terei de volta.
Eu preciso de uma explicação
Que acalme o meu coração.
Porque Deus te levou?
E só me deixou esta dor...
faz 16 anos que você partiu meu amado pai e ainda lembro do último beijo que te dei. " Eu sei que vou te amar por toda a minha vida...'

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Hildebrando Pascoal – currículo de um sádico


O ex-deputado federal Hildebrando Pascoal, que já cumpre mais de cem anos de cadeia decorrentes de condenações sucessivas por ter sido o líder do esquadrão da morte no Acre, com estreitas ramificações no narcotráfico, e ser o autor de diversos assassinatos cometidos por ele próprio ou por sua ordem, poderá ter acrescido em seu extenso rol de  penas mais cinco anos de reclusão.
Ele será julgado mais uma vez nesta segunda-feira, no Fórum Barão do Rio Branco, desta vez, sob a acusação de seqüestro e cárcere privado de Clerismar dos Santos Alves e dos filhos dela, Hávila César Santos Alves e Arelc dos Santos Alves, em julho de 1996.
Á época, os filhos de José Hugo, assassino do subtenente da Polícia Militar, Itamar Pascoal (irmão de Hildebrando), tinha sete e seis anos de idade, respectivamente. A família foi retirada à força da casa que moravam em Rio Branco por Manoel Maria Lopes da Silva o “Coroinha”, por ordem de Hildebrando, e levados para São Paulo, onde ficaram confinados em uma casa na capital paulista durante mais de um mês. Mãe e filhos foram soltos graças à intervenção da polícia daquele Estado. 
O seqüestro foi utilizado como moeda de troca e para forçar Clerismar a dizer onde estaria escondido o marido José Hugo, assassinado posteriormente pelo próprio Hildebrando no Estado do Piauí. Pelo mesmo crime de seqüestro e cárcere privado, sentará no banco dos réus em companhia do ex-comandante da Polícia Militar do Acre, o primo dele, Aureliano Pascoal que, a exemplo de Hildebrando, ocupou o mesmo cargo de comando militar e foi deputado estadual. Alex Fernandes Barros, o empresário Ney Roque e o soldado Marco Antônio, também foram indiciados. A pena prevista para este tipo de crime varia entre dois a cinco anos de prisão.
A promotoria irá enfrentar algumas dificuldades porque a Justiça não conseguiu encontrar duas das três vítimas – os filhos Hávila e Arelc e a maior parte das 15 testemunhas arroladas no processo. A mãe deles, Clerismar, morreu de câncer em 2001. “Apesar disso, temos os elementos necessários para conseguir a condenação”, explica Rodrigo Curti, da 10ª promotoria Criminal do Ministério Público Estadual.  O processo a ser julgado amanhã estava anexado àquele que investigou a morte de José Hugo e precisou ser desmembrado. Por isso, a demora no julgamento, que ocorrerá pela primeira vez.
Cronologia dos vários crimes
Na ação em que Aureliano Pascoal é denunciado juntamente com os demais envolvidos no seqüestro e cárcere privado da mulher e dos filhos de José Hugo, é feito um relato minucioso dos crimes atribuídos a Hildebrando Pascoal e seus comparsas e “subordinados”. A derrocada de Hildebrando Pascoal começou depois que o irmão, Itamar Pascoal, foi assassinado nas dependências do extinto Posto parati, situado nas esquinas das ruas Izaura Parente e Antônio da Rocha Viana, no bairro do Bosque. 
Tudo começou quando, em cinco de junho de 1996, Gerson Turino e a mulher dele, Ana Cláudia Costa Santos, celebraram um acordo na Penitenciária Dr. Francisco de Oliveira Conde, pelo qual pagariam R$ 20 mil a José Hugo para que ele intercedesse junto a “um deputado estadual” para conseguir a libertação de Gerson Turino, que cumpria pena por trafico de drogas.  Dias depois, Ana Cláudia, que estava acompanhada de Agilson dos Santos Firmino,  pagou o preço combinado à José Hugo que, ao invés de cumprir o prometido, comprou um carro com o dinheiro.
Em nove de junho, Ana Cláudia disse a Gerson que havia sido enganada por José Hugo e ambos pediram ajuda a Itamar Pascoal, que acionou Francisco de Sousa Farias, o “Cai-Cai” para a missão.  Em 30 de junho, Itamar e Gerson combinaram um encontro com José Hugo para resolver o problema, mas Hugo não compareceu e então começou uma caçada à ela pela cidade. Casualmente, José Hugo foi encontrado por volta das 23h no posto de gasolina, encontro que foi seguido de uma briga. José Hugo revidou atirando em seus desafetos, acertando em cheio Itamar Pascoal, que morreu no local.
A “caçada” ao assassino de Itamar passou então a ser encabeçada por Hildebrando, desta vez, auxiliado pelo irmão Pedro Pascoal e pelo primo Aureliano Pascoal, que à época era comandante-geral da PM.  O trio contava com o apoio e a retaguarda de policiais militares e civis. A procura surtiu o resultado parcialmente desejado e resultou na prisão de Agilson Santos Firmino, o “Baiano” e outras prisões ilegais. 
A meta de Hildebrando era saber a todo custo o paradeiro de José Hugo para que a morte de Itamar fosse vingada. Em decorrência da caçada sem tréguas, Evanilda Lima de Oliveira, mulher de Agilson, foi retirada de casa e levada para o Quartel Geral da PM por Pedro Pascoal e pelos policiais Sebastião Crispim da Silva e Antônio Oliveira da Silva, onde foi interrogada, mediante a falsa informação de que Agilson estava embriagado e havia provocado um  acidente de trânsito. Enquanto Evanilda era interrogada, Pedro Pascoal, Crispim e Antônio, retornaram á casa de Evanilda e capturaram o filho dela, Wilder, de 13 anos de idade. Agilson e o filho Wilder acabaram sendo executados naquele episódio que ficou conhecido como “o crime da motosserra”.
A influência de um deputado, ainda que assassino
A mulher de José Hugo, Clerismar Alves, os filhos do casal, Hávila e Arelc, escaparam de ser mortos durante o seqüestro e cárcere privado de que foram vítimas, graças à intervenção da polícia paulista, mas o patriarca da família teria um fim trágico. José Hugo, cuja cabeça fora colocada a prêmio pelo valor de R$ 50 mil por Hildebrando, foi capturado e assassinado pelo próprio Hildebrando Pascoal no Estado do Piauí.
O corpo dele foi desovado no vizinho Estado da Bahia. Raimundo Alves de Oliveira, o “Dim”, considerado um dos mais perigosos membros do “Esquadrão da Morte”,  auxiliou Hildebrando na execução. Os dois alugaram um táxi para retornar à Rio Branco. Durante a viagem, eles foram parados em uma blitz pela Polícia Rodoviária federal próximo à Cuiabá, no Estado  Mato Grosso. Os policiais encontraram dentro do veículo, farto arsenal com armas de diversos calibres, cordas e outros materiais de tortura. Ao saber que um dos passageiros era deputado, a dupla foi liberada. Ao relatar o episódio durante interrogatório tempos depois, Hildebrando Pascoal disse que tinha ido ao Piauí apenas para comprar um automóvel, uma possibilidade descabida, dada a distância entre o Piauí e o Acre.
O martírio de Agilson Firmino
Naquele período, vigorou no Acre a “Lei de Talião” e da vingança privada, revela os termos da ação. Agilson Firmino e o filho se tornaram vítimas inocentes que “tombaram frente à nefasta ação criminosa de execução sumária capitaneada pelos acusados”, completa o documento.
Além dos nomes já citados, foram arrolados ainda no processo Sete Bandeira Pascoal, outro irmão de Hildebrando, Amaraldo Uchoa Pinheiro, primo, e Adão Libório de Albuquerque, além de Alípio Vicente Ferreira (que se tornaria vereador e morreria de causas naturais alguns anos depois), e Alex Fernandes Barros. Aureliano Pascoal, no entanto, conseguiu escapar de ser indiciado porque era deputado estadual e conquistou foro privilegiado no período em que as investigações e os indiciamentos eram feitos.
Nos dois primeiros dias de julho de 1996, uma equipe de busca liderada por Alex Fernandes, sob o comando direto de Aureliano  e Hildebrando Pascoal havia localizado “Baiano” em um posto de gasolina em Sena Madureira. Ele foi trazido para Rio Branco sob ameaças e torturas, sendo levado pata um galpão de propriedade de Alípio, localizado próximo à rua Isaura leitão, onde permaneceu enclausurado, algemado e torturado para que dissesse o paradeiro de José Hugo. Adão Libório, Amaraldo, Sete Bandeira, Pedro Duarte Pinheiro Neto, participaram da sessão de tortura. 
‘Baiano” foi vítima de uma horrenda sessão de tortura com efetiva participação de Aureliano e demais integrantes da família Pascoal. Ele teve os olhos perfurados, braços, pernas e pênis amputados com a utilização da motosserra, além de ter tido um prego cravado em sua testa. Não satisfeito, Hildebrando ainda desferiu vários disparos com arma de fogo contra a cabeça de “Baiano”.  – Agilson morreu tão somente porque era empregado de José Hugo, cujo carro ele dirigia no dia em o patrão assassinou Itamar Pascoal. O que sobrou dos restos mortais de Agilson foram deixados próximo à TV Gazeta, na rua Antônio da Rocha Viana “em verdadeiro acinte às autoridades acreanas e como forma de ameaçar qualquer pessoa que tentasse se contrapor à vindita levada a efeito pelos denunciados”. 
Íntegra do pedido de condenação dos Pascoal
“Ante o exposto, o Ministério Público do Estado do Acre denuncia Aureliano Pascoal Duarte Neto como incurso nas penas do artigo 121, parágrafo 2º, incisos I (motivo torpe), III (mediante o emprego de tortura) e IV (recurso que torne impossível a defesa do ofendido), combinado com o artigo 62, inciso I, artigo 61, inciso II, alínea “g” e artigo 29, caput, todos do Código Penal; em razão do que requerer: o recebimento desta denúncia; a citação do denunciado para que se veja processar em juízo sob pena de revelia; a intimação das testemunhas arroladas para depor em juízo sob as cominações legais; a pronúncia do denunciado; e, a condenação do réu por este Egrégio Tribunal de Justiça.
Ramificações interestaduais
O assassinato de José Hugo, ocorrido no Piauí, contou com a complacência e a ajuda ostensiva da polícia daquele Estado, além de um juiz reconhecidamente corrupto. Osório Marques Bastos foi expulso da magistratura piauiense.
Ele foi condenado a 11 anos e oito meses de prisão em regime fechado e pronunciado por porte ilegal de arma restrita a Forças Armadas, adulteração e favorecimento ao pistoleiro acusado de assassinar o ex-prefeito de Redenção do Gurguéia, Joaquim Fonseca.  Osório Bastos  foi preso no Quartel do Comando Geral da Polícia Militar (PM), em Teresina (PI), para onde foi transferido depois de ter sofrido um infarto quando estava preso na Delegacia de Polícia de Curimatá.
Ele foi preso na zona rural de Curumatá, no sul do Estado, com duas espingardas, um rifle, uma pistola 9 milímetros e uma arma de uso restrito das Forças Armadas.
O juiz Osório Marques Bastos também responde processos na Justiça por suposta participação em homicídio e suposto favorecimento ao crime, além de falsificação de cartas precatórias, visando obter dinheiro público ilicitamente.
Estranhamente, o processo que apura a morte de José Hugo, que tramita na justiça daquele estado, cenário do crime, até hoje não foi julgado.  Isso pode ser indício de que as ramificações do crime organizado e do esquadrão da morte acreanos são ainda maiores do que se supunha. Para o promotor Rodrigo Curti, a demora no julgamento do processo pode ser explicada pelo fato de que, nele, estão envolvidos um coronel da Polícia Militar que foi deputado federal e um juiz, ainda que ambos tenham sido defenestrados de suas funções, de suas superioridades hierárquicas e de suas decências. 

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

BRASIL MOSTRA SUA CARA QUERO VER QUEM PAGA.....


A impunidade em nosso país é algo extremamente vergonhoso, talvez porque muitos “espertos” se beneficiem da ausência do “castigo legal”, protegidos pelo poder político ou por terem volumosas contas bancárias. O Código Penal deveria usar a venda da justiça, da equidade, deveria ser instrumento não apenas para punir os mais fracos, mas para levar justiça a todos sem distinção. A questão da impunidade não tem origem tão somente no Código Penal. O Código de Processo Penal é uma válvula de escape para a impunidade criminal é ele indiretamente financia e enriquece os intercessores diplomados. Vale lembrar que um delegado de polícia tem competência para arbitrar uma fiança, isto está lá no Código de Processo Penal, por exemplo, se o agente é flagrado subtraindo patrimônio alheio, quem vai aferir inicialmente se foi furto ou roubo é o delegado, se este entender que é furto, ele pode arbitrar fiança, não é a toa que crimes acontecem e bandidos são presos e soltos com uma rapidez enorme, mas, dependendo da classe social, no caso em tela, se for um pobre coitado, o crime seria de roubo e ele seria jogado na cela da prisão. Não é somente em relação à ação policial que o código apresenta discrepância, o instituto do "habeas corpus" é outra "brecha" processual que vem em favor do criminoso. Daí vem à famosa frase: "a polícia prende e a Justiça solta". É inadmissível que um bandido seja solto por deficiência ou inoperância da lei, cujo diploma todos tem que obedecer. A única solução visível para acabar com a impunidade seria modificar substancialmente o nosso Código de Processo Penal, porque ele na verdade se constitui num entrave para o combate à criminalidade, se continuar como esta, as autoridades judiciárias continuarão sendo apontadas como as grandes culpadas.

sábado, 23 de julho de 2011

POEMA DO DIA HOMENAGEM AOS MEUS SAUDOSOS PAI E IRMÃO!!!!

Deus costuma usar a solidão
Para nos ensinar sobre a convivência.
Às vezes, usa a raiva para que possamos
Compreender o infinito valor da paz.
Outras vezes usa o tédio, quando quer
nos mostrar a importância da aventura e do abandono.
Deus costuma usar o silêncio para nos ensinar
sobre a responsabilidade do que dizemos.
Às vezes usa o cansaço, para que possamos
Compreender o valor do despertar.
Outras vezes usa a doença, quando quer
Nos mostrar a importância da saúde.
Deus costuma usar o fogo,
para nos ensinar a andar sobre a água.
Às vezes, usa a terra, para que possamos
Compreender o valor do ar.
Outras vezes usa a morte, quando quer
Nos mostrar a importância da vida.
Paulo Coelho

sábado, 9 de julho de 2011

MAIS UM DESABAFO

BEM JA SE PASSARAM 16 ANOS DA MORTE DE MEU PAI E MEU IRMAO MAS AINDA ME PERGUNTO SE CONSEGUI SUPERAR,ONTEM ME PERGUNTARAM ISSO,DISSE QUE SIM QUE JA HAVIA SUPERADO MAS PASSEI A ME QUESTIONAR DURANTE A NOITE SE O FATO DE NÃO CHORAR TODAS AS VEZES QUE ME LEMBRO DO FATO SERIA TER SUPERADO,AGORA ACHO QUE NÃO,POXA SERIA TÃO BOM TE-LOS AQUI CONOSCO.
AS VEZES PENSO EM DESISTIR DE MEUS IDEAIS,DE MINHAS LUTAS POIS FICO MUITO TRISTE COM ESTE BRASIL QUE TEMOS.
SEI QUE A MORTE DOS DOIS FAZ MUITA GENTE SE QUESTIONAR SOBRE AS LEIS A IMPUNIDADE,A FALTA DE JUSTIÇA E ETC.
QUERO MUITO CONSEGUIR COLOCAR NA MENTE DE POUCOS QUE SE CADA UM FIZER UM POUCO JA É UM BOM COMEÇO.
Justiça é consciência, não uma consciência pessoal mas a consciência de toda a humanidade. Aqueles que reconhecem claramente a voz de suas próprias consciências normalmente reconhecem também a voz da justiça.


Quero a paz que inunda àqueles que são simples de coração
Que nos fazem singrar os rios da verdade
Que nos faz levantar a espada da justiça
Que nos faz riscar com o lápis da moralidade...
 
Quero a paz que brota mesmo sem a esperança
A paz que faz o sorriso nascer em meio à tristeza 
A paz insiste mesmo quando não se tem certeza do retorno da pessoa amada,
Não se tem certeza do descanso e do sono... 
 
Quero a paz que está no intimo do coração amante 
Que está na voz do sábio 
No gesto do coerente 
Que está na alma dos meus filhos...

terça-feira, 21 de junho de 2011

MEUS AMIGOS MAIS UMA REPORTAGEM!!!

NÃO CONSEGUIR COLOCAR A REPRTAGEM AQUI NO BLOG MAS VCS PODEM ACESSAR O SITE QUE É WWW.REDETV.COM.BR/ACONTECEU E OLHAREM LA REPORTAGEM HILDEBRANDO PASCOAL.
ASSISTAM MEUS AMIGOS E SINTAM UM POUCO O FILME DE TERROR QUE EU MINHA MÃE E MEU IRMÃO VIVENCIAMOS!!

quinta-feira, 16 de junho de 2011

MENSAGEM DO DIA!!!

“Comece tudo de novo. Recomece quantas vezes for necessários. Deus dá sempre uma nova oportunidade. Extraia vida das cinzas. Refaça as forças para uma nova batalha. Saiba que sábio é aquele que reconhece seus erros e que é capaz de usá-los como alicerces da sua maturidade e não aquele que nunca erra.”
Experiência Própria: Desistir? Nunca!!!

quarta-feira, 15 de junho de 2011

HOMENAGEM AOS MEUS SAUDOSOS PAI E IRMÃO ASSASSINADOS EM 1996


MEU PAI E MEU IRMÃO DESCANSEM EM PAZ SABENDO QUE ESTAMOS AQUI SENTINDO MUITA FALTA DOS DOIS MAS REZANDO PARA QUE ESTEJAM AO LADO DO NOSSO SENHOR DEUS PAI!!!













sexta-feira, 27 de maio de 2011

PENSO COMO SERIA BOM MEU PAI AQUI,MESMO SEM AS PERNAS E OS BRAÇOS!!!

Olhem que história... Não deixem de acessar o linck abaixo... Impossível não se emocionar!
ELE NÃO É SÓ PAI ... ELE É ALMA GÊMEA DO FILHO


Um dia o filho pergunta ao pai:
-Pai, vens correr comigo a maratona?
...E o pai responde que sim, e ambos correm a primeira maratona juntos.
Um outro dia, volta a perguntar ao pai se quer voltar a correr a maratona com ele; e o que o pai responde novamente que sim.
...Correm novamente os dois.
Certo dia, o filho pergunta novamente ao pai:
-Pai, queres correr comigo o Ironman?
(O Ironman é o mais difícil...exige nadar 4 km, andar de bicicleta 180 km e correr 42 ).
...E o pai diz que sim.
*Isto é tudo muito simples...até que se vejam estas imagens...fantástico!


http://sorisomail.com/email/13174/sensacional.html

o

quinta-feira, 19 de maio de 2011

DOI DEMAIS MESMO

BEM MEUS AMIGOS HOJE FUI PROCURADO POR UMA JORNALISTA PRA MAIS UMA ENTREVISTA,BEM QUERO SIM LUTAR PELOS DIREITOS DE MINHA FAMILIA MAS DOI DEMAIS RELEMBRAR TUDO,TODO SOFRIMENTO QUE PASSAMOS,LEMBRAR DE COMO MEU PAI E IRMÃO FORAM ASSASSINADOS.BEM VOCES PODEM AGORA IMAGINAR UM POUCO DO QUE SINTO,VEJAM AI A ULTIMA FOTO TIRADA DE MEU PAI:

quarta-feira, 11 de maio de 2011

QUERO COMENTARIOS MEUS AMIGOS

Há horas em nossa vida que somos tomados por uma enorme sensação de inutilidade, de vazio. Questionamos o porquê de nossa existência e nada parece fazer sentido. Concentramos nossa atenção no lado mais cruel da vida, aquele que é implacável e a todos afeta indistintamente: As perdas do ser humano.

Ao nascer, perdemos o aconchego, a segurança e a proteção do útero. Estamos, a partir de então, por nossa conta. Sozinhos. Começamos a vida em perda e nela continuamos.

Paradoxalmente, no momento em que perdemos algo, outras possibilidades nos surgem. Ao perdermos o aconchego do útero, ganhamos os braços do mundo. Ele nos acolhe: nos encanta e nos assusta, nos eleva e nos destrói. E continuamos a perder e seguimos a ganhar.

Perdemos primeiro a inocência da infância. A confiança absoluta na mão que segura nossa mão, a coragem de andar na bicicleta sem rodinhas porque alguém ao nosso lado nos assegura que não nos deixará cair... E ao perdê-la, adquirimos a capacidade de questionar. Por quê? Perguntamos a todos e de tudo. Abrimos portas para um novo mundo e fechamos janelas, irremediavelmente deixadas para trás.

Estamos crescendo. Nascer, crescer, adolescer, amadurecer, envelhecer, morrer.

Vamos perdendo aos poucos alguns direitos e conquistando outros. Perdemos o direito de poder chorar bem alto, aos gritos mesmo, quando algo nos é tomado contra a vontade. Perdemos o direito de dizer absolutamente tudo que nos passa pela cabeça sem medo de causar melindres. Assim, se nossa tia às vezes nos parece gorda tememos dizer-lhe isso.

Receamos dar risadas escandalosamente da bermuda ridícula do vizinho ou puxar as pelanquinhas do braço da vó com a maior naturalidade do mundo e ainda falar bem alto sobre o assunto. Estamos crescidos e nos ensinam que não devemos ser tão sinceros. E aprendemos. E vamos adolescendo, ganhamos peso, ganhamos, seios, ganhamos pelos, ganhamos altura, ganhamos o mundo.

Neste ponto, vivemos em grande conflito. O mundo todo nos parece inadequado aos nossos sonhos ah! os sonhos!!! Ganhamos muitos sonhos. Sonhamos dormindo, sonhamos acordados, sonhamos o tempo todo.

Aí, de repente, caímos na real! Estamos amadurecendo, todos nos admiram. Tornamo-nos equilibrados, contidos, ponderados. Perdemos a espontaneidade. Passamos a utilizar o raciocínio, a razão acima de tudo. Mas não é justamente essa a condição que nos coloca acima (?) dos outros animais? A racionalidade, a capacidade de organizar nossas ações de modo lógico e racionalmente planejado?

E continuamos amadurecendo, ganhamos um carro novo, um companheiro, ganhamos um diploma. E desgraçadamente perdemos o direito de gargalhar, de andar descalço, tomar banho de chuva, lamber os dedos e soltar pum sem querer.

Mas perdemos peso!!! Já não pulamos mais no pescoço de quem amamos e tascamos-lhe aquele beijo estalado, mas apertamos as mãos de todos, ganhamos novos amigos, ganhamos um bom salário, ganhamos reconhecimento, honrarias, títulos honorários e a chave da cidade. E assim, vamos ganhando tempo, enquanto envelhecemos.

De repente percebemos que ganhamos algumas rugas, algumas dores nas costas (ou nas pernas), ganhamos celulite, estrias, ganhamos peso. e perdemos cabelos. Nos damos conta que perdemos também o brilho no olhar, esquecemos os nossos sonhos, deixamos de sorrir. perdemos a esperança. Estamos envelhecendo.

Não podemos deixar pra fazer algo quando estivermos morrendo. Afinal, quem nos garante que haverá mesmo um renascer, exceto aquele que se faz em vida, pelo perdão a si próprio, pelo compreender que as perdas fazem parte, mas que apesar delas, o sol continua brilhando e felizmente chove de vez em quando, que a primavera sempre chega após o inverno, que necessita do outono que o antecede.

Que a gente cresça e não envelheça simplesmente. Que tenhamos dores nas costas e alguém que as massageie. Que tenhamos rugas e boas lembranças. Que tenhamos juízo mas mantenhamos o bom humor e um pouco de ousadia. Que sejamos racionais, mas lutemos por nossos sonhos. E, principalmente, que não digamos apenas eu te amo, mas ajamos de modo que aqueles a quem amamos, sintam-se amados mais do que saibam-se amados.

Afinal, o que é o tempo? Não é nada em relação a nossa grande missão. E que missão! Fique em Paz meu pai e meu irmão!!

terça-feira, 3 de maio de 2011

NOVO JULGAMENTO HILDEBRANDO PASCOAL

03/05/2011


Hildebrando é condenado a mais 11 anos

Aureliano foi considerado inocente, mas Hildebrando e comparsas foram condenados.

Eram 21h35 da noite de ontem (2) quando o juiz Leandro Gross, da 1ª Vara do Tribunal do Júri proferiu a sentença de Hildebrando Pascoal, Manoel Maria [o Coroinha], Sargento Alex Barros, Ney Roque e Marco Antônio Cesar [o Cabeça], todos condenados por cárcere privado de Clerisnar Santos e seus dois filhos. Somadas são mais de 40 anos de prisão. O único absolvido no processo foi o coronel Aureliano Pascoal. 

O Conselho levou mais de duas horas e meia para votar pela condenação dos réus. O julgamento que parecia ser tranqüilo, com previsão até de prescrição do processo, foi tenso e terminou com debates acalorados entre a acusação e defesa.  

Com exceção de Aureliano Pascoal, que comemorou a segunda absolvição seguida, os demais advogados e defensores públicos entraram com recursos junto ao Tribunal de Justiça, inconformados com a votação do Júri contrária com as provas dos autos e o total das penas aplicadas aos réus. 
Manoel Maria, Alex Barros, Ney Roque e Marcos Antônio tiveram o direito de recorrer da sentença em liberdade. O juiz disse não haver motivos para pedir a prisão dos réus.  
Para o Ministério Público, o Estado fechou uma página chamada Esquadrão da Morte, tese que prevaleceu nas acusações feitas pelos promotores Leandro Portela e Rodrigo Curti. Durante 2h30 eles fizeram uma cronologia dos crimes praticados sob o comando de Hildebrando Pascoal, afirmando que o cárcere privado a Clerisnar Santos, foi um desfecho do clima de terror implantado no Acre. 
- A sociedade acreana está de parabéns pelo trabalho feito aqui pelos jurados. Estou neste processo desde 2003 e acredito que hoje não viramos apenas uma página, mas fechamos um livro chamado Esquadrão da Morte – disse o promotor Leandro Portela.  

Aureliano Pascoal não concedeu entrevista à imprensa. Esboçando um sorriso pequeno, ele disse que precisava descansar a cabeça. A tese sustentada pela sua defesa prevaleceu. O Conselho de Sentença entendeu que Aureliano Pascoal não participou das operações de busca a Clerisnar Santos, que configuraram cárcere a ela e aos dois filhos menores.

O mesmo entendimento não prevaleceu a Hildebrando Pascoal, condenado mais uma vez em julgamento que envolve fatos ligados ao esquadrão da morte no Estado do Acre.

Como a acusação apresentou a participação de cada condenado na Operação: 

HILDEBRANDO PASCOAL:Era deputado estadual, foi quem coordenou a busca de Clerisnar no km 60 da Estrada de Sena, na fazenda de Mauro Paulino que também foi citado com Dário no processo. Clerisnar e os filhos teriam ficado a mando de Hildebrando na fazenda de Alípio Ferreira, mas no segundo dia, foram transferidas até a sua residência. Com ordem do deputado e com passagens doadas pela Casa Civil do Governo do Estado, Clerisnar viajou para São Paulo, escoltada por Coroinha. O Cárcere durou mais de 15 dias. 

SARGENTO ALEX E COROINHA: Considerados o braço direito das operações do Coronel Hildebrando, foram os policiais que resgataram Clerisnar e os filhos da fazenda localizada na estrada de Sena Madureira até o galpão do Alípio. Consta nos autos, que as vitimas foram conduzidas dentro do porta-malas do veículo alugado pelo gabinete civil. 

NEY ROQUE: Após alugar o carro Tempra para o Governo do Estado, dirigiu o próprio veículo para resgatar Clerisnar que vinha sendo conduzida por Coroinha e Sargento Alex pela BR 364 sentido Sena/Rio Branco. As vitimas foram transferidas para o porta-malas do carro de Ney. Consta que Clerisnar e os filhos foram encapuzados e tiveram as mãos amarradas. Com foco de lanterna no rosto, a elas foram feitas durante toda viagem, ameaças de morte, como uma espécie de intimidação para que a esposa de Hugo falasse o seu paradeiro.

MARCO ANTÔNIO CESAR [O CABEÇA] Era o caseiro da Fazenda de Alípio, homem de confiança que cozinhou para as vitimas, fez limpeza na casa e assistiu a toda operação no primeiro dia, antes de Clerisnar ser transferida para casa de Hildebrando Pascoal.  Segundo a acusação, o cárcere aconteceu entre os dias 3 e 26 de Julho.

Sentença dos acusados: 
HILDEBRANDO PASCOAL – 11 anos e 06 mesesSARGENTO ALEX – 10 anos e 06 mesesMANOEL MARIA - 10 anos de reclusãoNEY BANDEIRA ROQUE – 8 anos e 6 mesesMARCO ANTÔNIO CESAR – 3 anos de reclusão. 

Fonte: ac24horas

quinta-feira, 28 de abril de 2011

COMENTARIOS

BEM MEUS AMIGOS QUANDO ESTAMOS AFLITOS E PROCURAMOS NOS CONFESSAR NUMA IGREJA,NÃO VEMOS O PADRE MAS ESCUTAMOS SEUS CONSELHOS E SUA PENITENCIA,É ISTO QUE ESPERO DE VOCÊS MEUS AMIGOS,PRECISO DOS COMENTARIOS PARA SABERO QUE DEVO MUDAR,O QUE DEVO FAZER,MENSAGENS DE CONSOLO,MENSAGENS DE ESPERANÇA,DE FÉ.
SOFRI MUITOS,CONVERSEI POUCO AGORA QUERO PODER MOSTRAR AS PESSOAS MINHAS FRAGILIDADES,MEUS SONHOS.
OBRIGADA Á TODOS E NÃO ESQUEÇAM DOS COMENTARIOS!!!
"ESTE VIDEO FOI ESCOLHIDO POIS MEU SAUDOSO PAI ERA FÃ DE MARTINHO DA VILA
Hildebrando volta ao tribunal do júri nesta segunda-feira
Escrito por Lane Valle - lanevalle@pagina20.com.br
28-Abr-2011


De volta ao banco dos réus na próxima segunda, 2, o ex-deputado federal Hildebrando Pascoal será julgado pelos crimes de sequestro e cárcere privado cometidos contra Clerisnar Alves - esposa de José Hugo, que assassinou Itamar Pascoal em 1996.

Este é o último processo contra o coronel aposentado da PM no Acre. De acordo com o juiz Leandro Leri Gross, a previsão é de que o julgamento termine no mesmo dia, tendo em vista que o processo a que Pascoal e mais cinco réus vão responder na próxima segunda tem poucos volumes.

Porém, essa previsão inicial pode ser mudada caso o ex-deputado decida fazer a autodefesa, como já ocorreu em julgamentos anteriores. A audiência está prevista para as 7h30, na Vara do Júri do Fórum Barão do Rio Branco.

domingo, 17 de abril de 2011

PENSAMENTO DO DIA!!!


“Levante o seu rosto para o sol e siga sua estrela
Vá buscar seus sonhos além do arco-íris por mais impossíveis que pareçam.
Embale no peito as maiores esperanças e ouça sempre o seu coração.
acredite sempre e siga o seu caminho, pois o amanhã nasce do que você sonha hoje.”

domingo, 10 de abril de 2011

SEM INSPIRAÇÃO!!!

BEM MEUS CAROS AMIGOS,JA FAZ ALGUM TEMPO QUE NÃO ESCREVO NADA,ME ENCONTRO NUMA TOTAL FALTA DE INSPIRAÇÃO MAS ACHO QUE TENHO MOTIVOS PARA QUE ESTEJA ACONTECENDO ISTO,BEM JA FAZEM 15 ANOS QUE TIVE MINHA VIDA MUDADA E OBRIGADA A VIVER EM FUGA MAS MESMO COM TANTO TEMPO SO DEMOS ALGUNS PASSOS IMPORTANTES QUE FORAM AS CONDENAÇÕES DOS ASSASSINOS E NO MEU PONTO DE VISTA O MAIS IMPORTANTE FOI A TRANSFERENCIA DAS OSSADAS DE MEU PAI E MEU IRMÃO PARA PERTO DOS FAMILIARES,POIS ELES NÃO TIVERAM UM ENTERRO DIGNO.
QUANTO AS INDENIZAÇÕES OU PENSÃO VITALICIA  COMO ELES PREFEREM NADA FOI DECIDIDO,O QUE OCORRE É QUE OS ANOS ESTÃO PASSANDO E JA CAIU NO ESQUECIMENTO,SERA QUE É ERRADO COBRAR DO NOSSO PAÍS,DOS NOSSOS GOVERNANTES QUE ARQUEM COM TODO MAL QUE FIZERAM HÁ MIM E MINHA FAMILIA?
EU ESTOU INDIGNADA,ESTOU MUITO TRISTE COM O BRASIL DE HOJE,COM UM BRASIL DE POLITICOS CORRUPTOS,QUE SO QUEREM GANHAR AS NOSSAS CUSTAS,QUE POBRES SÃO ASSASINADOS TODOS OS DIAS,QUE CRIANÇAS MORREM ASSASINADAS POR LOUCOS QUE ENTRAM EM ESCOLAS,LOCAL QUE DEVERIA SER DE ACOLHIMENTO,DE PROTEÇÃO.
MEU AMIGOS PENSEI,PENSEI E PENSEI QUAL SERIA MINHA CONTRIBUIÇÃO,POIS NÃO ADIANTA SO RECLAMAR TEMOS QUE CONTRIBUIR,ALGUMAS PESSOAS JA HAVIAM ME PERGUNTANDO PORQUE NÃO ME FILIAVA HÁ ALGUM PARTIDO E QUEM SABE INGRESSAVA NA VIDA POLITICA,ACHO QUE PODERIA SER UMA OTIMA POLITICA,TENHO MEUS IDEAIS,TENHO MINHA FORÇA PARA BRIGAR POR MAIS JUSTIÇA NESTE PAÍS MEDIOCRE.

quarta-feira, 16 de março de 2011

FIQUEI MUITO TRISTE COM ESTA REPORTAGEM,COMO AINDA PEDEM QUE ESTE ASSASSINO SEJA SOLTO?

O CRIME ORGANIZADO NÃO ACABOU NO ACRE
Libertem logo Hildebrando Pascoal


Alguns políticos do Acre costumam se gabar dizendo que eliminaram o crime organizado no Estado. Balela.

A verdade mesmo é que diminuiu um tantinho. A prisão do delegado Carlos Bayma (foto) nesta segunda-feira (14) é mais uma evidência disso.

Bayma era um dos principais membros da organização criminosa que dominava o Acre nos anos 1990. Passou um tempo preso, mas já estava na ativa com pose de xerife americano.

De todo aquele bando de criminosos, acreditem, só Hildebrando Pascoal permanece preso. Libertem logo o coronel aposentado também.

Clique aqui para saber mais sobre os crimes em Acrelândia.

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Família de homem serrado vivo quer indenização do Estado

Família de homem serrado vivo quer indenização do Estado
Escrito por Tião Maia (Especial para o Página 20)
13-Fev-2011
Emanuela Firmino, filha de “Baiano”, propõe o pagamento de uma pensão ao que restou da família

O procurador de Justiça Sammy Barbosa Lopes, chefe do Ministério Público do Estado, disse ontem, em Rio Branco, ser favorável ao pagamento, pelo governo do Acre, de uma pensão à família de Agilson Firmino dos Santos, o “Baiano”, assassinado no dia 1 de julho de 1996 após uma sessão de tortura na qual foram secionados seus braços e pernas, além de outras lesões a golpes de motosserra. O crime é atribuído ao deputado federal cassado e coronel PM reformado Hildebrando Pascoal Nogueira Neto como retaliação à morte de seu irmão, o vereador e sargento PM reformado Itamar Pascoal, assassinado no dia 30 de junho daquele ano por José Hugo Alves Júnior, o “Mordido”, que vinha a ser amigo de “Baiano” e estava com ele na hora do assassinato. As torturas a “Baiano”, assim como a morte de um dos filhos da vítima, Uilder Firmino, então com 13 anos, ocorreram a fim de que fosse revelado por eles o paradeiro do assassino de Itamar, que só foi localizado e morto seis meses depois, no interior do Piauí. Hildebrando Pascoal também deverá ser julgado por esse crime em Avelino Lopes (PI).

O questionamento do pagamento de uma indenização ou de outra compensação financeira à família de “Baiano”, que ainda hoje vive refugiada em algum ponto do país, vem sendo feito pela filha mais velha da vítima. Emanuela Oliveira Firmino, hoje com 30 anos de idade, parte do princípio de que o governo do Acre deve uma indenização financeira a sua família porque as pessoas que mataram seu pai e seu irmão, algumas já condenadas pelo Tribunal do Júri Popular da Comarca de Rio Branco, como é o caso de Hildebrando Pascoal, eram agentes públicos e estavam a serviço do Estado. Hildebrando Pascoal pegou 18 anos de prisão por esse crime.


O procurador de Justiça Sammy Barbosa se mostrou favorável ao pagamento da pensão Sammy Barbosa, ao ser informado da pretensão de Emanuela Firmino, disse que a proposta tem sentido e está amparada por leis brasileiras e internacionais que tratam da proteção aos direitos humanos. De acordo com o procurador, a corte Interamericana de Direitos Humanos, da Organização dos Estados Americanos (OEA), da qual o Brasil é filiado e signatário, protege a pretensão de Emanuela. É com base nessas leis que o governo brasileiro vem pagando pensões às vítimas da ditadura militar, principalmente àquelas que sofreram torturas.

“Sou favorável a essa pretensão - e falo como procurador-chefe do Ministério Público do Acre e como promotor que atuou no caso - porque a violência que sofreu essa família, e num nível absurdo, é algo que precisa ser reparado, principalmente porque os agressores dessa família, em sua maioria, eram agentes do Estado”, disse Barbosa. “Eram pessoas que faziam parte da estrutura do Estado, inclusive parlamentares. Além disso, para capturar e submeter essas pessoas, pai e filho, à barbaridade das torturas que eles sofreram, foi utilizada inclusive o aparato de segurança do Estado.”

No julgamento em que foi condenado a 18 anos de prisão pela morte de “Baiano”, os promotores pediram o pagamento de uma indenização, por Hildebrando Pascoal e demais acusados, no valor de R$ 500 mil, à família de “Baiano”. O pagamento de indenização no Direito Penal, inclusive em crimes contra a vida, é um princípio novo e que não vem alcançando os objetivos proposto pela legislação. Um exemplo é o caso do próprio Hildebrando, que já não dispõe de nenhum bem em seu nome. Mesmo se condenado a pagar pesadas indenizações, ele não tem dinheiro para isso. Todo o seu patrimônio – fazenda, gados, joias, imóveis – está em nome de Rosângela Nogueira, casada com Hildebrando há 30 anos e da qual ele se separou consensualmente há um ano e meio. “Foi tudo armação para que ele não pague mais advogados nem indenização com o patrimônio acumulado”, disse um advogado com especialização em direito de família. “Ele se separou de dona Rosângela só no papel.”


PERITOS do Distrito Federal atestam que cortes foram feitos com motosserra Se isso for verdade, o pagamento dos R$ 500 mil como indenização pela morte de “Baiano” e de seu filho, no caso de Hildebrando, há de se tornar uma sentença inexequível. É nesse sentido que ganha cada vez mais relevância a pretensão de Emanuela Firmino de que o Estado, e não Hildebrando, deve a sua família o pagamento de uma indenização ou pensão.

“Não vejo abrigo no pagamento de uma indenização. De uma pensão, sim. Mas isso só deve ocorrer quando todo o processo transitar em julgado, quando não houver mais nenhum recurso sobre o caso”, disse Sammy Barbosa. “Depois disso, o Ministério Público pode se manifestar ao Poder Executivo, que toma a iniciativa junto à Assembleia Legislativa e aí, sim, essa família que tanto sofreu pode vir a receber um benefício do Estado.”

“É humilhante viver num país onde a vida das pessoas mais pobres não vale nada”
Ela tinha 15 anos quando viu seu pai e irmão pela última vez. Morava numa casinha acanhada na periferia de Rio Branco quando, de repente, na noite do dia 30 de junho, viu um bando de homens, uns fardados outros não, entrarem em sua casa. Primeiro, levaram sua mãe, Evanilda; depois, seu irmão Uilder, então com 13 anos.

Só no dia seguinte, ao reconhecer o corpo do pai sem braços, pernas e outros membros e ao saber que o cadáver de seu irmão havia sido encontrado com sinais de que havia sido embebido em ácido sulfúrico, ela compreendeu que sua família estava vivendo um terrível pesadelo. Com ajuda de familiares que viviam fora do Acre, Emanuela, sua mãe e o irmão sobrevivente da tragédia, Eder, então com 12 anos, conseguiram escapar da fúria dos executores e saíram do Acre. Só agora, 15 anos depois, ainda vivendo com medo e escondida, Emanuela, agora convertida à condição de líder do que restou de sua família, vem a público para falar sobre o assunto.

Personagem do livro “O Rabo da Besta”, que está em fase de edição, Emanuela Firmino foi localizada pelo jornalista Tião Maia, autor do livro a ser publicado, e concedeu a seguinte entrevista sobre o pagamento de indenização ou pensão a sua família. A seguir, os principais trechos da entrevista:

- Vocês acham que têm direito ao pagamento de uma indenização ou de uma pensão pela violência sofrida por parte do deputado Hildebrando Pascoal e de seus homens?

Emanuela - Como já falei em outras oportunidades, inclusive lá no julgamento dos assassinos do meu pai e do meu irmão, nós queremos somente que o Estado e o governo do Acre nos indenizem por tudo o que passamos. Queremos ser indenizados não somente porque os assassinos eram servidores públicos e mesmo assim cometeram esses dois brutais assassinatos, mas, pior ainda, porque o Estado que os contratou é o mesmo que nos negou apoio quando mais precisávamos.

- Como foi isso?

Emanuela - Na noite que prenderam meu pai e sequestraram meu irmão em nossa casa, minha mãe saiu comigo e meu irmão menor correndo pela rua, desesperada, pedindo apoio. Como já contei, ninguém quis abrir a porta para nós. Não tínhamos dinheiro para pegar um táxi e minha mãe conseguiu que um motorista nos transportasse para um local que não sei onde é pelo preço de um relógio caro que ela tinha ganhado de presente do meu pai. Passamos a noite refugiados num banheiro imundo e só conseguimos sair de Rio Branco com ajuda da nossa família que morava fora do Acre, quando já sabíamos que meu pai e meu irmão haviam sido mortos daquela maneira.


AGILSON Firmino e Evanilda durante a cerimônia de um casamento que duraria 16 anos - E por que você responsabiliza o Estado e o governo do Acre por isso?

Emanuela - Porque, além de terem sido agentes do Estado que fizeram aquilo com meu pai e meu irmão, o Estado e o governo, através de suas forças de segurança, nos negaram qualquer tipo de apoio. Quanto mais nós pedíamos socorro, mais nos negavam. Imploramos pelo amor de Deus que as autoridades nos ajudassem e a própria polícia dizia que ‘com a família Pascoal ninguém se metia’. Nós estávamos desesperados, em pânico, com muito medo de morrer, e a única coisa que nos diziam era para não retornar em casa e que não poderiam fazer nada pela gente.

- Ninguém teve pena da situação de vocês?

Emanuel - Pena talvez, mas ajuda não tivemos nenhuma, nem de pessoas nem do Estado. E éramos mesmo dignos de pena porque, naquele momento, éramos uma mãe com medo não só de morrer mas também de perder as duas únicas coisas que lhe restaram: seus dois filhos. E nós - eu e meu irmão Uelder - também não só tínhamos medo de morrer como o nosso irmão assim como também de perder nossa heroína naquele instante, a nossa mãe.

- Ela foi, de fato, uma heroína na luta para salvar vocês dois. Como se deu isso?

Emanuela - Minha mãe também esteve à beira da morte, como meu pai. Ela chegou a ser levada por policiais militares para o quartel da Polícia Militar e só por um milagre de Deus foi liberada e pôde voltar em casa para salvar a mim e meu irmão menor, já que meu irmão Uilder já havia sido sequestrado. Se minha mãe não tivesse voltado do quartel naquela noite, certamente eu e meu irmão também estaríamos mortos porque, como nós dois iríamos ficar naquela cidade, sem parentes, sem amigos, sem conhecer nada e com todo um aparato de segurança atrás da gente?

- Mas, ao que consta, vocês receberam algum tipo de ajuda para sair de Rio Branco, não foi?

Emanuela - Na verdade, a única pessoa que nos ajudou foi uma senhora humilde e corajosa, e nem seu nome eu sei, que, mesmo sabendo dos nossos problemas e com quem estávamos lidando, abriu a porta de sua casa e nos deixou ficar até quando partimos de Rio Branco.

- Como você reage às provocações de que, ao propor uma indenização ou pagamento de uma pensão, sua família está apenas querendo tirar proveito dessa tragédia?

Emanuela - Isso é coisa de gente maluca, de gente que não respeita a dor dos outros. Algum maluco andou comentando isso, mas não nos atinge. Particularmente, dinheiro não me interessaria se meu pai e meu irmão estivessem aqui. Mas o que ocorreu foi muito grave. Por isso, acho que não só eu, mas toda a minha família merece que o Estado possa arcar com tudo que fizeram contra a gente. Dinheiro não ira trazer meu pai e o Uilder de volta, mas, pelo menos, poderia oferecer um pouco de descanso a minha mãe e a minha avó, mãe de meu pai, que vive doente desde que soube da forma como seu filho foi morto e que hoje já nem consegue andar. Eu não luto só por mim. Lutarei por essas duas mulheres e pelo meu irmão.

- Você trabalha, estuda... ?

Emanuela - Não quero entrar em detalhes sobre a minha vida, mas posso garantir que eu e meu irmão trabalhamos, estudamos e vivemos dignamente. Mas eu vou lutar pela minha avó, que era ajudada por meu pai e que desde sua morte não tem quem faça nada por ela, porque minha família, e minha mãe principalmente, não mereciam passar por tudo o que passaram. Posso dizer que a dor da minha família, apesar do tempo, ainda não passou. Minha mãe é uma mulher triste, doente, acabada. Não esqueçam os meus críticos que minha mãe perdeu o marido que amava e um filho de 13 anos que era o mais apegado a ela. Ele não desgrudava dela a não ser para jogar videogame! Ela sofre calada. Não diz nada a mim porque sabe que sou revoltada com a nossa situação e sabe que cada dia que passa fico ainda mais revoltada com este país medíocre que protege poderosos e só destrói os mais pobres. Amo meu Brasil, mas é humilhante viver num país que tem esses valores, onde a vida das pessoas mais pobres não vale nada! Vou lutar para que o Estado do Acre pague por toda a humilhação e dor que nos fizeram passar. Depois, aí poderão dizer que a página negra virou. Por enquanto, não.

- Quanto você imagina que pode ganhar com isso?

Emanuela - Não pensei em valores ainda. Precisaria conversar com um advogado, o que ainda não fiz. O que sei é que se a família do Chico Mendes recebe, nos também temos esse direito, porque também fomos vítima de violência parecida, com duas vidas ceifadas, inclusive de um adolescente. Mas nunca procurei saber de valores nem como eles conseguiram obter esse direito. Mas vou descobrir. Isso tem que ser público.

- Como vocês vivem atualmente? Fale um pouco da situação de vocês, da sua mãe, do seu irmão e de você...

Emanuela - Bem, vivemos de forma humilde. Um pouco melhor do que quando tudo aquilo aconteceu e precisamos ficar na casa de parentes, dormindo no chão. Hoje, temos uma pequena casa. Eu, minha mãe e e meu irmão trabalhamos, mas sinto falta de uma assistência melhor à minha mãe e à minha avó. Ela tem problemas de saúde decorrentes daquele fatídico 30 de junho de 1996. Ela tem artrose e não anda mais. Há pouco tempo precisou de cadeira de rodas e não tínhamos como comprar. Sei que se meu pai estivesse aqui, isso não estaria acontecendo. Tenho uma bolsa de estudo e faço serviço social, com muito sacrifício. Meu irmão abandonou alguns sonhos e não completou nem o ensino fundamental. Trabalha com minha mãe em serviços gerais. Nossa vida é difícil, mas somos unidos e nos tratamos muito bem. Meu irmão, todos os dias, me manda mensagens de carinho, me chama de ‘meu amor’ e eu digo que o amo muito. Sempre choramos juntos. Éder idolatra meu pai. Eu sei que todos os seres humanos têm defeitos e meu pai certamente tinha também os dele, mas Éder o vê como um herói, o seu herói.

- Como é viver com medo? Vocês ainda tem medo?

Emanuela - Quem não viveria com medo depois de tudo que nós passamos? Mas, apesar de tudo, demos seguimento à nossa vida. Acho que o pessoal que matou meu pai e meu irmão não tem mais por que nos fazer mal porque nada temos acrescentar aos fatos. Como dissemos, inclusive no julgamento dos acusados, não vimos nada, não fizemos nada e não queremos saber de quem foi condenado ou não sobre o caso. Nada falaremos mais sobre eles. Por que essa gente ainda iria nos perseguir? Mataram meu pai e meu irmão para que eles dissessem onde estava o José Hugo. Pelo menos é isso que falam todas as reportagens sobre o assunto. Nós, o que restou da família, até hoje não sabemos de nada ao certo como foi e não fizemos mal a ninguém, nem eu nem minha família. Pelo contrário, nós é que sofremos toda a sorte de sofrimento e o que fizemos foi entregar tudo nas mãos de Deus.

- O Hildebrando disse à imprensa, ao sair de uma cirurgia num hospital de Rio Branco, que não tem mais raiva de ninguém. Você acredita nisso ?

Emanuela - Eu já falei e vou repetir: não tenho nada que falar sobre esse senhor. Ele foi julgado e condenado não pela minha família, mas pela Justiça. Se ele tem raiva ou não de alguém, não é problema nosso. Não queremos nada dele, não entraremos com ações contra ele. Queremos, isso sim, é entrar contra o Estado e o governo e peço a todos que nos respeitem, pelo nosso sofrimento e por tudo que passamos.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

PERNAS TRÊMULAS E AQUELE FRIO NA BARRIGA

MEUS AMIGOS ESTOU PENSANDO EM ACABAR COM MEU BLOG,NÃO SEI SE DEVO CONTINUAR,SERA QUE SONHAR COM UM BRASIL DIFERENTE DEPOIS DE TUDO QUE PASSEI É ERRADO?OLHA SMEPRE DEIXAMOS CLARO ATÉ MESMO NO JULGAMENTO,NÃO CONSEGUIMOS RECONHECER NINGUEM,NO DIA SO VIMOS OS POLICIAIS QUE FORAM LA EM CASA MAS ESTAVAM DE BONÉ E ACHO QUE NOSSO CEREBRO BLOQUEOU E NÃO LEMBRAMOS E NEM RECONHECEMOS NINGUEM.PODERIAMOS ENTRAR COM AÇÕES INDENIZATORIAS CONTRA OS CONDENADOS MAS NÃO QUEREMOS,NÃO QUEREMOS NEM SABER QUEM FOI OU DEIXOU DE SER CONDENADO,NÃO ESTAMOS AQUI PRA FALAR NEM BEM NEM MAL DE QUEM FOI CONDENADO PORQUE PRA GENTE NÃO FAZ DIFERENÇA O QUE QUERIAMOS MESMO ERA OS DOIS COM AGENTE E ISSO NÃO TEREMOS MAIS.SE FORAM JULGADOS E CONDENADOS NÃO FOI POR NOSSA CULPA PORQUE FICAMOS QUETINHOS EM NOSSO CANTO SO QUERENDO ESQUECER TODO AQUELE PESADELO VIVIDO POR MINHA FAMILIA.
O QUE QUEREMOS MESMO É QUE O ESTADO REPARE O MAL,SABEM POR QUE O ESTADO?PORQUE QUANDO ACONTECEU TUDO,PROCURAMOS PROTEÇÃO,PROCURAMOS AJUDA E NEINGUEM NOS AJUDOU,NEM AO MENOS DAR PROTEÇÃO A UMA MULHER DESAMPARADO COM DOIS FILHOS TRAUMATIZADOS.E É SOMENTE CONTRA ESTE ESTADO QUE IREI BRIGAR.AS PESSOAS JA FORAM JULGADOS PELA JUSTIÇA.AGORA QUERO QUE A JUSTIÇA JULGUE A PROPRIA JUSTIÇA E NOS FAÇA JUSTIÇA.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

QUANDO LI ESTA REPORTAGEM ME BATEU UM MEDO,ME DEU VONTANDE DE DESISTIR!!!

Entre o medo e o dever
Escrito por Tião Maia
27-Nov-2010
Como ficam os homens e mulheres que ajudaram a desmontar o esquadrão da morte diante da possibilidade de soltura de Hildebrando Pascoal? Alex, o segundo do bando, já está em liberdade

A aposentadoria, na beira da praia, como procurador de Justiça, poderia ser a realização de um sonho para quem trabalhou duro desde a infância. Poderia. Para Elizeu Buchmeier de Oliveira, prestes a completar 60 anos de idade, a aposentadoria não é sinônimo de sossego.
Ele mora em Florianópolis (SC). Não vive propriamente escondido, mas está longe de levar a vida de um aposentado comum. Mesmo na inatividade, ainda tem que cercar-se de alguns cuidados. Dificilmente sai de casa e, quando o faz, é para pescar, em alto mar. “É no mar que me sinto seguro. Em casa, onde fica minha família, mantenho cachorros treinados, mas é no mar que vivo realmente a sensação de liberdade”, conta Buchmeier, que escapou de pelo menos dois atentados, recebeu inúmeras ameaças de morte e conhece de perto o poder de fogo do bando que o levou a apressar a aposentadoria e ir embora do Acre em busca de proteção para si e a família.
Prestes a ganhar a liberdade, assim como já ganhou o sargento Alex, Hildebrando preocupa o procurador Elizeu: “Liberdade só no mar”

“Embora eu ainda mantenha casa em Rio Branco, ninguém da minha família quer saber de voltar ao Acre”, conta o barriga-verde nascido em Sobradinho, que foi trabalhador braçal até se transferir para Rio Branco, em 1978. Aqui, ele acumulava as atividades de mecânico de automóveis com as de estudante de Direito, e assim conseguiu realizar o sonho de tornar-se promotor de Justiça. Hoje tem dúvidas se tanto esforço valeu a pena. Afinal, para quem, mesmo aposentado, tem que cercar-se de cuidados, viver é sempre um risco.

Como promotor da comarca de Xapuri, no fim dos anos 80, Eliseu Buchmeier de Oliveira, ao lado do criminalista Márcio Thomaz Bastos (que viraria ministro da Justiça no primeiro mandato do presidente Lula), atuou na acusação que resultou na condenação, a 19 anos e meio de prisão, do fazendeiro Darli Alves da Silva e de seu filho Darcy Alves Pereira, pelo assassinato do líder sindical Chico Mendes. Foi em Xapuri, convivendo entre pistoleiros que andavam armados à luz do dia e acertavam preços de assassinatos na praça central da cidade, que o então promotor descobriu a existência de uma espécie de sindicato do crime em atuação no Acre. É a partir dessas informações que ele vai se tornar a autoridade a iniciar o processo que resultaria na queda do crime organizado que atuava no Estado e levou à cassação e prisão do deputado federal e coronel PM reformado Hildebrando Pascoal Nogueira Neto, apontado como chefe de um bando que, entre outras coisas, costumava decapitar e fatiar suas vítimas a golpes de motosserras.

Buchmeier tem sobejas razões para cercar-se de cuidado porque o homem que decidia quem deveria viver sob ou sobre o território acreano, mesmo cumprindo penas que podem superar os 100 anos de prisão, está próximo de deixar a cadeia. Ele deverá ser beneficiado pela carcomida legislação penal brasileira que prevê progressão de pena por bom comportamento mesmo para um dos homens que entrou para a história da crônica policial do país como um dos mais frios e violentos de que se tem notícia. Mais preocupante ainda porque o próprio Hildebrando disse, na semana passada, ao ser entrevistado pelo repórter Marcelo Rezende, da TV Record, que caso ganhe a liberdade, “muita gente vai fugir do Acre”, num claro sinal de que seu sentimento de vingança ainda é muito latente. “A cadeia faz quebrar a arrogância de muitos criminosos. No caso de Hildebrando Pascoal, isso não está acontecendo”, definiu o promotor Leandro Portela, da Vara do Tribunal do Júri, que atuou num dos julgamentos a que o ex-coronel foi submetido.

Uma autoridade que atuou na direção de presídios e que conhece bem os escaninhos das cadeias acreanas e o perfil de alguns dos criminosos enjaulados a partir da decisão de um grupo de pessoas que resolveu enfrentar o crime organizado que atuava no Estado definiu a entrevista e o perfil de Hildebrando Pascoal desta forma: “Duas coisas alimentam um homem na cadeia: o amor e ódio. No caso de Hildebrando, o que o alimenta é a possibilidade real e concreta de se vingar de seus inimigos”. Se isso for verdade, Elizeu Buchemeir e outros juízes e promotores teriam então muitas razões para se preocupar.

“O Hildebrando Pascoal é capaz de qualquer coisa”
O sinal amarelo sobre a liberdade de Hildebrando Pascoal foi dado na semana passada quando a juíza titular da Vara de Execuções Penais, Maha Kouzi Manasfi e Manasfi, mandou soltar o sargento PM Alex Fernandes Barros, condenado a 16 anos de prisão. Acusado de ser o principal colaborador de Hildebrando Pascoal, Barros, contra o qual recaem praticamente as mesmas acusações feitas a seu chefe, já passa o dia fora da prisão e volta à cadeia apenas para dormir, por decisão da polêmica juíza de origem libanesa.

Na semana passada, a liberdade de Alex, preso desde 1999, foi comemorada com um almoço em família no qual não faltaram cerveja e outras bebidas alcoólicas. Um parente de Alex confidenciou que o militar não bebeu. Para que o reeducando possa usufruir o regime semiaberto, a juíza Maha Kouzi Manasfi e Manasfi determinou que ele, por meio do defensor público, apresentasse o endereço atualizado.

A libertação de Hildebrando, preso também desde 1999, nos mesmos moldes de Alex Barros, está prevista para ocorrer em meados do ano que vem, quando o acusado completa 58 anos (faz aniversário no dia 17 de janeiro).

“Além de ser extremamente vingativo, o Hildebrando é político, e isso o torna mais perigoso ainda, pois de uma hora para outra pode se tornar muito forte”, diz o procurador aposentado Elizeu Buchmeier. “Na PM, onde ele tinha grande influência, como ex-coronel, seu poder acabou. Descobri, quando ainda estava em atividade, que os policiais são fiéis ao poder e não à pessoa. Mas o Hildebrando é capaz de qualquer coisa, pois mandou matar um policial civil depois de 14 anos só porque tivera uma desavença com seu irmão Itamar”, conta.

Mesmo com informações assim, Buchmeier diz não ter medo. “Se tivesse medo deles não os teria investigado, pois logo no início das investigações o Alex entrou na minha sala com cópia de uma representação contra mim, esfregou na minha cara e disse que eu iria saber quem era ele, dizendo que era bom eu desistir do que estava fazendo. Respondi para ele que aquela ameaça me fazia ainda mais valente, pois meu avô paterno sempre dizia que quanto maior o perigo mais valente precisamos ser”, disse Buchmeier.

Para o procurador aposentado, a liberdade que homens tão perigosos estão conquistando por força de lei, mesmo com o temor que isso possa causar, tem que ser respeitada. “Lamentavelmente, sob o aspecto legal, não é possível se fazer muita coisa, já que o Supremo decidiu que crime hediondo também tem progressão de pena”, disse Buchmeier. “O que me tranquiliza é que, uma vez soltos, esses criminosos sabem que, com qualquer deslize, o benefício acaba.”

De acordo com as acusações do Ministério Público nas quais Buchemeir tomou parte, o sargento Alex era uma espécie de lugar-tenente de Hildebrando Pascoal e subchefe nas operações do crime organizado ao qual é atribuída a autoria de quase uma centena de assassinatos ao longo de duas décadas de terror - a grande maioria das mortes com sinais horrorosos de mutilação.

“Mutilação era uma espécie de assinatura dos criminosos”, diz procurador
“As vítimas apareciam quase sempre sem cabeça, sem braços ou mãos”, conta o atual procurador-chefe do Ministério Público do Acre, Sammy Barbosa, um dos primeiros promotores de Justiça a auxiliar Buchmeier no combate ao crime organizado.

Na avaliação do procurador, a decapitação e mutilação dos cadáveres tinha duplo objetivo: dificultar a identificação das vítimas - e consequentemente dos assassinos - e também caracterizar, tamanha era a certeza da impunidade, a autoria dos crimes. “Como na lenda do Zorro, que assinava seus feitos com o ‘Z’ escrito a golpe de espada, a mutilação dos cadáveres era de fato uma assinatura. A assinatura do bando do Hildebrando”, afirma Sammy Barbosa.


Procurador-chefe do Ministério Público do Acre, Sammy Barbosa Nascido na periferia de Rio Branco em 1972 e formado em Direito 22 anos depois, o atual chefe do Ministério Público do Acre é um velho conhecido e inimigo dos criminosos do Acre. Seu batismo de fogo ocorreu no auge da atuação do crime organizado no Acre, durante o governo de Orleir Cameli e do qual Hildebrando Pascoal, então deputado estadual, era seu líder na Assembleia Legislativa. Na época, na cadeira hoje ocupada por Sammy Barbosa na chefia do Ministério Público estava sentada a procuradora Wanda Denir Nogueira, que vem a ser cunhada de Hildebrando e que teve seu nome cogitado como candidata do governo de Orleir à prefeitura de Rio Branco, pelo PFL (atual DEM), nas eleições de 1996. Coincidência ou não, Hildebrando Pascoal, que havia sido eleito o deputado estadual mais votado nas eleições de 1994, acalentava o sonho de, além da eleição da mulher de seu irmão Silas para a prefeitura da capital, ser indicado por Orleir Cameli à sucessão do governador nas eleições de 1998. Mas os sonhos de poder viraram pesadelos porque, no meio do caminho, surgiram Buchmeier, Sammy Barbosa e outros promotores como Patrícia Rego, Álvaro Pereira, Cosmo Lima de Souza, Edmar Monteiro Filho, Luiz Francisco de Souza e juízes como Denise Castelo Bonfim, Jair Facundes e Gercino José Silva Filho. Todos os que escreveram seus nomes na lista dos que ajudaram a tirar o Acre da condição de um Estado paralelo nas mãos de criminosos temem a liberdade dos homens que eles ajudaram a combater, como admite Sammy Barbosa, que conhece bem o tom das ameaças do bando que está prestes a voltar às ruas do Acre. “Na época, eu recebi uma carta dizendo que iam tocar fogo na minha casa com minha família dentro”, conta. Na época, casado com uma juíza de Direito, o então promotor já era pai de duas meninas, de seis e sete anos.

No caso de Buchmeier, aliás, não foi ameaça - foi atentado mesmo, por duas vezes. “A primeira tentativa foi na minha fazenda, que ficava entre Brasileia e Assis Brasil. Num sábado fui até lá e levei meu barco para pescar no rio Acre. À noite, o pessoal do Hildebrando foi até a sede da fazenda me procurar, mas como meu caseiro já tinha sido alertado, mandou que eles se retirassem. Minha sorte foi que eu estava pescando longe do local”, contou o procurador. “Outra tentativa ocorreu na estrada de Porto Acre, quando eu retornava de um Festival da Melancia. Na estrada, um carro velho ia à minha frente e uma moto com dois passageiros vinha atrás. Quando eu tentava ultrapassar, o carro me fechava. Daí eu desconfiei e então forcei a passagem. Segundo um dos passageiros da moto, o plano era esperar escurecer para então me executarem.”

A última tentativa contra o procurador, segundo ele próprio, ocorreu no semáforo da Avenida Ceará próximo ao Terminal Urbano. “Ali eles ficaram mais de uma semana me esperando. Entretanto, sempre tomei cuidado de não parar em semáforo, uma das importantes orientações do curso antissequestro que eu havia feito”, revelou.

“Se o Hildebrando me matar, terei uma morte bonita”
Em função da liberdade dos homens que ajudou a prender, Sammy Barbosa também não esconde suas preocupações. E não só com ele. “É claro que a gente pensa nos colegas”, revela.

O cargo, assim como a profissão de promotor de Justiça, caiu-lhe no colo como que por acaso. Logo após concluir o curso de Direito, Sammy Barbosa assumiu um cargo importante na hierarquia do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), mas, de alguma forma, sabia que não era exatamente aquilo que gostaria de ser pelo resto da carreira. “Um dia, durante uma chuva torrencial, eu estava pensando na vida, quando vi na TV uma espécie de quasímodo tentando subir num trator, com todo o sacrifício possível, a fim de tentar tirar o decalque de uma máquina para mostrar que, por baixo, havia a prova de que aquela máquina, como muitas outras, de fato pertencia à empresa privada do governador do Estado e que estava trabalhando em obras contratadas pelo governo de forma irregular”, conta o hoje procurador-geral de Justiça do Acre.


Luiz Francisco exibe o que restou de “Baiano”,
uma das vítimas de Hildebrando O “quasímodo” ao qual Sammy Barbosa se refere vem a ser o procurador da República Luiz Francisco Fernandes de Souza, 48, que chegou ao Acre em junho de 1995 e em pouco mais de um ano infernizou a vida de Hildebrando e, de quebra, do então governador Orleir Cameli, acusado de uma série de crimes, entre as quais a de contratar máquinas de suas empresas para realizar obras de pavimentação da BR-317 e de encobrir a irregularidade com os decalques que Luiz Francisco tentar arrancar para mostrar o crime.

Nascido em Brasília, o procurador trazia no currículo a condição de ex-seminarista da Ordem dos Jesuítas, ex-bancário e ex-sindicalista, filiado e militante do PT, do que abriu mão apenas ao ingressar no Ministério Público Federal, em 1995. Sua primeira missão foi no Acre, aonde chegou trazendo na mala apenas dois ternos surrados, além do par de sapatos que calçava. Morava na própria sede do Ministério Público Federal e dali não se ausentava nem mesmo para fazer refeições, alimentando-se de lanches e de biscoitos, muitos biscoitos. Seu prato predileto era buscar provas contra Orleir e Hildebrando, como fazia naquele dia de chuva. Ao saber da possibilidade de liberdade de Hildebrando e seus homens, Luiz Francisco diz que não tem medo da morte. “Se acontecer alguma coisa comigo, terei uma morte muito bonita, sem o menor problema”, revelou.

Na época, 1996, como consequência das ações do excêntrico procurador no Acre, o governador Orleir Cameli, ao lado de deputados e senadores do Estado, vai a Brasília para uma audiência com o presidente Fernando Henrique Cardoso. Pede nada mais, nada menos que a cabeça do procurador da República que lhe infernizava a vida no Acre. Bronco, o governador que se jactava de só ter estudado até a quarta série do antigo primário e de mesmo assim ter-se tornado um dos homens mais ricos da Amazônia a ponto de também se eleger governador do Acre, achava que o procurador da República estava subordinado ao presidente. Seu pedido leva FHC, um dos intelectuais mais respeitados do mundo, ao incrível constrangimento de declarar o seguinte:

- Governador, me desculpe, mas não posso atendê-lo. A Constituição de 88 criou, com o Ministério Público, quase um Estado paralelo. Mesmo o presidente da República não pode fazer nada contra um membro do Ministério Público.

Ao ver aquele diálogo na TV, o bacharel em direito Sammy Barbosa, mesmo exercendo um cargo importante na direção do TRE, não teve dúvidas: - É isso o que vou ser! - disse, levantando-se da cadeira quase direto para a inscrição no concurso que o levaria ao Ministério Público Estadual.

Luiz Francisco, Buchmeier, delegados da Polícia Federal, juízes e outros promotores interessados em tirar o Acre da condição de Estado paralelo comandado por Orleir Cameli e Hildebrando Pascoal acabavam de ganhar um aliado. Um aliado destemido.

A mão pesada da juíza Denise Bonfim a leva a viver sob escolta policial
Depois de idas e vindas pelas comarcas do interior do Estado, ora punido, ora promovido, Sammy Barbosa vai parar na segunda vara criminal de Rio Branco, onde a juíza titular é Denise Castelo Bonfim, uma moça cuja determinação a levou a ser empregada doméstica nos Estados Unidos só para aprender a língua inglesa. É ali na segunda vara criminal - e não na vara do Tribunal do Júri Popular - que estão sendo arquivados os processos cujas vítimas apareciam sem cabeças, braços, pernas e outros membros. Processos arquivados sem autoria definida porque, se os cadáveres não falam, possíveis testemunhas, quando não eram assassinadas, faziam pacto de silêncio com os criminosos. Mas num dia de 1996, os criminosos cometem um erro: o cabo PM Alberto Paolino da Silva, um craque que tinha tudo para fazer carreira no futebol profissional, resolvera tentar a sorte nos gramados do crime como braço armado de Hildebrando Pascoal. Com ajuda de um comparsa de nome Rainey, assalta um traficante de drogas do bairro Tancredo Neves. Apesar de crivado de balas, o traficante sobrevive, reconhece seus algozes e depõe contra eles diante de Sammy Barbosa e de Denise Bonfim. A mão da juíza é pesada: Cabo Paolino e seu comparsa pegam 15 anos de prisão, em regime fechado. Mas é no decorrer da apuração do caso que o crime organizado vai mostrar sua face - ou melhor, sua voz - pela primeira vez.


magistrada que proferiu as primeiras condenações do bando foi também a primeira a ser ameaçada “Sua amiguinha vai morrer”, diz o comando do crime ao promotor Cosmo sobre Patrícia Rego
A promotora titular do caso é Patrícia de Amorim Rego. Formada em direito aos 19 anos, na atuação como promotora de Justiça ela ainda conserva os traços de menina, mas nem por isso é menos dura com os criminosos. Sua forma de falar, sem poupar adjetivos poucos elogiosos aos criminosos, parece irritar os comparsas ocultos dos bandidos em julgamento. É isso que demonstra uma voz no telefone do também promotor Cosmo Lima de Souza:

- Sua amiguinha é muito boçal, mas vai morrer. Ela e você, seu filho da p.!


Patrícia Rego, promotora de justiça ainda muito jovem, viveu o horror da ameaça de morte bem de perto e hoje acha que os novos promotores não devem se intimidarpor Os dois promotores são obrigados a abandonar o caso e passar uma boa temporada escondidos, longe Acre. É quando Sammy Barbosa entra no caso e ajuda a colocar Cabo Paolino e seu comparsa Rainey na cadeia. Sua fama de destemido o leva, certo dia, a ser convidado a uma reunião na sede da Superintendência da Polícia Federal, em Rio Branco. Ali, vários agentes e delegados que estavam no Acre investigando a existência de um esquadrão da morte a partir de denúncias do desembargador Gercino José da Silva ao Ministério da Justiça. De acordo com as denúncias, asseveradas pelo Conselho de Defesa da Pessoa Humana, órgão do Ministério da Justiça, na época, meados dos anos 90, o Acre era um campeão de assassinatos: 130 casos por ano, quando a média nacional para assassinatos daquela natureza era de 64,5 para cada grupo de 100 mil pessoas. “Segundas-feiras era dia de contar mortos”, diria o então governador Jorge Viana logo após tomar posse e passar a apoiar as instituições interessadas na queda do esquadrão da morte. É para isso que Sammy Barbosa vai àquela reunião na Polícia Federal. Delegados e agentes federais queriam saber se o jovem promotor assinaria uma denúncia contra o sargento Alex Fernandes Barros e o ex-soldado PM Ronaldo Romero. Ele assina. Os dois são acusados de terem invadido a casa de José Hugo Alves Júnior, o “Huguinho”, em 1996, e de ter saqueado todos os seus bens, inclusive uma caçamba e um Gol. A casa foi saqueada durante a caçada a “Huguinho”, que era acusado de ter matado, no dia 30 de junho de 1996, durante um bate-boca no Posto Parati, o vereador e sargento PM reformado Itamar Pascoal, irmão mais novo de Hildebrando. Após essa morte, que culminou com a detenção e execução do mecânico Agilson Firmino dos Santos, o “Baiano”, que estava com Hugo na hora do crime contra Itamar, e de seu filho Wilder, 15, o Acre nunca mais foi o mesmo. De acordo com os promotores e juízes que atuaram no caso, foi aí que Hildebrando e seus pistoleiros, que atuavam nas sombras, tiveram que mostrar a cara. E eles não se intimidaram a ponto de saquearam os bens de um homem marcado para morrer e que de fato seria assassinado, no Natal de 1997, na fronteira do Piauí com a Bahia. A acusação contra Alex e Ronaldo Romero também incluía o delegado de polícia civil Carlos Bayma, do 6° Distrito Policial, acusado de ser um velho colaborador de Hildebrando. Presos, o delegado e um comparsa têm conversas interceptadas pela Polícia Federal acertando, como vingança, a execução de Sammy Barbosa. A morte seria cruel: sua casa (localizada então no Conjunto Procon) deveria pegar fogo, com toda a família dentro, incluindo as filhas pequenas, com o despiste de um acidente. Posteriormente, o delegado Bayma negou a articulação do crime e está de volta à ativa.

Sammy Barbosa, embora mais calejado, mantém a mesma postura de mais uma década atrás, mas não esconde que viveu com muito medo. “Minhas filhas não tiveram infância”, lamenta. “Até hoje a gente tem que se cuidar”, admite.

A verdade é que, embora não demonstrem de forma explícita, todos os que atuaram no combate ao crime organizado revelam preocupação ao saberem que podem, mais dia ou menos dia, dar de cara nas ruas com os homens que eles ajudaram a prender.

“É coisa do ofício. Eu tenho medo, sim, mas não vou viver escondida. Faz parte do ofício. Quem entra no Ministério Público tem que saber que enfrentar bandidos e o crime é o nosso ofício”, diz Patrícia Rego, aquela que se alimenta das palavras de Nelson Mandela sobre o medo.

Gercino, o homem cuja vida não vale nada
“Eu dispensei a segurança recentemente, e não sei se, como consequência disso, vou pedir de novo quando esse pessoal estiver solto. No momento, o que me conforta é minha confiança em Deus”, diz a juíza Denise Castelo Bonfim, aquela que assinou as primeiras sentenças contra o bando de Hildebrando e, portanto, foi a primeira a sofrer ameaças.


Desembargador aposentado Gercino José da Silva Filho De todos aqueles homens e mulheres que enfrentaram o crime organizado que atuava no Acre, o caso mais emblemático é o do desembargador aposentado Gercino José da Silva Filho, apontado pelo próprio Hildebrando como seu desafeto e a quem o ex-deputado ameaçou matar no meio da rua. Ouvidor agrário do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), o ex-desembargador vive em Brasília, mas percorre o país ajudando a resolver conflitos de terra. Para onde ele vai, um séquito de agentes federais o segue para protegê-lo. E não é por acaso: embora o desembargador se negue a conceder entrevistas sobre o assunto, em Brasília circulam informações de que os votos de assassinato de Gercino foram renovados durante o carnaval de 2008, durante um velório. O morto era o dentista Sete Pascoal, irmão mais moço de Hildebrando, que morrera num acidente automobilístico quando cumpria pena em regime semiaberto acusado de cúmplice do irmão nos mais diversos crimes. Nos poucos instantes em que esteve em liberdade para as exéquias do irmão, Hildebrando Pascoal teria sido pilhado em conversas com aliados acertando a morte de vários desafetos, entre os quais Gercino José da Silva Filho, um homem cuja vida não vale nada.